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Sem exterior para dar apoio, bolsa deve ser influenciada pela aprovação do Orçamento e Cúpula do Clima

Na volta de um feriado positivo no exterior, a bolsa brasileira deve esticar as pernas e fazer um alongamento para encarar o dia. Apesar da ausência de maiores indicadores econômicos, os eventos desta quinta-feira (22) serão suficientes para prender a atenção do investidor.

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Para começar, expira hoje o prazo para o presidente da República, Jair Bolsonaro, sancionar o projeto de Lei Orçamentária para 2021. O texto já conta com cinco meses de atraso e, após uma forte tensão entre o Congresso e o Ministério da Economia, o Orçamento finalmente se tornou “exequível”, segundo Paulo Guedes. 

Também tem início hoje a Cúpula do Clima (9h), convocada pelo presidente americano Joe Biden. Ele já tem se mostrado favorável a medidas e apoio a iniciativas de sustentabilidade, e deve reforçar seu ponto na reunião. Os Estados Unidos querem voltar a encabeçar o grupo de países preocupados com o meio ambiente, a começar pelo pacote de estímulos de US$ 2,3 trilhões para infraestrutura, que terá como prioridade iniciativas “verdes”, segundo Biden.

O Brasil deve ficar com cara de mau aluno na reunião, após dados indicarem que o desmatamento da Amazônia no mês de março bateu um recorde. Além disso, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, também deve ser citado na reunião como um mau exemplo. Ele é conhecidamente favorável às madeireiras da região amazônica e está sofrendo pressão para ser retirado do cargo. 

Enquanto Bolsonaro pretende fazer um apelo para receber recursos voltados à manutenção do meio ambiente, artistas e entidades pedem que Biden não dê dinheiro para Bolsonaro a menos que tome medidas concretas para frear o desmatamento. 

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Neste cenário, à espera de maiores desdobramentos sobre a Cúpula, o Ibovespa futuro opera em alta de 0,53%, aos 120,920 pontos. Enquanto isso, o dólar a vista recua 0,81%, cotado a R$ 5,524.

Confira esses e outros destaques para o dia de hoje:

Brasil no exterior

O EWZ, principal ETF (fundo de índice) do Brasil negociado em Nova York subiu levemente, com alta de 0,23%, mesmo durante o rali das bolsas americanas. Apesar do otimismo do exterior, é pouco provável que o Ibovespa se deixe levar para cima, em meio a um noticiário doméstico mais caótico.

Cúpula do Clima

Começa hoje a Cúpula do Clima convocada pelo presidente americano Joe Biden. A Expectativa é de que o Brasil, representado pelo presidente Jair Bolsonaro, esteja no “banco dos réus” do desmatamento global. 

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Diversos artistas e ativistas pelo meio ambiente assinaram uma carta pedindo para o presidente americano não enviar dinheiro para o combate ao desmatamento da Amazônia. Na visão deles, o presidente Bolsonaro não está cumprindo seu papel de protetor das florestas nacionais, ponto que deve ser levantado durante a reunião. 

O Brasil bateu recorde de desmatamento para o mês de março, de acordo com dados do Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia). O ministro do meio ambiente, Ricardo Salles, também deve ser citado nas conversas sobre corte ilegal de madeira. 

Temos Orçamento

O Ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o Orçamento para 2021 é “exequível” (que pode ser executado), após discussões acaloradas com o Congresso. O acordo político destravou os gastos para os programas da covid sem a necessidade de acionamento do estado de calamidade.

Esses gastos, que incluem uma nova rodada do benefício para trabalhadores que tiverem os salários cortados (BEm) ou contratos suspensos e uma nova linha de crédito para micro e pequenas empresas (Pronampe), ficarão fora do cálculo da meta fiscal. Essas despesas serão pagas com crédito extraordinário, de acordo com a lei sancionada pelo presidente, Jair Bolsonaro.

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IPO da PicPay

Enquanto o mercado brasileiro estava fechado durante o feriado de Tiradentes, o Picpay resolveu protocolar sua oferta primária de ações (IPO, na sigla em inglês) na bolsa americana. O aplicativo atingiu recentemente a marca de 50 milhões de usuários e deve se lançar no mercado com o código PICS. O valor da oferta, que deve acontecer ao longo do mês que vem, ainda não foi definido.

Lojas Americanas vai às compras

A Lojas Americanas anunciou a compra do Grupo Uni.co, dono das marcas Imaginarium, MinD, Lovebrands e Puket. A concretização do negócio, que ainda depende de aprovação do Cade, entre outros, fará com que a Americanas amplie o sortimento em "verticais estratégicas" e de alta frequência, como moda, acessórios, presentes e design. O anúncio foi feito após o fechamento do mercado na terça-feira (20) e deve refletir na bolsa hoje. 

Bolsas pelo mundo

As bolsas da Ásia fecharam majoritariamente em alta na manhã desta quinta-feira, puxadas por um dia positivo em Nova York. Apesar dos sinais de que a economia norte-americana está voltando a se aquecer, a covid-19 está no radar. A Índia é o principal país onde a doença se alastra na região, batendo recordes globais de contaminação. O Brasil também está na mira dos investidores como um péssimo exemplo de luta contra o coronavírus. 

Os índices europeus também operam em alta nesta manhã, à espera da decisão do Banco Central Europeu (BCE) sobre a política econômica. Mesmo com os balanços regionais das empresas do Velho Continente desanimando, os investidores focam nos pedidos de auxílio-desemprego dos EUA. 

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Por fim, os futuros de Nova York operam com leve queda, próximos da estabilidade. A forte alta dos índices de Wall Street no pregão de ontem deve fortalecer o movimento de correção de hoje, enquanto os investidores esperam a divulgação de dados do emprego. 

Agenda do dia

Confira os principais eventos e indicadores para esta quinta-feira (22):

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