A versão tokenizada da moeda brasileira já está viva na blockchain — ao menos, no ambiente de testes do Banco Central. É o que afirma o consórcio de cooperativas financeiras escolhido pela autoridade monetária para conduzir os testes do projeto piloto do real digital (RD) ou Drex, como foi recentemente batizado.
O grupo SFCoop tem como integrantes o Sicoob, Sicredi, Ailos, Cresol e Unicred e simulou uma conversão de saldo bancário para uma carteira compatível com real digital. Assim, foram criadas as primeiras unidades de Drex.
Em comentário enviado à reportagem do Seu Dinheiro, o consórcio afirmou o que já está sendo feito no ambiente de testes.
“As funcionalidades possíveis no momento, de acordo com os contratos inteligentes já disponibilizados pelo BC, são a emissão, transferência e resgate de Drex. Nós já realizamos a emissão de real digital e a transferência destes tokens entre carteiras das instituições participantes”.
O projeto piloto do RD, como tem sido chamado pelo Banco Central, começou com o Lift Challenge, no fim de 2021. O cronograma de desenvolvimento do projeto só foi ganhar tração entre o final de 2022 e início de 2023, com o chamamento de empresas para o ambiente de testes pelo BC.
A aprovação do grupo de cooperativas no piloto do Drex ocorreu em maio deste ano, quando o BC anunciou os participantes nos testes da moeda. Mais de 100 instituições apresentaram proposta para entrar no grupo, mas apenas 14 foram aprovadas. Mais tarde, o grupo foi ampliado para 16 participantes.
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Real Digital (Drex) e o futuro dos pagamentos
Além dos testes citados acima, o consórcio também está envolvido no desenvolvimento de outros tipos de trocas com real digital. O futuro, informa o grupo, é transferir diferentes ativos entre carteiras e até mesmo negociar títulos do Tesouro com a tecnologia blockchain.
Apesar do otimismo com a antecipação do cronograma — nas palavras do consórcio: “nos antecipamos aos prazos estabelecidos no cronograma do BC” — as dificuldades envolvendo essa nova tecnologia se revelaram durante os testes.
Mesmo assim, o grupo segue otimista com o lançamento do Drex ainda em 2024.
O que faz a criptomoeda brasileira?
Diferentemente do que se esperaria de uma nova tecnologia, o uso do real digital não está voltado prioritariamente para o público do varejo, mas sim para empresas e instituições. A expectativa é de que o token negociado em blockchain otimize processos e traga mais segurança aos sistemas de pagamento, afirma o consórcio.
“[O Drex] Pode impulsionar a criação de novos casos de uso, a exemplo da tokenização de ativos, como commodities e imóveis para negociação em ambientes digitais, reduzindo custos e prazos nos processos atuais”. Como consequência, o consumidor final também deve ser beneficiado.