Fed mantém juros e ritmo de estímulos, mas fala de Powell pesa nos mercados
Presidente do Federal Reserve vê um longo caminho até que a economia americana se recupere dos impactos do coronavírus

Nesta quarta-feira (27), o Comitê Federal de Mercado Aberto do Federal Reserve (Fomc, na sigla em inglês) manteve inalterada a sua taxa básica de juros, entre 0% e 0,25% ao ano, em sua primeira reunião de 2021. Esse patamar deve se manter até que os Estados Unidos voltem a atingir o "máximo emprego".
Embora o comunicado e a decisão tenham vindo em linha com o esperado pelo mercado, a projeção pessimista para a velocidade de recuperação econômica fez as bolsas aprofundarem a queda.
Na leitura do Banco Central americano, a economia dos Estados Unidos tem apresentado um ritmo moderado de recuperação nos últimos meses, ainda sobre o impacto da pandemia do coronavírus, que continua a pesar na atividade, nível de emprego e inflação. O Fed espera que a velocidade da recuperação econômica acompanhe o progresso das campanhas de vacinação no país.
Em discurso, após a divulgação do comunicado, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, afirmou que os níveis gerais de atividade ainda se mantém abaixo do nível pré-pandemia e que a incerteza segue alta, mas que a economia tem se mostrado mais resiliente do que o esperado.
O BC americano também informou que irá continuar aumentando a sua carteira de ativos em pelo menos US$ 120 bilhões por mês e a decisão se manterá até que a economia do país mostre uma recuperação com relação às metas de emprego e inflação e que monitora de perto o impacto da pandemia no país.
Recentemente, houve uma preocupação do mercado com a redução no ritmo de compras de bônus. No entanto, Powell garantiu que esse movimento será feito de forma "bastante gradual".
Leia Também
O comunicado da decisão também traz um compromisso do Fed em manter a política monetária acomodatícia até que a inflação atinja o patamar dos 2% e se mantenha neste nível por "algum tempo" e o mercado de trabalho se recupere. Em seu discurso, Powell afirmou que ainda é preciso percorrer um longo caminho até o patamar desejado.
Após a fala de Powell, as bolsas americanas, que operam em queda desde o início do dia, aprofundaram a queda. O S&P 500 chegou a tocar a mínima do dia durante o discurso. Por volta das 16h50, o Dow Jones recuava 2,03%, o Nasdaq tinha queda de 2,37% e o S&P 500 liderava as perdas ao cair 2,57%.
O Ibovespa, que havia se descolado do clima tenso no exterior, voltou a operar em queda, recuando 0,05%, aos 116.415,04 pontos. Já o dólar aprofundou a alta, avançando 1,44%, a R$ 5,4036
Tony Volpon: EUA, novo mercado emergente
Não tenham dúvidas: chegamos todos na beira do abismo neste mês de abril. Por pouco não caímos.
Tudo tem um preço: Ibovespa tenta manter o bom momento, mas resposta da China aos EUA pode atrapalhar
China nega que esteja negociando tarifas com os Estados Unidos e mercados internacionais patinam
A tarifa como arma, a recessão como colateral: o preço da guerra comercial de Trump
Em meio a sinais de que a Casa Branca pode aliviar o tom na guerra comercial com a China, os mercados dos EUA fecharam em alta. O alívio, no entanto, contrasta com o alerta do FMI, que cortou a projeção de crescimento americano e elevou o risco de recessão — efeito colateral da política tarifária errática de Trump.
Rodolfo Amstalden: Seu frouxo, eu mando te demitir, mas nunca falei nada disso
Ameaçar Jerome Powell de demissão e chamá-lo de frouxo (“a major loser”), pressionando pela queda da taxa básica, só tende a corromper o dólar e alimentar os juros de longo prazo
Agora 2025 começou: Ibovespa se prepara para seguir nos embalos da festa do estica e puxa de Trump — enquanto ele não muda de ideia
Bolsas internacionais amanheceram em alta nesta quarta-feira diante dos recuos de Trump em relação à guerra comercial e ao destino de Powell
Bitcoin engata alta e volta a superar os US$ 90 mil — enfraquecimento do dólar reforça tese de reserva de valor
Analistas veem sinais de desacoplamento entre bitcoin e o mercado de ações, com possível aproximação do comportamento do ouro
Orgulho e preconceito na bolsa: Ibovespa volta do feriado após sangria em Wall Street com pressão de Trump sobre Powell
Investidores temem que ações de Trump resultem e interferência no trabalho do Fed, o banco central norte-americano
Trump x Powell: uma briga muito além do corte de juros
O presidente norte-americano seguiu na campanha de pressão sobre Jerome Powell e o Federal Reserve e voltou a derrubar os mercados norte-americanos nesta segunda-feira (21)
Bitcoin (BTC) em alta: criptomoeda vai na contramão dos ativos de risco e atinge o maior valor em semanas
Ambiente de juros mais baixos costuma favorecer os ativos digitais, mas não é só isso que mexe com o setor nesta segunda-feira (21)
A bolsa de Nova York sangra: Dow Jones cai quase 1 mil pontos e S&P 500 e Nasdaq recuam mais de 2%; saiba o que derrubou Wall Street
No mercado de câmbio, o dólar perde força com relação a outras moedas, atingindo o menor nível desde março de 2022
Agenda econômica: é dada a largada dos balanços do 1T25; CMN, IPCA-15, Livro Bege e FMI também agitam o mercado
Semana pós-feriadão traz agenda carregada, com direito a balanço da Vale (VALE3), prévia da inflação brasileira e reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN)
Powell na mira de Trump: ameaça de demissão preocupa analistas, mas saída do presidente do Fed pode ser mais difícil do que o republicano imagina
As ameaças de Donald Trump contra Jerome Powell adicionam pressão ao mercado, mas a demissão do presidente do Fed pode levar a uma longa batalha judicial
Você está demitido: Donald Trump segue empenhado na justa causa de Jerome Powell
Diferente do reality “O Aprendiz”, o republicano vai precisar de um esforço adicional para remover o presidente do Fed do cargo antes do fim do mandato
Show de ofensas: a pressão total de Donald Trump sobre o Fed e Jerome Powell
“Terrível”, “devagar” e “muito político” foram algumas das críticas que o presidente norte-americano fez ao chefe do banco central, que ele mesmo escolheu, em defesa do corte de juros imediato
Que telefone vai tocar primeiro: de Xi ou de Trump? Expectativa mexe com os mercados globais; veja o que esperar desta quinta
Depois do toma lá dá cá tarifário entre EUA e China, começam a crescer as expectativas de que Xi Jinping e Donald Trump possam iniciar negociações. Resta saber qual telefone irá tocar primeiro.
Por essa nem o Fed esperava: Powell diz pela primeira vez o que pode acontecer com os EUA após tarifas de Trump
O presidente do banco central norte-americano reconheceu que foi pego de surpresa com o tarifaço do republicano e admitiu que ninguém sabe lidar com uma guerra comercial desse calibre
Até tu, Nvidia? “Queridinha” do mercado tomba sob Trump; o que esperar do mercado nesta quarta
Bolsas continuam de olho nas tarifas dos EUA e avaliam dados do PIB da China; por aqui, investidores reagem a relatório da Vale
Felipe Miranda: Do excepcionalismo ao repúdio
Citando Michael Hartnett, o excepcionalismo norte-americano se transformou em repúdio. O antagonismo nos vocábulos tem sido uma constante: a Goldman Sachs já havia rebatizado as Magníficas Sete, chamando-as de Malévolas Sete
Agenda econômica: PIB da China, política monetária na Europa e IGP-10 são destaques em semana de balanços nos EUA
Após dias marcados pelo aumento das tensões entre China e Estados Unidos, indicadores econômicos e os balanços do 1T25 de gigantes como Goldman Sachs, Citigroup e Netflix devem movimentar a agenda desta semana
Taxa sobre taxa: Resposta da China a Trump aprofunda queda das bolsas internacionais em dia de ata do Fed
Xi Jinping reage às sobretaxas norte-americanas enquanto fica cada vez mais claro que o alvo principal de Donald Trump é a China