‘Warren Buffett brasileiro’ investiria em Petrobras (PETR4)? Segundo analista, sim, mas resta saber se a ação da estatal é uma boa aposta para o seu bolso
A petroleira recebeu o título de maior pagadora de dividendos no 2T22, porém, analista alerta para os riscos de investir em PETR4 em ano de eleições presidenciais; descubra o que fazer com os papéis
A Petrobras (PETR4) desbancou algumas das maiores empresas do mundo na semana passada e se consolidou como a maior pagadora de dividendos do 2º trimestre deste ano. No período, a petroleira distribuiu cerca de US$ 9,7 bilhões dos seus lucros para o bolso dos acionistas minoritários.
Na cotação cambial atual, esse valor representa quase R$ 50 bilhões. A quantia bilionária tornou a empresa uma “queridinha” dos investidores interessados em geração de renda e fez o analista Ruy Hungria, da Empiricus, criar uma teoria curiosa.
Ruy acredita que se Warren Buffett, o “rei dos dividendos”, fosse brasileiro, ele provavelmente investiria parte da sua fortuna nas ações da Petrobras (PETR4).
A possibilidade levantada pelo analista foi baseada na compra de Buffett em 20% das ações da Occidental Petroleum e no pedido do investidor em aumentar sua participação na empresa americana para 50%.
A Occidental é uma petroleira estadunidense que chamou a atenção do maior investidor do mundo pelos seguintes 3 motivos:
- Alta dos preços das commodities energéticas colaborou para que a petroleira reduzisse sua dívida e gerasse mais caixa;
- Resultados trimestrais fortes;
- Ação barata em relação aos pares do mercado.
Mas se você reparar, essas são as mesmas qualidades apontadas por parte do mercado em relação à Petrobras:
Foi pensando nessas semelhanças que Ruy levantou a hipótese de que Buffett investiria em PETR4.
Mas e você? Será que é hora de incluir Petrobras na carteira ou, em ano de eleição, é melhor deixar seu dinheiro longe da volatilidade das estatais?
A seguir, mostro um raio-X da atual situação da petroleira com base em um relatório completo escrito por Rodolfo Amstalden, sócio-fundador e analista da Empiricus.
O que levou a Petrobras ao pódio de maior pagadora de dividendos do mundo?
A petroleira e o setor de commodities como um todo tem se beneficiado do cenário macroeconômico atual. A alta dos preços das commodities é um “pesadelo” para o consumidor final, mas permite ganhos atrativos para as empresas desse segmento e seus acionistas.
No 2T22, a Petrobras registrou lucro líquido de R$ 54 bilhões, um salto de mais de 26% em relação ao mesmo período do ano anterior. Já o petróleo Brent, que funciona como uma referência para a gigante brasileira e para todo o mercado petrolífero, teve um aumento de 65,3% em comparação ao ano passado.
Outro fator que colaborou com os resultados da Petrobras no 2º trimestre, além da alta do petróleo, foi o aumento do dólar. A maioria das vendas da estatal ocorre no exterior e o encarecimento da moeda faz com que a receita líquida da petroleira aumente em reais.
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A possível ‘queridinha’ do ‘Warren Buffett brasileiro’ é barata, produtiva e paga dividendos acima da média
Mas não são apenas fatores externos que tornam a Petrobras uma empresa de destaque. A companhia está em um período positivo devido a três motivos: as ações estão com preços abaixo da média de seus pares, ela está pagando “gordos” dividendos e é uma referência no pré-sal.
1. Produção e extração de petróleo
A Petrobras é uma verdadeira referência na extração e produção de petróleo, principalmente do pré-sal. A petroleira se beneficia dos diferenciais dos poços de pré-sal do Brasil, que fazem parte do grupo dos mais produtivos do mundo.
Com produtividade acima da média, é possível extrair petróleo no país a um custo menor do que US$ 4 por barril. Para efeito de comparação, cada barril extraído de terra e águas rasas custa, em média, US$ 13 e, de águas profundas, quase US$ 10.
O baixo custo do pré-sal faz com que a Petrobras consiga gerar caixa mesmo em período de queda nos preços do petróleo. Amstalden aponta que, com a capacidade de produção e custos atuais da empresa, a maior petroleira do país tem capacidade de geração de caixa positiva mesmo que o petróleo caia para US$ 20.
2. A maior pagadora de dividendos do trimestre e dividend yield de 43% em 2022
A geração de caixa resiliente da Petrobras abriu espaço, nos últimos anos, para a diminuição da dívida bruta da companhia. Em 8 anos, entre 2014 e 2022, a petroleira reduziu seu endividamento em 55,6%, equivalente a uma diminuição de quase US$ 75 bilhões.
Essa redução de dívidas a pagar combinada a uma forte geração de caixa é uma boa notícia para o bolso do investidor, visto que a companhia terá mais dinheiro para distribuir aos acionistas.
Foi exatamente isso que aconteceu no 2T22, quando a petroleira pagou um valor bilionário em dividendos aos investidores e recebeu o título de maior “vaca leiteira” do mundo.
Mas de acordo com Amstalden, esse pagamento, que ficou acima de grandes empresas como Nestlé, Mercedes e Microsoft, não foi um caso isolado.
Segundo o analista, a companhia pode pagar dividend yield de 43% em 2022 e, em 2023, 27,2%. Portanto, há a expectativa da Petrobras continuar distribuindo dividendos “gordos” aos seus investidores.
3. Ação barata em relação a outras petroleiras
Os papéis PETR4 “saltaram”, nos últimos 12 meses, quase 22%. Ainda assim, o analista Amstalden acredita que a ação segue barata.
Isso porque, quando comparada a outras petroleiras do mercado, como PetroRio e 3R Petroleum, os múltiplos da estatal são muito menores que a concorrência privada.
Para ter ideia dessa diferença, PETR4 está sendo negociada a cerca de 2,71 vezes o lucro. Enquanto isso, PRIO3 e RRRP3 estão negociando ações por volta de 8,3 e 25,2 vezes o lucro, respectivamente.
Mas nem tudo sobre a petroleira se resume a “flores”. Embora a empresa tenha características atrativas, Amstalden afirma que as turbulências do período eleitoral e a interferência do governo ainda são um grande risco para a Petrobras.
Portanto, mesmo sendo a maior pagadora de dividendos do mundo, será que é hora de investir ou fugir dos papéis PETR4?
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O governo pode ser um risco elevado para os resultados de PETR4
“O grande problema da Petrobras é o governo”. É esse o principal fator de risco da petroleira, segundo o analista Rodolfo Amstalden. E não se trata de algum candidato específico. Para o sócio-fundador da Empiricus, qualquer partido que esteja no poder ficará instigado a interferir na política de preços da companhia.
Por ser majoritariamente estatal, o governo tem uma baita influência sobre o que acontece com a empresa. E esse poder sobre as decisões da companhia pode balançar a reação do mercado sobre os números da Petrobras.
Um exemplo disso é o caso do mandato de Dilma Rousseff, quando a ex-presidenta congelou os preços dos combustíveis e a petroleira acumulou prejuízos alarmantes. Com os resultados desanimadores, investidores do mundo todo retiraram seu dinheiro de PETR4 e os papéis “derreteram”.
Mas essa movimentação não é uma característica exclusiva do governo Dilma. Qualquer interferência política na estatal é motivo para gerar volatilidade nos preços dos ativos.
Em maio deste ano, por exemplo, o atual presidente Jair Bolsonaro anunciou a troca do presidente da Petrobras e afirmou que queria o preço dos combustíveis congelados até a eleição. A mudança na liderança combinada a essa frase foi o suficiente para que a ação PETR4 despencasse -12,7% em apenas um dia.
Portanto, os ânimos do mercado sobre a Petrobras ainda estão muito interligados às movimentações políticas da estatal. Em um ano de eleições polarizadas como o de agora, é possível que, mesmo com as características positivas da empresa, os números enfrentem grandes oscilações.
Em um relatório gratuito, é possível entender se, diante de todos os fatores listados acima, é hora de comprar PETR4 como possivelmente faria Warren Buffett se fosse brasileiro ou ficar longe do risco político da petroleira.
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Rodolfo Amstalden produziu um relatório que explica todos os pontos a se considerar sobre a petroleira e diz se é hora de investir ou não.
O material, inicialmente, havia sido disponibilizado apenas para os assinantes da carteira “Vacas Leiteiras”, liderada pelo analista e com valorização de mais de 184,6% desde a criação, em 7 de fevereiro de 2014.
No entanto, agora, o relatório pode ser acessado gratuitamente por qualquer investidor interessado na tese de Petrobras. Isso porque a Vitreo, corretora com centenas de milhares de clientes e bilhões de reais sob custódia, decidiu disponibilizar esse material como uma cortesia.
Você não tem nada a perder ao liberar seu acesso ao material. Ele é 100% gratuito e te ajudará a tomar a decisão mais correta sobre os papéis PETR4 nesse momento. Para ler o relatório de Amstalden, basta clicar neste link ou seguir as instruções do botão abaixo:
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