Mais de três semanas após a descoberta de um rombo bilionário em seus balanços — que levou a um pedido de recuperação judicial —, a Americanas (AMER3) anunciou nesta sexta-feira (3) que afastou seis diretores e executivos das áreas financeira e contábil.
Segundo comunicado enviado ao mercado, o grupo — que inclui os diretores Anna Christina Ramos Saicali, José Timotheo de Barros e Márcio Cruz Meirelles, além dos executivos Fábio da Silva Abrate, Flávia Carneiro e Marcelo da Silva Nunes — ficará fora de todas as suas funções na varejista durante o curso das apurações das inconsistências contábeis.
Os executivos em questão entraram para quadro de lideranças da Americanas dentro do período de 20 anos no qual o ex-CEO Miguel Gutierrez esteve no comando e foi acumulado o rombo. Mas a companhia reforça que o afastamento deles não representa "qualquer antecipação de juízo".
Vale destacar que a investigação sobre as finanças da Americanas foi iniciada logo após a revelação do problema nos balanços, em 11 de janeiro. A empresa criou um comitê independente para investigar as as circunstâncias que ocasionaram o rombo.
Outras medidas da Americanas (AMER3) para investigar a origem do rombo
Além do afastamento dos executivos, a Americanas destacou outras medidas implementadas para "garantir a integridade da preservação de informações e documentos."
Uma delas foi a contratação do IBPTECH e da FTI Consulting. O primeiro é um instituto de perícia forense que, segundo a varejista, é liderado por uma figura "nacionalmente reconhecida" e atuante na área a mais de 20 anos. Já a segunda é uma empresa de consultoria internacional especializada em preservação de dados.
A empresa também contratou outra consultoria, a ICTS Security, exclusivamente para cuidar de medidas internas adicionais para a proteção de informações.
No âmbito da recuperação judicial, foram acionados a Alvarez & Marsal, que atuará como Project Management Office (PMO) no processo, e a Deloitte Touche Tohmatsu para assessoria contábil.