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Julia Wiltgen
Julia Wiltgen
Jornalista formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com pós-graduação em Finanças Corporativas e Investment Banking pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Trabalhou com produção de reportagem na TV Globo e foi editora de finanças pessoais de Exame.com, na Editora Abril.
Só deu CRI

Fundos de papel dominam o ranking dos melhores fundos imobiliários de 2021; conheça também os piores FII do ano

Dos dez fundos mais rentáveis, oito são fundos de recebíveis, também chamados de CRI; investimento se beneficiou da alta dos juros e da inflação e é mais defensivo em tempos difíceis

Julia Wiltgen
Julia Wiltgen
2 de janeiro de 2022
18:53 - atualizado às 18:57
casa sobre pilhas de moedas
IFIX fechou 2021 em queda de 2,29%, impactado pela alta dos juros. Imagem: Shutterstock

Pelo segunda vez consecutiva, os fundos imobiliários terminaram o ano no vermelho. Após um tombo de mais de 10% em 2020, os FII fecharam 2021 com uma queda de 2,29%.

E poderia ter sido bem pior, não fosse a recuperação estrondosa desses fundos no mês de dezembro, com o recuo dos juros futuros após a aprovação da PEC dos precatórios e a manifestação dura do Banco Central brasileiro contra a inflação. Com alta de 8,77%, os FII foram os melhores investimentos do mês.

Mas quando eu falo do desempenho dos fundos imobiliários enquanto classe de ativos, estou falando, é claro, da variação do IFIX, o índice que mede o desempenho dos principais FII negociados na bolsa brasileira.

Dentro do índice, cerca de 40% dos FII tiveram desempenho positivo no ano, enquanto o restante viu desempenho negativo.

Só deu CRI

Entre os que se valorizaram, destacaram-se mais uma vez os fundos de papel, também chamados de fundos de recebíveis imobiliários, aqueles que investem em Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e outros títulos de renda fixa com alguma ligação com o mercado imobiliário, como Letras Hipotecárias (LH), Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e até mesmo debêntures de empresas do setor.

Dos dez fundos imobiliários mais rentáveis do ano, oito eram fundos de recebíveis. Este segmento é mais defensivo em épocas de crise no mercado imobiliário, pois os ativos das carteiras desses fundos são títulos de renda fixa, que podem se beneficiar, por exemplo, da alta de juros e de uma inflação mais pressionada.

Os retornos com dividendos desses FII atraíram o investidor pessoa física, de olho na remuneração gorda com proteção contra a inflação e isenção de imposto de renda. Veja a seguir a lista dos dez fundos imobiliários mais rentáveis do IFIX em 2021:

Melhores fundos imobiliários de 2021

Fundo imobiliárioCódigoVariação no ano
Urca Prime RendaURPR1142,52%
Devant Recebíveis ImobiliáriosDEVA1124,91%
Kinea Rendimentos ImobiliáriosKNCR1123,62%
Valora RE IIIVGIR1123,50%
Kinea SecuritiesKNSC1120,27%
Santander Papéis Imobiliários CDISADI1119,07%
Riza Arctium Real EstateARCT1117,89%
Hectare Crédito Estruturado FIIHCTR1117,66%
XP Crédito ImobiliárioXPCI1117,29%
CSHG Prime OfficesHGPO1115,21%
Fonte: B3/Broadcast

Da lista acima, apenas o Riza Arctium Real Estate (ARCT11) e o CSHG Prime Offices (HGPO11) não são fundos de recebíveis. O ARCT11 é classificado como fundo híbrido, mas atualmente investe em galpões logísticos e industriais, e o HGPO11 tem na carteira dois edifícios de lajes corporativas.

Os fundos de CRI dominaram o pódio. O primeiro lugar, o fundo Urca Prime Renda (URPR11), chegou a ser um outlier na lista de desempenhos dos FII do IFIX no último ano, com um retorno acumulado bem maior que o segundo colocado.

Trata-se de um fundo de CRI constituído em dezembro de 2019, com foco em títulos lastreados em empreendimentos imobiliários residenciais (loteamentos, prédios e casas).

Já o Devant Recebíveis Imobiliários (DEVA11) tem mandato amplo, investindo em CRI de quaisquer segmentos, mas o grosso da carteira também tem se voltado aos loteamentos e multipropriedades, que são modalidades residenciais.

Enquanto esses CRIs onde investem os dois primeiros colocados têm remuneração geralmente atrelada à inflação, os CRI do terceiro colocado costumam ser atreladas à variação do CDI, taxa que costuma acompanhar a taxa básica de juros.

O Kinea Recebíveis Imobiliários (KNCR11) prioriza títulos de baixo risco e que paguem um prêmio sobre o CDI, isto é, uma remuneração acima da taxa básica de juros. A alta da Selic, portanto, beneficiou o retorno dos ativos da carteira do fundo, em sua maioria ligados a escritórios e shopping centers, mas também com alguma participação dos segmentos residencial e logístico.

Os azarões do ano

Na outra ponta do IFIX, porém, as perdas dos piores fundos imobiliários tiveram dimensões parecidas com as altas dos melhores FII, mas com sinal trocado.

A lista dos dez piores FII de 2021 foi dominada por fundos de lajes corporativas e fundos de fundos (FOF, na sigla em inglês), fundos imobiliários que investem em outros fundos imobiliários, de diferentes segmentos, ficando expostos aos riscos do mercado de FIIs como um todo.

Foi o caso do segundo e do terceiro piores colocados do IFIX, os FOFs More Real Estate FOF (MORE11) e Kinea FOF (KFOF11).

O outlier para o lado negativo, por sua vez, foi o "amaldiçoado" XP Corporate Macaé (XPCM11), que sofreu um baque em 2019 quando a Petrobras, seu único inquilino, manifestou a intenção de desocupar seu único imóvel, localizado na cidade de Macaé, no Rio de Janeiro, fora dos eixos corporativos tradicionais. Desde então, tem sido ladeira abaixo.

A Petrobras entregou as chaves em dezembro de 2020 e pagou todos os custos rescisórios de forma parcelada. A administração do fundo permanece em busca de um novo inquilino, em um mercado de escritórios com mais de 30% de taxa de vacância.

Piores fundos imobiliários de 2021

Fundo imobiliárioCódigoVariação no ano
XP Corporate MacaéXPCM11-49,52%
More Real Estate FOFMORE11-25,46%
Kinea FOFKFOF11-21,68%
Santander Renda de AluguéisSARE11-20,62%
Bradesco Carteira Imobiliária AtivaBCIA11-19,09%
BTG Pactual Fundo de FundosBCFF11-17,22%
UBS (BR) OfficeRECT11-17,06%
SP DowntownSPTW11-16,13%
Rio Bravo IFIXRBFF11-16,06%
Autonomy Edifícios CorporativosAIEC11-15,85%
Fonte: B3/Broadcast

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