Os investidores em criptomoedas dos Estados Unidos precisarão esperar sentados pela aprovação do primeiro fundo de índice (ETF, na sigla em inglês) de bitcoin (BTC) à vista (spot). Ao menos, no que depender da SEC, a CVM americana.
O órgão regulador do mercado de capitais do país vem sendo uma pedra no sapato de empresas do setor de criptomoedas após iniciar uma verdadeira cruzada contra os ativos digitais.
Isso porque a SEC recebeu uma enxurrada de pedidos de análise e aprovação de ETFs de bitcoin spot de grandes gestoras, como BlackRock, Fidelity, JP Morgan, Morgan Stanley, Goldman Sachs, Bank of America (BofA), entre outras.
Entretanto, a xerife do mercado de capitais deve usar todo o período de 240 dias — ou seja, oito meses — para analisar os pedidos. Em outras palavras, o primeiro ETF de bitcoin spot dos EUA só tem chances de sair em 2024.
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O que é um ETF de bitcoin spot…
Voltando alguns passos, já existem alguns fundos de índice de criptomoedas negociados nas bolsas norte-americanas.
É o caso do ARK Next Generation Internet ETF (ARKW), do ProShares Bitcoin Strategy ETF (BITO), do ProShares Short Bitcoin ETF (BITI) e do VanEck Bitcoin Strategy ETF (XBTF), os maiores em ativos sob gestão.
Entretanto, eles usam contratos futuros de bitcoin, uma forma indireta de investir na criptomoeda. No caso do ETF de BTC à vista, a gestora do fundo precisa possuir bitcoins em caixa para oferecer esse tipo de investimento.
Nesse aspecto, tanto a SEC, chefiada por Gary Gensler — que tem se mostrado um verdadeiro opositor do mercado — quanto a CFTC, o órgão responsável por regular o mercado de commodities nos EUA, não chegaram a um consenso sobre onde as criptomoedas se encaixam na regulação norte-americana.
A SEC afirma que criptomoedas são valores mobiliários. Já a CFTC assemelha tokens a commodities. No meio dessa disputa, a aprovação do ETF de bitcoin spot segue em um limbo regulatório que não sai do lugar.
… E os efeitos no mercado
De acordo com o portal Buy Bitcoin Worldwide, faltam pouco mais de 240 dias para o próximo halving do BTC.
Nesse evento, a recompensa dos mineradores da criptomoeda cai pela metade — você pode entender mais sobre mineração de bitcoin aqui. Ao mesmo tempo, se a tendência dos últimos halvings se confirmar, o bitcoin deve ter uma disparada das cotações.
Por isso, o halving do bitcoin é um evento esperado com bastante ansiedade pelos participantes do mercado.
Para alguns analistas, entretanto, existe a chance de o rali não acontecer. Isso porque a inserção de novos tokens em rede pela mineração perdeu importância nos últimos anos — ou seja, o efeito nas cotações pode ser limitado.
Porém, o halving somado à aprovação do ETF de bitcoin spot tem grandes chances de impulsionar uma disparada de preços mais intensa do que o esperado.
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Suprimento limitado e alta procura: ingredientes para a disparada do bitcoin
Os ingredientes para o próximo rali do BTC estão colocados na mesa:
- O halving reduziria ainda mais a emissão de novas moedas para a rede do bitcoin, tornando o suprimento circulante cada vez mais escasso;
- A alta procura das empresas por BTC para criarem seus ETFs tende a ter algum efeito nos preços (grandes investidores compram grandes quantidades de bitcoin);
- O ETF é um produto que facilita a aquisição de bitcoin, ou seja, haveria também uma grande procura dos investidores do varejo pela criptomoeda.
Além do mais, na visão de analistas do setor, o bitcoin está sendo negociado com um grande desconto na faixa abaixo dos US$ 30 mil. Nesta terça-feira (15), por volta das 16h30, a maior criptomoeda do mundo era negociada a US$ 29.132,82, uma queda de 0,70% nas últimas 24h.
Ou seja: os ganhos dessas gestoras e empresas ao comprarem BTC agora será ainda maior caso essa disparada de fato aconteça.
Mas há uma SEC no meio do caminho entre a aprovação do ETF de bitcoin à vista — e o bonde pode passar antes do órgão norte-americano analisar os pedidos.
Não custa nada lembrar
Apesar da grande expectativa para o halving do ano que vem, o mercado de criptomoedas é altamente volátil e o investimento em ativos digitais é bastante arriscado.
Os analistas desse mercado recomendam que o investidor não deve alocar mais de 5% do seu portfólio em moedas virtuais.