No último dia de janeiro, não se fala em outra coisa nas redes sociais — como o primeiro mês do ano parece desafiar as regras do espaço-tempo ou qualquer tipo de padronagem estabelecida pelas leis do calendário e se arrasta por um período que parece muito superior aos 31 dias de praxe.
A fama de mês interminável costuma ficar com agosto, o temido período sem feriados nacionais, mas é fácil entender a razão pela qual o cargo foi usurpado logo na largada do ano.
Um novo presidente tomou posse, uma invasão dos principais prédios da República colocou Brasília de pernas para o ar, o terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva deu os seus primeiros passos, os principais economistas e chefes de Estado do mundo se reuniram em Davos, e um escândalo bilionário envolvendo a Americanas (AMER3) e os homens mais ricos do país extrapolou a bolha e levou o mercado financeiro brasileiro a ser conversa em todos os cantos — até mesmo na mesa do bar.
É, janeiro foi intenso, mas foi apenas o começo de 2023. Tendo em vista a sequência de surpresas que surgem incessantemente desde 2020, nada impede que fevereiro tenha, pelo menos, uns 30 dias.
Amanhã (01), já na largada, teremos definição de política monetária tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. Não são esperadas surpresas, mas estão todos atentos ao tom que os dois bancos centrais utilizarão em seus comunicados.
No caso do Federal Reserve, os investidores querem saber até onde Jerome Powell e cia devem levar a taxa de juros, já que o teto do ajuste ainda parece distante, mesmo com a redução do ritmo do aperto monetário.
Por aqui, o mercado fica atento ao que o BC tem a dizer sobre o quadro fiscal brasileiro — uma vez que uma nova âncora para os gastos públicos ainda não foi definida e o governo segue defendendo o crescimento das despesas sem uma contrapartida de arrecadação relevante.
Toda a intensidade de janeiro, no entanto, minou o pregão de hoje. Com o mercado focado em recalibrar as carteiras para fevereiro e na melhora tímida da economia chinesa, um movimento de realização de lucros tomou conta dos negócios.
O resultado foi uma alta de 1,03% do Ibovespa, aos 113.430 pontos. Com isso, o primeiro mês do governo Lula fica marcado por um avanço de 3,37% do principal índice da bolsa. Já o dólar à vista caiu 0,75% — um recuo de 3,85% no período.
Veja tudo o que movimentou os mercados nesta terça-feira, incluindo os principais destaques do noticiário corporativo e as ações com o melhor e o pior desempenho do Ibovespa.
Confira outras notícias que mexem com o seu dinheiro
DEFESA DE PESO
Depois do efeito Rial, o efeito Zanin? Americanas contrata advogado que defendeu Lula na Lava Jato; AMER3 dispara na bolsa. Ele vai atuar no processo no qual o banco BTG Pactual briga para seguir retendo R$ 1,2 bilhão do caixa da varejista.
A TENDÊNCIA É ROXO
Goldman Sachs eleva ação do Inter para compra, mas ainda prefere o Nubank; saiba por quê. O banco norte-americano estabeleceu o preço-alvo de US$ 4,20 para os papéis INTR negociados em Nova York, o que implica em um potencial de valorização de 70%; e de US$ 9,00 para o NU, o que representa alta de 105%.
OUTROS CAMINHOS
Em evento, CEO da Cosan (CSAN3) reforça a aposta da companhia em negócios de transição energética. Luis Henrique Guimarães ainda cobrou mudanças no licenciamento e liberação de projetos de exploração no Brasil.
NOVO GOVERNO
Abilio Diniz pede segurança política no Brasil e “nada de revanchismo”. Em evento do Credit Suisse, o executivo dividiu painel com Rubens Menin, dono da CNN Brasil e do Banco Inter.
AUXÍLIO AO TRADER
Domando o Leão: B3 anuncia parceria para declaração de ações e outros ativos da bolsa no Imposto de Renda. A nova parceria auxilia o investidor no cálculo das Darfs mensais e também emite informes no padrão da Receita, entre outras funções.
SAQUE-ANIVERSÁRIO COM OS DIAS CONTADOS?
O governo Lula quer acabar com o benefício e os repórteres do Seu Dinheiro revelam em um vídeo exclusivo quando o período para você resgatar o dinheiro do FGTS pode chegar ao fim. Clique aqui e descubra.