Uma maré negativa para os ativos de risco domina os mercados mundiais nesta sexta-feira (23). E, na B3, a corrente é particularmente desfavorável a empresas ligadas ao petróleo, como Petrobras (PETR4), PRIO (PRIO3) e 3R Petroleum (RRRP3).
A commodity registrou perdas de mais de 5% no exterior e abriu um furo no casco do barco das petroleiras, levando as cotações para o fundo do mar.
Por volta das 16h30, a Petrobras é quem puxa a fila das maiores quedas do setor. As ações preferenciais da estatal (PETR4) recuam 6,42%, enquanto as ordinárias (PETR3) caem 7,23%. Com isso, a estatal perde cerca de R$ 30 bilhões em valor de mercado.
Veja como operam as outras petroleiras da B3 e acompanhe aqui a nossa cobertura completa de mercados:
- Petrobras (PETR3): -7,23%
- Petrobras (PETR4): -6,42%
- PRIO (PRIO3): -5,45%
- Petrorecôncavo (RECV3): - 6,41%
- 3R Petroleum (RRRP3): - 5,64%
O que derruba as cotações do petróleo — e da Petrobras
Os dois principais contratos do petróleo operaram em queda ao longo do dia e encerraram as negociações com perdas bruscas. O barril do tipo Brent caiu 4,76%, a US$ 86,15, enquanto o WTI recuou 5,69%, a US$ 78,74.
Pesaram sobre a commodity os temores com a ameaça de recessão global e o aperto monetário promovido em diversos países para combater a inflação generalizada.
Por aqui, o ciclo de alta da taxa Selic terminou oficialmente nesta semana após a última reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central. Nos Estados Unidos, porém, a subida dos juros está apenas começando.
Além disso, até o Japão, referência mundial de estabilidade econômica, precisou interferir no câmbio pela primeira vez em 24 anos. O governo japonês enfrenta uma forte desvalorização do iene frente ao dólar, com uma queda de 23% em 2022.
A moeda norte-americana, aliás, é outro fator que pressionou o petróleo hoje. A valorização de 2,69% da divisa, cotada em R$ 5,251, contribuiu para a queda da commodity no mercado internacional.