Uma empresa que praticamente dobrou de valor no dia da sua estreia, em fevereiro deste ano. E hoje, pouco mais de seis meses depois, o valor da ação é quase metade do obtido no IPO. Esta é a Mosaico (MOSI3), que controla a plataforma Buscapé, produtora de conteúdo e comparadora preços no ambiente de e-commerce.
E o balanço da empresa, divulgado na noite de ontem, deu mais motivos para que os investidores deixassem de lado, pelo menos por enquanto, a perspectiva promissora que se desenhou na abertura de capital.
No pior momento do pregão, a ação (MOSI3) chegou a desabar quase 10%, indo a R$ 9,51 na mínima do dia. No fim do pregão, porém, o papel conseguiu se recuperar e fechar o dia com alta de 6,64%, a R$ 11,25.
Mesmo assim, a cotação ainda está bem distante do preço do IPO, que foi de R$ 19,80 por ação, no topo da faixa indicativa. No primeiro dia de negociação, o papel fechou acima de R$ 39, e no segundo, acima de R$ 41. Mas, desde então, a curva do gráfico é praticamente um mergulho.
O balanço da Mosaico (MOSI3) no segundo trimestre
A Mosaico reportou lucro de R$ 3,7 milhões no segundo trimestre deste ano, uma queda de 73,5% frente ao mesmo período de 2020.
Além do lucro, a receita da companhia também recuou 19,9%, para R$ 47,2 milhões, na comparação anual. As vendas brutas totais (GMV, na sigla em inglês) da empresa somaram R$ 902,7 milhões, retração de 17,2%.
As despesas operacionais somaram R$ 41,6 milhões, alta de 24,1%, devido ao crescimento dos gastos com publicidade, com pessoal e o aumento de serviços de terceiros.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) recuou 80%, para R$ 4,5 milhões.
CEO de saída
Além de divulgar o balanço, a Mosaico também anunciou que vai substituir o atual CEO, Thiago Flores, por Mauricio Cascão, após aprovação do seu conselho de administração.
Segundo a empresa, o novo executivo tem vasta experiência no segmento de tecnologia e ocupou cargos de liderança em companhias como a AT&T, HP Labs e Mandic Cloud Solutions.
Conheça no vídeo a seguir uma ação com bom potencial de valorização para sua carteira:
E os analistas?
De acordo com a XP, os resultados mais fracos já eram esperados, uma vez que a empresa possui forte base de comparação, além de maior custo de aquisição de clientes devido à competição por tráfego e um ambiente com maiores atividades promocionais (cashback e cupons).
De acordo com os analistas, a queda na receita e no Ebitda ajustado foi um resultado deste conjunto de fatores.
Apesar disso, a casa ainda se mantém otimista com o desempenho futuro da Mosaico, sobretudo por conta das estratégias de cashback e de serviços financeiros, que podem agir como alavancas de crescimento.
A produção de conteúdos pela Buscapé e iniciativas de live commerce também podem gerar bons frutos, projeta a XP.
A casa tem recomendação de compra para Mosaico, com preço-alvo em R$ 38, potencial de alta de 260% sobre o fechamento de ontem.
Para o BTG Pactual, os resultados da Mosaico foram fracos, sobretudo considerando o desempenho do mercado digital no Brasil, que cresceu no período da pandemia e seguiu dando resultados sólidos para concorrentes da companhia.
Mas o banco também se mantém otimista em relação ao futuro da plataforma. Os analistas baseiam suas perspectivas positivas em quatro pontos principais:
- Fornecimento de tráfego, ativo crucial principalmente com a expansão do comércio eletrônico;
- Gama ampla de produtos de tráfego pago;
- Modelo de negócio de baixo valor agregado e altamente lucrativo;
- Plataforma de cashback e serviços financeiros com potencial promissor.
O BTG mantém sua recomendação de Compra para a ação, com preço-alvo de R$ 34.