Por que Lula está errado na briga sobre a taxa de juros, segundo gestor de fundos responsável por R$ 23 bilhões
No episódio #35 do Market Makers, Fabiano Rios, CIO da Absolute Investimentos, conta que a verdadeira discussão do mercado deveriam ser os motivos para a alta da Selic

Uma das principais pautas do mercado financeiro é o nível da taxa básica de juros. Estável em 13,75% há algum tempo na tentativa de frear o aumento da inflação no Brasil, a Selic ainda se tornou motivo de briga entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Roberto Campos Neto, chefe do Banco Central.
Desde que assumiu novamente o Planalto, Lula tem questionado as decisões de política monetária de Campos Neto. De um lado, o petista critica o patamar atual da Selic e defende corte nos juros. Do outro, o BC defende a autonomia da autarquia e deseja manter a política monetária inalterada.
Na visão de Fabiano Rios, CIO da Absolute Investimentos, a verdadeira questão não deveria ser a problemática de cortar os juros ou não, mas sim os motivos para a alta da Selic. “A pergunta é: o juro tem motivo para estar alto? E ele tem.”
Formado em administração pela FGV, Rios possui mais de 23 anos de mercado, com passagens pela mesa de bolsa e de câmbio na tesouraria do Santander, além de ter atuado na gestão da Merrill Lynch e da Claritas Investimentos. Em 2013, o gestor criou a Absolute, atualmente uma das maiores assets independentes do país, com mais de R$ 23 bilhões sob gestão.
No episódio #35 do Market Makers, Fabiano Rios afirma que a principal razão para o patamar mais elevado dos juros é a inflação prospectiva — isto é, a projeção do aumento de preços.
“O modelo do Banco Central é muito sensível a expectativas. Então, na hora que o governo faz essa conversa ‘tem que baixar juros, [o patamar] tá errado’, ele está fazendo um desfavor para a queda da taxa de juros”, disse o gestor. “É bizarro, porque as expectativas se deterioraram."
Leia Também
Rodolfo Amstalden: Falta pouco agora
Em conversa com os apresentadores Thiago Salomão e Renato Santiago, o CIO da Absolute afirma que, a partir do momento em que as expectativas de inflação aumentam, o juro corrente precisa subir na mesma proporção para conter as expectativas.
Você confere aqui a conversa na íntegra:
Banco Central e os juros no Brasil
O CIO da Absolute Investimentos acredita que, com o cenário atual do Brasil e dadas as medidas do governo de Lula, será difícil implementar o corte de juros.
“O modelo do Banco Central não tem espaço para corte de juros. Se você melhorar as expectativas, se o câmbio melhorar, é outra história, aí abre espaço para cortar juro. Mas, do jeito que está hoje, na nossa visão, não tem espaço para cortes”.
Para Fabiano Rios, a questão do câmbio também interfere na questão da Selic. O gestor afirma que, com o patamar elevado de juros no Brasil, o câmbio deveria estar em R$ 4,50.
“A pergunta do Banco Central deveria ser qual juro que a gente deveria ter para ter uma inflação ao redor da meta. Hoje, a resposta é: no patamar em que está”, disse o CIO.
“Precisa de decisões de longo prazo e ter paciência, o juro vai cair. Mas não é agora, Na hora que for o caso, vai cortar.”
Oportunidade no exterior?
Enquanto o fantasma da recessão parece retornar aos pesadelos dos investidores a cada reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, o BC norte-americano), Fabiano Flores diz não enxergar recessão como cenário-base para a economia internacional.
“Na Absolute, a gente tem menos preocupação com recessão. Eu vejo um pessimismo muito grande dos meus colegas [gestores] tanto em relação à economia como no outcome [efeito] disso principalmente em bolsas”, conta.
A visão da Absolute Investimentos vai na contramão da tese de investimentos que circula no mercado. Na análise da gestora, a economia mostra uma resiliência e uma queda da volatilidade realizada.
“Acredito que a gente já entrou no próximo bull market [lá fora] e as pessoas não realizaram isso ainda”, analisa Rios. “Dado que está todo mundo pessimista, isso me deixa mais otimista”.
Porém, toda tese de investimentos possui riscos que podem desestabilizar os pilares e fazer a tese como um todo vir a ruir.
Para descobrir as ameaças ao bull market dos mercados globais, basta dar play aqui.
Para Gabriel Galípolo, inflação, defasagens e incerteza garantem alta da Selic na próxima semana
Durante a coletiva sobre o Relatório de Estabilidade Financeira (REF) do segundo semestre de 2024, o presidente do Banco Central reafirmou o ciclo de aperto monetário e explicou o raciocínio por trás da estratégia
Bolsa de Metais de Londres estuda ter preços mais altos para diferenciar commodities sustentáveis
Proposta de criar prêmios de preço para metais verdes como alumínio, cobre, níquel e zinco visa incentivar práticas responsáveis e preparar o mercado para novas demandas ambientais
Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA
Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo
Trump quer brincar de heterodoxia com Powell — e o Fed que se cuide
Criticar o Fed não vai trazer parceiros à mesa de negociação nem restaurar a credibilidade que Trump, peça por peça, vem corroendo. Se há um plano em andamento, até agora, a execução tem sido tudo, menos coordenada.
Copom busca entender em que nível e por quanto tempo os juros vão continuar restritivos, diz Galípolo, a uma semana do próximo ajuste
Em evento, o presidente do BC afirmou que a política monetária precisa de mais tempo para fazer efeito e que o cenário internacional é a maior preocupação do momento
Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços
Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana
Agenda econômica: Balanços, PIB, inflação e emprego estão no radar em semana cheia no Brasil e no exterior
Semana traz IGP-M, payroll, PIB norte-americano e Zona do Euro, além dos últimos balanços antes das decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos de maio
Agenda intensa: semana tem balanços de gigantes, indicadores quentes e feriado
Agenda da semana tem Gerdau, Santander e outras gigantes abrindo temporada de balanços e dados do IGP-M no Brasil e do PIB nos EUA
Prio (PRIO3): Conheça a ação com rendimento mais atrativo no setor de petróleo, segundo o Bradesco BBI
Destaque da Prio foi mantido pelo banco apesar da revisão para baixo do preço-alvo das ações da petroleira.
Negociação grupada: Automob (AMOB3) aprova grupamento de ações na proporção 50:1
Com a mudança na negociação de seus papéis, Automob busca reduzir a volatilidade de suas ações negociadas na Bolsa brasileira
Evasão estrangeira: Fluxo de capital externo para B3 reverte após tarifaço e já é negativo no ano
Conforme dados da B3, fluxo de capital externo no mercado brasileiro está negativo em R$ 242,979 milhões no ano.
Smart Fit (SMFT3) entra na dieta dos investidores institucionais e é a ação preferida do varejo, diz a XP
Lojas Renner e C&A também tiveram destaque entre as escolhas, com vestuário de baixa e média renda registrando algum otimismo em relação ao primeiro trimestre
Ação da Azul (AZUL4) cai mais de 30% em 2 dias e fecha semana a R$ 1,95; saiba o que mexe com a aérea
No radar do mercado está o resultado da oferta pública de ações preferenciais (follow-on) da companhia, mais um avanço no processo de reestruturação financeira
Normas e tamanho do FGC entram na mira do Banco Central após compra do Banco Master levantar debate sobre fundo ser muleta para CDBs de alto risco
Atualmente, a maior contribuição ao fundo é feita pelos grandes bancos, enquanto as instituições menores pagam menos e têm chances maiores de precisar acionar o resgate
Vale (VALE3) sem dividendos extraordinários e de olho na China: o que pode acontecer com a mineradora agora; ações caem 2%
Executivos da companhia, incluindo o CEO Gustavo Pimenta, explicam o resultado financeiro do primeiro trimestre e alertam sobre os riscos da guerra comercial entre China e EUA nos negócios da empresa
Fernando Collor torna-se o terceiro ex-presidente brasileiro a ser preso — mas o motivo não tem nada a ver com o que levou ao seu impeachment
Apesar de Collor ter entrado para a história com a sua saída da presidência nos anos 90, a prisão está relacionada a um outro julgamento histórico no Brasil, que também colocou outros dois ex-presidentes atrás das grades
Vai dar zebra no Copom? Por que a aposta de uma alta menor da Selic entrou no radar do mercado
Uma virada no placar da Selic começou a se desenhar a pouco mais de duas semanas da próxima reunião do Copom, que acontece nos dias 6 e 7 de maio
Deixa a bolsa me levar: Ibovespa volta a flertar com máxima histórica em dia de IPCA-15 e repercussão de balanço da Vale
Apesar das incertezas da guerra comercial de Donald Trump, Ibovespa está a cerca de 2% de seu recorde nominal
Bradesco dispara em ranking do Banco Central de reclamações contra bancos; Inter e PagSeguro fecham o pódio. Veja as principais queixas
O Bradesco saiu da sétima posição ao fim de 2024 para o primeiro colocado no começo deste ano, ao somar 7.647 reclamações procedentes. Já Inter e PagSeguro figuram no pódio há muitos trimestres
Dona do Google vai pagar mais dividendos e recomprar US$ 70 bilhões em ações após superar projeção de receita e lucro no trimestre
A reação dos investidores aos números da Alphabet foi imediata: as ações chegaram a subir mais de 4% no after market em Nova York nesta quinta-feira (24)