O caso Celsius foi um dos primeiros eventos de grande porte a abalar o mercado de criptomoedas este ano e aprofundar o bear market. Os desdobramentos das investigações, entretanto, mostram que os executivos da plataforma podem ter agido de má-fé com os investidores.
Segundo informações do Coindesk, o ex-CEO, Alex Mashinsky, o ex-CSO, Daniel Leon, e o ainda CTO, Nuke Goldstein, sacaram bitcoin (BTC), ethereum (ETH), USDC (USDC) e o token Celsius (CEL) de suas contas entre maio e junho deste ano — em 12 de maio, a plataforma suspendeu os saques e depósitos dos investidores.
Consta dos documentos divulgados pela corte dos Estados Unidos responsável pelo caso que o valor total de criptomoedas chegou a US$ 56,12 milhões.
Os montantes da Celsius
Uma dúzia de outros membros do alto escalão — incluindo o CCO, Oren Blonstein, o CRO, Rodney Sunada-Wong e o agora CEO, Chris Ferraro — não fizeram movimentações significativas no mesmo período.
Confira a seguir as 3 maiores movimentações dos executivos só em maio de 2022:
- Alex Mashinsky (ex-CEO): US$ 10 milhões
- Daniel Leon (ex-CSO): US$ 7 milhões
- Nuke Goldstein (CTO): US$ 13 milhões
As demais movimentações que completam os US$ 56 milhões aconteceram de maneira esporádica ao longo do mês seguinte.
Em julho deste ano, a Celsius preencheu o formulário do capítulo 11 do protocolo de falências dos EUA — um passo anterior ao fechamento das portas de uma empresa.
Nessa etapa, um tribunal determina datas e exige um plano de reestruturação dos negócios enquanto as operações da companhia podem continuar funcionando.
O que aconteceu com a plataforma
Tudo começou com o fim do protocolo Terra (LUNA). Aqui vai um pequeno resumo da história:
- A extinção do protocolo Terra (LUNA) e da stablecoin TerraUSD (UST) retirou bilhões de dólares do mercado;
- A saída desses recursos gerou um pânico no mercado, e as cotações das moedas digitais foram penalizadas — especialmente das altcoins, moedas alternativas ao bitcoin;
- Os investidores passaram a se desfazer de suas posições em criptomoedas e isso afetou diversas plataformas que davam liquidez ao mercado;
- A Celsius, plataforma de lending e staking, congelou os tokens (criptomoedas) dos investidores alegando “condições extremas de mercado” para evitar uma quebra imediata;
A partir daí, a Celsius tentou emplacar planos de reestruturação enquanto os investidores permanecem sem acesso às suas criptomoedas travadas na plataforma. O caso já se estende há quase meio ano.