Na beira do abismo, FTX é vendida para a rival Binance — entenda como o negócio que cria gigante das criptomoedas mexe com o bitcoin
Em meio à crise de liquidez, a maior corretora de criptomoedas (exchange) do mundo pegou o mercado de surpresa e chegou a um acordo inicial de intenção para comprar a rival, mas avisa: pode pular fora da transação a qualquer momento

Se ontem Sam Bankman-Fried e Changpeng Zhao estavam brigando, hoje os dois bilionários deram as mãos em um negócio que não só cria uma gigante das criptomoedas como também salva a FTX da insolvência.
Nesta terça-feira (08), a Binance — maior corretora de criptomoedas (exchange) em volume negociado — chegou a um acordo inicial de intenção para comprar a rival FTX, a segunda maior exchange do mundo.
O anúncio da transação foi feito via Twitter pelo fundador da Binance, Changpeng “CZ” Zhao, e confirmado logo na sequência pelo criador da FTX, o bilionário Sam Bankman-Fried, o SBF.
O acordo acontece no momento em que a FTX flertava com o abismo da insolvência: a empresa travou os saques de clientes nesta manhã, depois que o token nativo FTT perdeu mais de 30% do valor de mercado.
O gatilho para toda essa perda veio no domingo (06), quando CZ informou que iria se desfazer de suas posições no FTT.
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“Quando CZ disse que iria liquidar sua parte, provocou uma corrida e todo mundo ficou preocupado com a FTX, gerando desconfiança sobre a exchange e a queda brusca de preços. Hoje tivemos um problema de saque: a empresa não estava mais dando conta de atender as retiradas. A Binance entrou prometendo dar liquidez para os clientes em troca do controle da FTX”, afirmou ao Seu Dinheiro o CEO do Mercado Bitcoin, Reinaldo Rabelo.
Pedido de socorro
Nietzsche disse: quando você olha muito tempo para o abismo, ele olha para você. Correndo o risco de despencar junto com os clientes, a FTX pediu socorro à Binance.
“Nesta tarde, a FTX pediu nosso auxílio. Eles enfrentam um problema de liquidez significativo. Para proteger os clientes, nós assinamos um acordo inicial de aquisição, manifestando a intenção de adquirir a totalidade da FTX e ajudar a contornar o problema”, disse o chefe da Binance na tarde de hoje.
CZ anunciou que um processo de due diligence — uma revisão nas contas internas da empresa-alvo — será realizado nos próximos dias e alertou que a Binance tem a opção de se retirar do acordo a qualquer momento.
“O que a gente consegue entender desse negócio é que a FTX estava em insolvência por conta dessa crise gerada pela falta de confiança na capacidade de gestão dos próprios recursos e dos recursos dos clientes. Para não quebrar, aceitaram a oferta de CZ”, disse Rabelo, que participou hoje de um evento da Associação Brasileira de Criptoeconomia (ABCripto).
E os saques?
Após noticiar a aquisição, o CEO da FTX explicou que as equipes de ambas as exchanges estão trabalhando para processar todos os saques.
"Nossos times estão trabalhando para processar todos os saques solicitados até agora. Isso resolverá todos os problemas de liquidez, e todos os ativos serão cobertos em proporção 1:1. Essa é uma das principais razões que nos fizeram pedir pela intervenção da Binance. Pode levar um tempo para resolver, pedimos desculpas por isso", disse SBF.
Ele também usou o Twitter para desmentir rumores de que havia um conflito em curso entre ele e CZ. Além disso, SBF esclareceu que o acordo de aquisição não envolve as operações da Binance e da FTX nos Estados Unidos.
E o bitcoin e as outras criptomoedas?
O acordo entre a Binance e a FTX caiu como uma bomba sobre o mercado cripto. O bitcoin (BTC) acelerou as perdas após o anúncio da aquisição e passou a registrar queda da ordem de 15%, enquanto o ethereum (ETH), de 20%.
Já a Solana (SOL) e o FTX Token (FTT) — os criptoativos mais afetados nas últimas 24 horas com a crise da FTX — operam com queda de mais de 30%. Ambos chegaram a subir 11% e 26%, respectivamente, assim que a transação foi divulgada, mas não sustentaram os ganhos.
Para Rabelo, o negócio deve continuar afetando negativamente os preços do bitcoin e de outras criptomoedas no curto prazo.
“Vamos ter um período de queda até que todo mundo tenha clareza do que aconteceu com a FTX, sobre o que a Binance está comprando e o que pretende fazer. Até que esses pontos sejam esclarecidos, vamos ver quem tem esses ativos se desfazendo deles”, afirmou.
O CEO do MB alerta ainda que esse tipo de acordo, que acontece em um momento no qual uma exchange corre o risco de quebrar, coloca todo ecossistema das criptomoedas em xeque.
“Isso afetará os preços como quando a Luna quebrou ou ocorreu o evento com o Celsius porque mostra que o sistema está baseado em alavancagem, o que gera desconfiança em relação às empresas do setor”, acrescentou.
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