Caetano Veloso conta que a única música que compôs enquanto esteve preso pela ditadura militar, entre 1968 e 1969, foi “Irene”.
A canção, que fala sobre a vontade do músico de rever uma de suas irmãs, parte do ponto de vista de um artista em isolamento, que vê na risada de uma pessoa querida um sinônimo de conforto e normalidade.
Para Caetano, a volta a uma vida normal só seria concretizada três anos depois. Os dois meses de prisão foram seguidos por pouco tempo livre no Brasil e um exílio na Inglaterra.
Desde março de 2020, o músico vive um outro isolamento — embora nem um pouco grave como aquele dos anos de chumbo, do ponto de vista pessoal. O artista, inclusive, já avisou que vem compondo.
Caetano não é o único a trabalhar com a perspectiva de uma rotina de shows. O mercado financeiro também foca seus esforços de olho na volta de grandes eventos e tudo aquilo que até pouco tempo atrás fazia parte da nossa realidade.
Conforme aumentam as chances de uma volta à normalidade — que não inclua inflação em descontrole —, os investidores vão às compras. Nesta semana, a tese de que tudo ficará bem avançou no mercado local e o Ibovespa chegou ao patamar recorde de 130 mil pontos.
Mas por que acreditar que tudo vai voltar ao normal em breve? O Victor Aguiar conta nesta matéria, com o balanço do desempenho dos mercados nesta semana.
1 - A pedida para junho
Qual ação é a melhor pedida para este mês? Nesta semana, a repórter Larissa Vitória trouxe as ações favoritas das corretoras para junho.
A matéria faz parte do especial “Ação do Mês”, feita a partir de uma consulta que o Seu Dinheiro faz com as principais corretoras do país para descobrir quais são as apostas para o período.
Dentro das carteiras recomendadas, normalmente com até 10 ações, os analistas indicam as suas três prediletas. Com o ranking nas mãos, a reportagem seleciona as ações que contaram com pelo menos duas indicações.
A seleção de junho tem uma velha conhecida dos brasileiros que, após enfrentar perdas expressivas nos últimos meses, está de volta ao pódio. Confira o ranking.
2 - A ação para a nova crise
O alerta de emergência hídrica emitido pelo governo federal há pouco mais de uma semana despertou a preocupação de parte do mercado. O receio é que aconteça o mesmo que em 2001: um enorme racionamento de energia que custou ao país cerca de R$ 45 bilhões de reais, segundo o Tribunal de Contas da União (TCU).
Desta vez, o problema é ainda maior, porque a atividade econômica está muito abalada. Uma nova paralisação de indústrias e comércio por causa da falta de água no sistema tornaria ainda mais difícil a recuperação do PIB e do mercado de trabalho.
Ainda que a perspectiva assuste e impacte diversas companhias, existem modelos de negócios que são beneficiados com menor geração hidrelétrica no país.
O colunista Ruy Hungria falou a respeito dessas empresas e citou a ação que pode ser uma boa escolha diante desse risco.
3 - A batalha das concessões
Quando se pensa em prazos um pouco mais longos, faz todo sentido lembrar das empresas de infraestrutura, que assinam concessões de 20 ou 30 anos.
Com o negócio, essas companhias fortalecem o fluxo de caixa, mas têm uma série de obrigações para cumprir.
Na agenda de 2021 há uma série de leilões de concessão e ao menos duas grandes empresas na disputa: Ecorodovias, que estuda uma oferta pública de ações, e CCR.
Nesta matéria você confere uma análise das duas companhias, as disputas que ambas devem travar em breve e o que cada uma delas quer.
4 - O acionista especial
Até o final do ano que vem, Americanas e Inter terão ações listadas nos Estados Unidos. Serão estrangeiras no país norte-americano. A decisão das companhias voltou a esquentar o debate sobre o chamado "voto plural" no Brasil.
Ambas as empresas citaram o mecanismo, permitido nos EUA, entre os motivos para listar seus papéis em bolsas americanas — por ora, apenas o Inter confirmou a escolha da Nasdaq.
Com isso, os principais sócios terão uma classe de ações que dão direito a um maior número de votos que as demais, o que possibilita manter o controle sobre os rumos da empresa mesmo com uma participação menor que 50% do capital.
Veja nesta matéria o prós e contras do mecanismo e como ele pode ser colocado em prática no Brasil.
5 - Desbancando mitos
Os mitos que rondam as criptomoedas são muitos. Por ser um ativo relativamente novo, os investidores, ao mesmo tempo em que são atraídos pela possibilidade de ganhos estratosféricos, podem acreditar em histórias que não são totalmente verdadeiras.
O Renan Souza separou 10 pontos nesta matéria para você não ter dúvidas do que se trata o ativo e ajudar os amigos em eventuais conversas de bar (ou de zoom).
Ele responde, entre outras coisas, se bitcoin seria "dinheiro de tráfico", se as criptomoedas são muito poluentes e se esse tipo de ativo é de fato impossível de ser rastreado. Recomendo a leitura!
Bom sábado para você.
Este artigo foi publicado primeiramente no "Seu Dinheiro no sábado". Para receber esse conteúdo no seu e-mail, cadastre-se gratuitamente neste link.