Todos os anos, em 2 de fevereiro, a cidade norte-americana de Punxsutawney celebra o Dia da Marmota. Segundo a tradição local, uma espécie de marmota que zanza ali pelo interior da Pensilvânia é capaz de prever o tempo.
Se o roedor sair da toca por causa do tempo nublado, o verão boreal vai chegar logo. Caso esteja sol e o animal se assuste com a própria sombra, o inverno será mais longo no hemisfério norte.
Entretanto, a lenda é mais atraente que a realidade. Meteorologistas asseguram que a observação do comportamento da marmota rendeu um acerto para cada dois erros de previsão desde 1887.
Ainda assim, a história da marmota ganhou projeção internacional a partir de 1993, quando serviu de pano de fundo para o filme “Feitiço do Tempo”, estrelado por Bill Murray.
Não tenho como afirmar se Roberto Campos Neto e demais diretores do Banco Central já assistiram a essa espécie de clássico da Sessão da Tarde.
O fato é que o Comitê de Política Monetária do BC atuou como a marmota da tradição norte-americana em sua primeira reunião de 2023.
A partir do comunicado divulgado junto com a decisão é possível prever que o inverno do juro alto será mais longo do que se imaginava antes.
Assim como o repórter do tempo Phil Connors, personagem de Murray no filme, acordaremos com a taxa Selic a 13,75% ao ano por muitos meses ainda, talvez até o fim do ano.
Se a marmota estiver certa, a decisão deve repercutir na curva de juros e na taxa de câmbio nesta quinta-feira.
Este artigo foi publicado primeiramente no "Seu Dinheiro na sua manhã". Para receber esse conteúdo no seu e-mail, cadastre-se gratuitamente neste link.
O que você precisa saber hoje
REVIRAVOLTA NA B3?
Oi (OIBR3) entra com pedido cautelar e pode se preparar para a sua segunda recuperação judicial em menos de dois meses. Hoje, uma eventual falência da empresa afetaria mais de 62 mil colaboradores, com impacto para os cofres públicos, uma vez que a companhia tem cerca de R$ 2,85 bilhões em compromissos fiscais.
TEMPORADA DE BALANÇOS
Santander (SANB11) vê rentabilidade despencar no 4T22 e lucro fica muito aquém do esperado. O lucro líquido gerencial somou R$ 1,689 bilhão no quarto trimestre, uma queda de 56% na comparação com o mesmo período de 2021.
LUCRO NO EXTERIOR
Petrobras (PETR4) sofre derrota bilionária no CARF, mas garante que irá recorrer. A estatal perdeu em um julgamento de recursos contra duas cobranças sobre os lucros de uma controlada da petroleira no exterior, que totalizam cerca de R$ 5,7 bilhões.
DESESTATIZAÇÃO
Privatização da Sabesp (SBSP3) seguirá modelo parecido com o da Eletrobras (ELET3), diz Tarcísio. Em evento do Credit Suisse, governador paulista afirmou que a redução da fatia do governo na empresa de saneamento pode ser feita de maneira gradual. Promessa é melhorar eficiência e reduzir tarifa.
DIÁRIO DOS 100 DIAS
Dia 32 — Eleições no Congresso: das favas contadas à vitória de Lula contra o avanço bolsonarista. Rodrigo Pacheco foi reconduzido à presidência do Senado com 49 votos, enquanto Arthur Lira foi reeleito para o comando da Câmara, mas os números não contam tudo o que estava em jogo. Entenda.
O COELHO DA CARTOLA
Zuckerberg fez mágica? Lucro da Meta caiu 55% no 4T22, mas ações da dona do Facebook dispararam em Nova York. Uma sombra já pairava sobre a Meta antes mesmo da divulgação dos resultados: a empresa perdeu um terço de seu valor de mercado no ano passado e anunciou a demissão de 11 mil funcionários.
ESTRADA DO FUTURO
A Microsoft só quer falar de inteligência artificial. Mas tem uma recessão no meio do caminho. O colunista Richard Camargo explica por que a narrativa da inteligência artificial ainda não o deixa tão animado para voltar a comprar a ação da big tech.
Uma boa quinta-feira para você!