‘O centrão vai fazer o Bolsonaro sangrar e a esquerda trabalhar para ele. Isso é diabólico’, diz o economista Eduardo Giannetti
Em entrevista exclusiva ao podcast RadioCash, o economista opina sobre a conjuntura da CPI da Covid, eleições de 2022 e o impacto da política monetária global, confira:
![Eduardo Giannetti](https://media.seudinheiro.com/uploads/2020/03/Eduardo-Giannetti-715x401.jpg)
“O jogo do parasita, que é o centrão, é sempre o mesmo. Gruda no hospedeiro, espera ele enfraquecer e depois o destrói, sem matar. O centrão fará o Bolsonaro sangrar, e vai fazer a esquerda trabalhar para eles”. Essa é a leitura do economista, escritor e pesquisador Eduardo Giannetti, em relação à CPI da Covid.
Em entrevista exclusiva ao RadioCash, o podcast de mercado financeiro produzido pela Empiricus e pela Vitreo, Giannetti divide sua análise da conjuntura da CPI da Covid, que busca apurar ações do governo durante a pandemia e trazer repasses de verbas federais para estados e municípios.
Você pode conferir a entrevista completa abaixo, apertando o play, ou continuar comigo. A seguir, te conto o que rolou de mais interessante no episódio do RadioCash:
Segundo análise do economista, a CPI da Covid foi criada com as melhores das intenções, mas quem ganha com isso é o Centrão. Esse grupo político está próximo de fazer com que Bolsonaro se curve para conseguir o mínimo de governabilidade para concluir seu mandato. Sobre o momento atual da política brasileira, Giannetti comenta:
“Estamos de novo prostrados, sem horizonte, numa situação angustiante, ainda mais com esse quadro trágico de obscurantismo e negacionismo no meio de uma pandemia. Agora, não vamos confundir o momento com o que há de permanente. Não vamos confundir a conjuntura com a realidade de uma cultura.”
Depois do auge, a queda
Giannetti, que é autor de livros que investigam a identidade nacional, como Trópicos Utópicos, explica para os ouvintes do podcast sobre o ciclo vicioso característico no Brasil. Segundo ele, o país é marcado por períodos de euforia e exuberância seguidos de depressão e crises econômicas. Ele dá exemplos:
- Os “50 anos em 5” de Juscelino Kubitschek, sucedidos pelo quadro de descalabro fiscal e inflacionário e pelo Golpe Militar;
- Os “milagre econômico” da ditadura militar, que foi sucedido por uma “década perdida” de inflação crônica e corrupção;
- Recentemente, o início do início do governo Lula, que representou um grande desenvolvimento social e econômico, que terminou com a recessão econômica de 2015 e o impeachment de Dilma Rousseff.
De acordo com o pesquisador, esse quadro se agravou muito com a eleição polarizada de 2018. Durante o podcast, o economista também divide suas opiniões quanto à presença de Guedes no governo e sobre a sua capacidade de execução da agenda liberal. Saiba mais clicando aqui.
Quando a crise vai acabar?
Para Giannetti, ao que tudo indica, já que estamos passando pelo pior e devemos entrar em um período de euforia no futuro. Esse momento exige que o país reflita sobre seus erros.
“Da próxima vez que tudo nos favorecer, esse ciclo de euforia, de descontrole, que leva ao desastre em que terminaram os momentos mágicos de Juscelino, de milagre econômico e de Lula, vamos construir as bases para que isso seja sempre realidade. É a formação de capacidades humanas, redução da desigualdade, saneamento, saúde pública, educação, transporte coletivo... Vamos colocar o estado brasileiro a serviço do futuro e não a serviço de si próprio”.
Durante o podcast, o economista também contou um pouco sobre suas perspectivas para as eleições de 2022. Segundo Giannetti, ainda tem muita água para rolar, mas ele espera que a sociedade se una em nome de três valores fundamentais: a defesa da democracia, a redução da desigualdade e a preservação do meio ambiente.
O economista explica cada ponto defendido por ele no episódio do RadioCash que foi ao ar nesta semana. Convido você a escutar o que ele tem a falar. É um bate-papo recheado de referências, conteúdo e muito conhecimento. Confira:
Qual será o impacto da alta de juros no mundo?
Nos últimos momentos do podcast, Eduardo Giannetti explica sobre os possíveis reflexos da extravagante política fiscal e monetária adotada durante uma pandemia, principalmente pelos EUA, que aprovou um pacote trilionário para recuperar a economia.
De acordo com Giannetti, o esforço dos governos e bancos centrais que vimos em 2008/2009 para mitigar a crise global é pequeno comparado com o que está em curso neste momento.
Para ele, esse é um grande experimento econômico em tempo real, que pode trazer de volta a inflação.
“Ninguém tem a menor ideia do que pode resultar de uma expansão fiscal da ordem que foi feita no combate à pandemia. Eu ficaria muito surpreso se disso não resultar em uma experiência inflacionária. Não necessariamente de preços, mas pelo menos de ativos”, afirma o economista.
Se você busca aprender sobre economia de maneira leve e bem humorada, recomendo escutar esse episódio do RadioCash. Não é todo dia que você tem a chance de conhecer a leitura de mercado de uma das maiores referências do Brasil sobre o tema. Basta clicar no play abaixo ou ouvir por meio do Spotify. Você não vai se arrepender!
Como os trens do Rio de Janeiro se transformaram em uma dívida bilionária para a Supervia que o BNDES vai cobrar na Justiça
O financiamento foi concedido à concessionária em 2013, para apoiar a concessão do serviço de transporte via trens urbanos na região metropolitana do estado
Lula sanciona criação de título de renda fixa isento de IR para pessoa física para estimular indústria
O projeto apresentado pelo governo federal que institui a LCD foi aprovado neste ano pelo Congresso Nacional
Casa própria ameaçada no Minha Casa Minha Vida? Com orçamento pressionado, governo deve voltar a apertar regras e limitar financiamentos de imóveis usados
O governo estuda alterar as regras para priorizar o financiamento de imóveis novos
Mega-Sena acumula e Lotofácil faz mais um milionário, mas o maior prêmio da noite vem de outra loteria
Enquanto a Mega-Sena e a Quina “se fazem” de difíceis, a Lotofácil continua justificando o nome e distribuindo prêmios na faixa principal
Tributação dos super ricos é prioridade para o Brasil, diz Haddad na reunião do G20
Cooperação internacional é a aposta da área financeira nesta edição do encontro das 20 maiores economias do mundo
Compras na internet: como a “fraude amigável” está gerando um prejuízo de US$ 100 bilhões por ano para o varejo dos EUA
O golpe acontece quando o consumidor faz uma compra na internet com cartão de crédito e, quando recebe o produto ou serviço, solicita o estorno
A privatização da Sabesp (SBSP3) não foi suficiente? Tarcísio agora fala em vender a Petrobras (PETR4) e o Banco do Brasil (BBAS3), mas não tem a caneta
O governador de São Paulo acredita que há espaço para avançar nas privatizações de companhias estatais no Brasil inteiro
Eleições nos EUA não devem afetar relações com o Brasil, diz Haddad; ministro busca parceiros ‘além da China’ e fala em acordos com União Europeia
Haddad destacou que não existe transformação ecológica sem novos instrumentos financeiros e cita os ‘green bonds’ do governo
Depois de mais de 2 anos encalhada, loteria mais difícil de todos os tempos sai pela primeira vez e paga o segundo maior prêmio da história
Abandonado numa caderneta de poupança, o segundo maior prêmio individual da história das loterias no Brasil renderia cerca de R$ 1,5 milhão por mês
Banco Central vai seguir na regulação independente do PL sobre os criptoativos, diz técnico da autoridade monetária
Segundo Nagel Paulino, BC pretende concluir a sua estratégia regulatória de criptoativos até o início de 2025