Independência e mercado aquecido fazem BTG iniciar cobertura de BR Partners recomendando compra
Os analistas destacam os números cada vez melhores do banco fundado em 2009, e projetam valorização de 33% para a ação, mesmo com alta de 50% após IPO
Um banco pequeno e independente, mas que consegue entregar resultados cada vez melhores em um mercado cheio de gigantes brasileiros e estrangeiros. É assim que o BTG Pactual descreve o BR Partners, ao iniciar a cobertura da ação com recomendação de compra.
A entrada no radar do BTG vem pouco mais de um mês após o IPO da BR Partners, e desde então, a Unit tem valorização de 50%, saindo dos R$ 16 precificados na oferta para os R$ 24 atuais.
E os analistas do BTG acreditam que não vai parar por aí. O preço-alvo para os próximos 12 meses é de R$ 32, o que representaria uma alta de mais 33% ante o preço atual, e o dobro do valor no IPO.
Um dos fatores que aumentam a confiança no BR Partners é exatamente sua independência, que segundo o BTG, dá uma vantagem em relação a outras instituições que atuam no mercado de capitais, especialmente em fusões e aquisições.
Essa independência vem da licença que o BR Partners tem para atuar como banco múltiplo. Mas o foco ainda é o mercado de capitais, que responde por 85% das receitas. Mas a possibilidade de oferecer outros produtos, inclusive crédito, credencia o banco a bater de frente com os gigantes, segundo os analistas.
Em relatório, o BTG ressalta que o BR Partners tem conseguido impulsionar sua rentabilidade nos últimos anos, com o retorno sobre patrimônio líquido saindo de 19% em 2019 para 40% no primeiro trimestre de 2021.
E o mercado de capitais aquecido, com várias empresas procurando captar recursos com instrumentos de dívida, deve permitir que o banco continue oferecendo bons números nos próximos períodos.
Veja outra ação que pode entregar bom retorno após ter sucesso em seu IPO:
Mas como todo caminho tem seus obstáculos, o BR Partners tem alguns desafios, na visão do BTG. Um deles é lidar com a volatilidade inerente ao mercado financeiro, que pode, de repente, piorar os resultados da instituição.
Outro ponto é a alta rotatividade em alguns cargos administrativos, o que aumenta a dependência da presença do fundador e CEO Ricardo Lacerda, diz o BTG.
Quanto aos resultados do segundo trimestre, os analistas lembram que os três primeiros meses de 2021 foram os melhores da história do BR Partners, e os números do segundo trimestre a serem divulgados também não devem decepcionar.
Além disso, com a entrada de R$ 400 milhões do IPO, o banco está bem capitalizado. Mas o BTG não descarta que apareçam interessados em comprar o BR Partners. “Muitos bancos digitais e outros distribuidores precisam melhorar sua capacidade de originação”. O valor de mercado da instituição é de R$ 2,5 bilhões.
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