A Gol (GOLL4) perde altitude nesta terça-feira (11), e as ações lideram as maiores quedas do Ibovespa, recuando mais de 6%. Os ventos contrários para a companhia aérea vieram do Goldman Sachs, que rebaixou a recomendação dos papéis de compra para neutro.
A mudança acontece por conta do recente forte desempenho das ações das companhias aéreas brasileiras – o banco está mais seletivo dentro da cobertura do setor e prefere balanços mais sólidos e posicionamento competitivo.
Além de passar a uma indicação neutra, o Goldman Sachs elevou o preço-alvo para as ações da Gol de R$ 12,10 para R$ 13,50 – o que representa ainda um potencial de alta de 15% sobre o fechamento de segunda-feira (10).
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O plano de voo das ações GOLL4
O Goldman Sachs passou a recomendar a compra das ações da Gol em 30 de setembro de 2020. Desde então, os papéis GOLL4 caíram 31% contra um avanço de 25% do Ibovespa.
Segundo o banco, o movimento se deve, ainda que parcialmente, a uma maior alavancagem e à desvalorização do setor globalmente.
Embora acumulem perda de 16% em julho, as ações da Gol apresentam ganho de 7% em um mês e de mais de 50% em 2023 como um todo.
Gol versus as rivais
Em um cenário de queda dos preços dos combustíveis de aviação, o Goldman Sachs prefere nomes que tenham um posicionamento estratégico na América Latina – o que deve impulsionar a melhora do poder de precificação, como a Copa.
Além disso, o banco também opta por empresas expostas a países que devem crescer a um ritmo mais acelerado em termos de número de passageiros, como a Volaris, que tem riscos potencialmente menores de concorrência acirrada.
"Nossa preferência relativa é baseada em balanços mais leves em um cenário de volatilidade macro e incerteza global, o que deve gerar menor volatilidade para nossos nomes classificados como compra”, dizem os analistas do Goldman Sachs em relatório.
Como referência, o banco projeta a alavancagem da Gol em 3 vezes em 2024 contra 2 vezes para Volaris e 0,5 vez para Copa no mesmo período.
Céu de brigadeiro
O Goldman Sachs chama atenção para o número de passageiros transportados no Brasil atualmente, que está em linha com o que foi visto antes da pandemia de covid-19.
No entanto, olhando separadamente entre a demanda doméstica e internacional, o banco nota que a recuperação da demanda doméstica foi mais rápida do que a internacional, que ainda está abaixo dos níveis pré-pandemia.
"Do ponto de vista da lucratividade, acreditamos que as duas companhias aéreas brasileiras em nossa cobertura [Azul e Gol] devem se beneficiar do cenário de preços mais baixos dos combustíveis de aviação e aumentar as margens, no cenário atual de um mercado racional no País, passando apenas parcialmente através de custos mais baixos para as tarifas", diz o Goldman Sachs em relatório.
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