Depois de três altas seguidas, o Ibovespa pode ceder a um movimento de alta mais limitado, como tem acontecido no exterior. Por aqui, o destaque principal segue sendo a repercussão da temporada de balanços, mas notícias positivas envolvendo a aquisição de vacinas pode dar um fôlego extra aos negócios.
No exterior, a expectativa é pela decisão de política monetária do Banco da Inglaterra e novidades na negociação do pacote fiscal nos Estados Unidos.
Destravando a agenda
O otimismo dos investidores com o resultado das eleições legislativas fez com que a bolsa brasileira engatasse o seu terceiro dia de alta expressiva.
Depois do pleito, os investidores ficaram de olho nos primeiros passos de Arthur Lira e Rodrigo Pacheco, novos chefes das casas legislativas.
Em carta, Lira e Pacheco endereçaram uma preocupação frequente do mercado, o auxílio emergencial. Os parlamentares afirmaram que o tema será discutido com especialistas e reforçaram o compromisso com o teto de gastos.
O governo federal também se movimentou após a consolidação do resultado, enviando ao Legislativo uma lista de projetos prioritários da agenda. O documento conta com o andamento das reformas já em tramitação e a MP que propõe a privatização da Eletrobras.
Com isso, o Ibovespa teve alta de 1,26%, aos 119.724,72 pontos. Já o dólar teve um dia de grande instabilidade e terminou o dia em alta de 0,29%, a R$ 5,37.
Leque de opções
A velocidade da campanha de vacinação contra a covid-19 pelo mundo segue sendo um ponto de atenção, mas hoje notícias positivas envolvendo o tema devem trazer alívio aos negócios.
O governo brasileiro negocia 30 milhões de doses da vacina Sputnik V, fabricada pela Rússia. Para facilitar a aquisição das doses, a Anvisa simplificou o processo para conceder o aval de utilização, derrubando a obrigatoriedade da existência de testes de fase três no país. Se a negociação caminhar, o imunizante deve estar disponível já em fevereiro.
De olho nos resultados
Devemos ter mais um dia de repercussão dos resultados do 4º trimestre. Depois de Itaú e Santander, ontem a noite foi a vez do Bradesco divulgar os seus números.
Embora o banco tenha apresentado um recuo de 24,8% no lucro na base anual, a companhia apresentou uma alta inesperada doo resultado nos últimos três meses do ano.
A Vale, que divulgou o seu resultado de produção de 2020, também deve ficar na mira do mercado. Mesmo com a queda de 0,5% na produção de minério de ferro em 2020, a mineradora espera atingir a sua meta em 2022. Ainda no noticiário corporativo, os investidores aguardam a divulgação de um acordo definitivo entre a companhia e o governo de Minas Gerais sobre Brumadinho.
No exterior, a temporada de balanços também interfere no ritmo das negociações. Na Europa, temos os resultados trimestrais de Deutsche Bank, Shell e Unilever. Nos Estados Unidos, Ford e Gilead divulgam os números após o fechamento dos mercados.
Pé no freio
Após alguns dias de recuperação, as bolsas americanas fecharam a quarta-feira mistas e próximas da estabilidade.
Essa falta de fôlego mexeu diretamente com os negócios na Ásia. Em dia de agenda fraca, os investidores preferiram seguir o movimento de realização de lucros visto em Nova York e as bolsas do continente fecharam em queda.
A repercussão da temporada de balanços sustenta as bolsas europeias no azul nesta manhã, ainda que sem muito fôlego para ganhar patamares mais elevados. Na região, temos também uma expectativa pela decisão de política monetária do Banco da Inglaterra.
Os índices futuros em Wall Street também sustentam uma leve alta, de olho nas negociações entre democratas e republicanos em torno do pacote fiscal de US$ 1,9 trilhão.
Agenda
Na agenda do dia, o destaque fica com os dados de produção do setor automobilístico em janeiro (10h).
Lá fora, os investidores aguardam os pedidos semanais de auxílio-desemprego (10h30) e a decisão de política monetária do Banco da Inglaterra (9h)