Após testemunhas, promotores irão ouvir ex-CEO da FTX em julgamento; defesa quer que ele fique de bico calado — mas ele aposta todas as fichas nisso; entenda
Juristas que acompanham de perto o caso acreditam que a situação de SBF é tão ruim que ele não teria muito como piorar sua situação depois dos últimos depoimentos
O julgamento de Sam Bankman-Fried, ex-CEO da falida corretora FTX conhecido como SBF, continua e um novo capítulo está para começar. Nesta quinta-feira (26), o próprio ex-magnata deve testemunhar no tribunal — o que está sendo visto como uma faca de dois gumes pela defesa.
SBF é acusado de conspirar para cometer um golpe e fraude com criptomoedas, utilizando fundos dos investidores de empresas do grupo FTX, que incluem a corretora e a empresa de investimentos de alto risco, a Alameda Research — veja todas as acusações aqui.
Até o momento, diversos executivos do grupo FTX, incluindo a ex-chefe da Alameda e ex-namorada de Bankman-Fried, Caroline Ellison, já depuseram. O sentimento geral é o mesmo: Sam esteve envolvido até o pescoço no escândalo do colapso da exchange.
Então, por que ele resolveu virar testemunha do próprio caso?
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SBF e FTX no banco dos réus
A estratégia da defesa do ex-chefe da FTX é reduzir a pena máxima das acusações, que podem ultrapassar os 100 anos — garantindo a SBF o resto da vida na cadeia.
Desde o início, SBF e seus advogados mantém o discurso de que ele cometeu uma série de erros que levaram à implosão da corretora. Entretanto, Bankman-Fried também deve afirmar que não tinha a intenção de cometer fraudes com o dinheiro dos clientes.
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E os casos envolvendo fraudes diretas são aqueles que mais podem render anos atrás das grades nos EUA — algo entre 10 a 20 anos.
Apesar de uma série de depoimentos contrários, existe alguma chance de que SBF consiga a simpatia dos juízes durante o julgamento.
Todas as fichas — e nada a perder
Vale ressaltar que o depoimento também pode ter o efeito contrário na situação de SBF.
A defesa exigiu que ele tivesse acesso aos seus medicamentos contra o déficit de atenção antes do seu testemunho — caso contrário, poderiam alegar que ele não estava em pleno juízo durante as declarações.
Mas tudo isso pode ter uma finalidade menos pragmática do que parece. Acontece que o ex-magnata está em silêncio desde sua prisão — e essa pode ser uma oportunidade de deixar a defensiva para atacar.
Além disso, pessoas familiarizadas com o caso e que acompanham de perto o julgamento acreditam que a situação de SBF é tão ruim que ele não teria muito como piorar sua situação com um depoimento próprio.
Em outras palavras, ele estaria apostando em um “tudo ou nada” para conseguir reverter sua situação no julgamento.
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