Se você está no grupo de pessoas que acham que pagamento com bitcoin (BTC) é coisa do futuro, saiba que o futuro já está batendo à porta. A Visa anunciou que o uso de cartões vinculados a criptomoedas atingiu US$ 2,5 bilhões em seu primeiro trimestre fiscal de 2022 - que vai de outubro a dezembro.
Esse dado não é importante apenas pelo tamanho, mas pelo que representa. O número já é 70% do volume de criptomoedas da Visa para todo o ano fiscal de 2021, o que significa que a adoção de cartões com suporte de criptomoedas está aumentando significativamente.
Em julho, a Visa havia informado que o uso de cartões vinculados a criptomoedas atingiu US$ 1 bilhão nos primeiros seis meses de 2021.
A popularização de moedas como o BTC também pode ser vista em outro dado da Visa: a empresa de pagamentos anunciou que sua rede de parceiros de carteira de criptomoedas (crypto wallet) cresceu de 54 para mais de 65, incluindo Coinbase, Circle e BlockFi.
Além disso, o número de varejistas que aceitam criptomoedas como pagamento também cresceu para quase 100 milhões, segundo a companhia.
Investimentos que dão resultado Visa
A adoção acelerada nos últimos meses é uma prova dos investimentos intencionais da Visa em moedas digitais. Embora a empresa não mantenha criptomoedas em seu balanço, criou um serviço de consultoria em criptomoedas e investiu em plataformas.
O CFO da Visa, Vasant Prabhu, disse em uma entrevista à CNBC que os usuários estão lidando com seus cartões vinculados a criptomoedas para contas de uso geral, realizando até mesmo compras diárias.
"Para nós, isso sinaliza que os consumidores veem utilidade em ter um cartão Visa vinculado a uma conta em uma plataforma de criptomoeda. Há valor em poder acessar essa liquidez, financiar compras e gerenciar despesas, e fazê-lo instantaneamente e sem problemas ", afirmou.
A concorrência avança em criptomoeda
A concorrência não está parada, assistindo os números da Visa. Mastercard e a Gemini planejam lançar um cartão que permite aos clientes ganhar criptomoedas como recompensa. Mas seus titulares não terão acesso direto à sua carteira digital.
A Gemini, a plataforma de criptomoedas cofundada pelos bilionários Cameron e Tyler Winklevoss, espera disponibilizar o cartão para clientes em lista de espera ainda no início deste ano, seguindo planos anteriores de lançamento no verão.
As principais criptomoedas viram seu rápido crescimento desacelerar no segundo semestre do ano passado. O Bitcoin, que atingiu uma máxima histórica de quase US$ 69.000 em novembro, caiu mais de 45% desde então.
*Com informações da CNBC