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Putin diz que negociação com Ucrânia está em beco sem saída e provoca Ocidente; veja o que ele falou da guerra

Presidente da Rússia, Vladimir Putin, sorrindo

O presidente da Rússia, Vladimir Putin

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, ficou mais de uma semana calado sobre a guerra na Ucrânia. Nesta terça-feira (12) ele resolveu falar publicamente e as notícias não são das melhores. Segundo o líder russo, as negociações de paz chegaram a um beco sem saída. 

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Putin também garantiu que suas tropas venceriam o conflito e aproveitou a ocasião para provocar o Ocidente ao afirmar que EUA, Europa e aliados não conseguiram controlar Moscou como desejavam. 

No sinal mais forte até agora de que a guerra continuará por mais tempo, Putin disse que as negociações de paz saíram dos trilhos depois que a Ucrânia apresentou alegações falsas de crimes de guerra russos e ao exigir garantias de segurança para todo o país. 

"Voltamos a um beco sem saída", disse Putin em entrevista coletiva durante uma visita ao Cosmódromo Vostochny, um centro espacial russo localizado a leste de Moscou. 

Putin diz que vai vencer a guerra

Putin se fez onipresente na televisão russa nos primeiros dias da guerra, mas desde a retirada de suas tropas do norte da Ucrânia ele tem sido menos visto pelo grande público.  

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Sua única aparição pública na semana passada foi no funeral de um legislador nacionalista e ele não abordou diretamente a guerra. 

Na segunda-feira (11), ele se encontrou com o chanceler da Áustria, Karl Nehammer, em uma residência rural nos arredores de Moscou, mas nenhuma imagem dessa reunião foi divulgada.

No discurso desta terça-feira (12), Putin voltou a defender a invasão da Ucrânia. Segundo ele, a Rússia não tinha escolha a não ser lutar para proteger os falantes de russo que estão no leste do país. 

Putin afirmou ainda que precisava impedir que seu ex-vizinho soviético se tornasse um trampolim para os inimigos de Moscou.

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Questionado durante o evento se a invasão da Ucrânia atingiria seus objetivos, ele disse: "Absolutamente. Não tenho nenhuma dúvida".

A Rússia, segundo Putin, continuaria "ritmicamente e com calma" sua operação.

O Ocidente fracassou 

Os EUA, a Europa e seus aliados estão evitando pegar em armas e enfrentar as tropas russo em solo ucraniano. Para frear o ímpeto de Putin, esses países ocidentais adotaram uma série de sanções pesadas contra Moscou. 

Petróleo e gás, carvão, defesa, oligarcas e criptomoedas — todos os setores que são fontes importantes de receita para a Rússia entraram na lista de proibições dos EUA e aliados para impedir que Putin tenha recursos e mantenha a invasão. 

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Para o líder russo, no entanto, a estratégia é um fracasso. 

"Aquela blitzkrieg com a qual nossos inimigos estavam contando não funcionou"

Vladimir Putin, referindo-se a um termo em alemão que significa guerra-relâmpago

Putin fez ainda analogia entre os sucessos espaciais soviéticos e o desafio da Rússia hoje.

"As sanções foram totais, o isolamento foi completo, mas a União Soviética ainda era a primeira no espaço", afirmou ele. 

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"Não pretendemos ficar isolados", acrescentou Putin. "É impossível isolar severamente qualquer pessoa no mundo moderno — especialmente um país tão vasto como a Rússia."

Crimes de guerra

Putin aproveitou o discurso desta terça-feira (12) para rejeitar as alegações ucranianas e ocidentais de que a Rússia havia cometido crimes de guerra.

Desde que as tropas russas se retiraram das cidades e vilarejos ao redor da capital Kiev, as tropas ucranianas têm mostrado aos jornalistas cadáveres do que dizem ser civis mortos pelas forças russas, casas destruídas e carros incendiados.

Putin pediu que os líderes ocidentais pensassem um pouco sobre a destruição provocada pelos EUA na cidade síria de Raqqa, a antiga capital de fato do Estado Islâmico, e no Afeganistão.

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"Você viu como esta cidade síria foi transformada em escombros por aviões norte-americanos? Corpos ficaram nas ruínas por meses em decomposição", disse Putin. "Ninguém se importou. Ninguém nem notou."

Putin, que diz que a Ucrânia e a Rússia são um só povo, classifica a guerra como um confronto inevitável com os EUA — que ele acusa de ameaçar a Rússia ao se intrometer em seu quintal.

*Com informações da Reuters e da Bloomberg

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