Site icon Seu Dinheiro

Gestor de um dos fundos mais voláteis — e rentáveis — do mercado teme “terceiro turno” na disputa entre Lula e Bolsonaro

Claudio Coppola em entrevista ao Market Makers

Claudio Coppola em entrevista ao Market Makers

Não existe terceiro turno oficial nas eleições brasileiras, mas uma parte do mercado financeiro tem se referido a uma possível recontagem de votos dessa maneira.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Isso porque a disputa eleitoral entre o ex-presidente Lula e o presidente Jair Bolsonaro já se mostra acirrada e a expectativa é de que termine com uma diferença muito pequena de votos.

No episódio 6 do Market Makers, o gestor-trader Cláudio Coppola, do fundo multimercado R&C FIM, um dos mais voláteis da indústria, calcula uma probabilidade de 20% do lado perdedor pedir recontagem.

Aos apresentadores Thiago Salomão e Renato Santiago, Coppola destacou que, caso esse cenário se torne real, o mercado passará por uma grande turbulência.

“Imagina o investidor estrangeiro vendo recontagem de voto? O Brasil sempre teve um histórico de votação que quando dá meia-noite, ‘passa a faixa’”, disse o gestor.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Mais Market Makers:

Com atitude de daytrader, Coppola faz gestão ativa de maneira descorrelacionada da indústria, mas revela que está sempre comprado em dólar - às vezes mais, às vezes menos. 

Seu jeito de trabalhar acumula um rendimento de 750.000% em 17 anos de história — contra 395% do CDI e 285% do Ibovespa no período. Mas todo esse retorno veio às custas de uma volatilidade que poucos investidores suportam. Por exemplo, em janeiro de 2021, a cota caiu 25%, mas no mês seguinte saltou 72,5%.

Coppola é o único cotista do fundo, mas o produto já ganhou irmãos mais novos, o R&C Hedge e o R&C Plus, de rentabilidade e volatilidade mais moderadas.

O episódio contou também com a participação especial de José Raymundo Faria Jr, consultor da Wagner Investimentos, que trouxe uma análise menos óbvia da macroeconomia dos Estados Unidos.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Ouça a íntegra da edição do podcast Market Makers:

Bolsonaro se prepara para 3º turno

No diagnóstico de Coppola sobre o panorama eleitoral, ele diz duvidar que a diferença de intenção de voto entre Lula e Bolsonaro seja tão grande como as pesquisas vêm mostrando.

Ele ressaltou, ainda, que a Proposta de Emenda à Constituição que cria e amplia uma série de benefícios sociais, apelidada de PEC Kamikaze, deve garantir votos ao atual presidente.

Além disso, ele vê Bolsonaro indo cada vez mais para o embate.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

“A escolha do [general] Braga Netto como vice não é por acaso. Ele [Bolsonaro] abriu mão de uma mulher como vice para pegar um cara fechado com todas as bases do Exército por trás”, analisou Coppola. “Então o Exército está fechado com o Bolsonaro”, concluiu.

Mas não é a possibilidade de um “terceiro turno” que faz o gestor ficar comprado em dólar. 

A posição está fundamentada em duas frentes: nos indícios de que a inflação nos EUA não vai cair, o que implica em juros mais altos na economia americana e um dólar mais forte; e na situação fiscal ruim do Brasil.

Porém, um segundo turno que termine com o placar de 52 a 48 pode “apimentar uma crise” e dar mais ímpeto ao dólar - e, consequentemente, impulsionar os ganhos com a posição.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Em meio a todo esse risco, Coppola nega ser Lula ou Bolsonaro, admite já ter votado em ambos no passado e deve seguir com o atual presidente.

“Queria votar na direita, essa é a minha vontade, mas fiquei decepcionado com Bolsonaro. Mas vai ser o caminho, não tem jeito”, disse.

Veja o Episódio #06 do Market Makers também no YouTube:

Exit mobile version