Algumas teorias do xadrez, que misturam ficção com algumas hipérboles, afirmam que a partir de um número determinado das jogadas, o vencedor está definido. O desenrolar da partida é apenas para confirmar o que já se sabe — e o ethereum (ETH) acabou de dar um passo crucial em direção ao xeque-mate.
Não é de hoje que os entusiastas aguardam a versão 2.0 do ethereum. A princípio, nada muda para o investidor, mas o protocolo deve ser alterado de tal maneira que essa criptomoeda parecerá outra. Aqui vão algumas melhorias:
- Taxas de transação mais baixas (hoje, a rede sofre com gas fees que podem chegar facilmente a mais de US$ 100);
- Maior velocidade de transação;
- Eficiência energética com a migração do sistema de proof-of-work para proof-of-stake;
Ethereum e o teste de fogo
Este último item acaba de ganhar contornos mais sólidos: os desenvolvedores da segunda maior criptomoeda do mundo testaram a atualização no shadow fork.
Diferentemente das redes de teste (testnet), esse “espaço nas sombras” simula o desempenho do código em uma blockchain real — o que animou os programadores.
De maneira mais técnica, não se trata de uma rede separada do ethereum, mas uma divisão nos nós (nodes, ou bloco, como costumam ser chamados) existentes na blockchain dessa criptomoeda.
Com isso, o teste é mais fiel a uma situação de estresse na rede, por exemplo.
Uma junção de validadores
O ponto principal deste teste é verificar se a rede consegue suportar tanto o PoW quanto o PoS ao mesmo tempo. Essa junção recebe o nome em inglês de merge (mesclagem) e por isso a atualização do ethereum é chamada de The Merge.
Dessa forma, Parithosh Jayanthi, engenheiro que encabeça a atualização, e outros desenvolvedores aprovaram o novo protocolo.
Foram criados 26.176 blocos em cerca de 13 segundos, de acordo com o BlockScout, desenvolvido especialmente para acompanhar o teste.
Próximos passos do ethereum
Isso representa uma média de mais de 1.200 blocos por segundo, uma velocidade impressionante da rede.
O teste na shadow fork foi o primeiro de dois eventos programados. O segundo deles deve acontecer em 22 de abril, em cerca de dez dias.
No dia 15 de abril, os desenvolvedores devem fazer uma ligação com os usuários para dar maiores detalhes sobre a atualização.
Por que a atualização é importante?
A principal mudança será a migração completa do sistema de validação de proof-of work (PoW, ou “prova de trabalho”) para o proof-of-stake (PoS ou “prova de participação”).
O PoS já é utilizado pela maioria das criptomoedas mais novas, como cardano (ADA) e polygon (MATIC), por ser uma alternativa mais sustentável do que o PoW, tecnologia utilizada para minerar bitcoin (BTC), que consome muita energia elétrica.
Por volta das 16h desta terça-feira (12), o ethereum destoava do bitcoin e subia 0,89%, negociado a US$ 3.032,41 (R$ 185.457,54).
Papo Cripto #016 — Uma aventura no metaverso além do BTC
Valter Rebelo, analista de criptomoedas da Empiricus e convidado do episódio de hoje do Papo Cripto, comenta suas apostas para o metaverso e fala porque Ethereum (ETH), Immutable X (IMX), Polygon (MATIC) e NFTs são a aposta dele para os próximos anos: