Os preços das ações na bolsa brasileira refletem um cenário bastante inóspito e hoje uma série de boas empresas estão negociando a valores bem interessantes. A avaliação positiva para a renda variável vem de um peso-pesado do mercado: a Verde Asset, do gestor Luis Stuhlberger.
O lendário fundo, que acumula um retorno de quase 19.000% desde 1997 (mais de seis vezes o CDI do período), tem aproveitado para aumentar a exposição em bolsa "seletivamente e com disciplina".
Para a gestora, a dinâmica de fluxos para a bolsa, até recentemente bastante favorável, agora sofre com aumento da taxa básica de juros (Selic) e má performance recente das empresas que vieram a mercado. O Ibovespa, principal índice de ações da B3, acumula queda de quase 5% em 2021.
O Verde também considera que há um certo exagero no pessimismo com os juros reais no Brasil e tem aumentado gradativamente alocações nesse mercado.
“Nos parece que as curvas (e o Banco Central) estão muito focadas na inflação corrente, ignorando uma provável desaceleração econômica em curso, fruto da perda de renda real do consumidor, ainda antes do efeito completo da alta de juros tenha sido sentido.”
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Na visão da gestora, o mundo e os mercados continuam a oscilar à mercê de desequilíbrios múltiplos causados pela reação à pandemia.
As políticas nada sincronizadas na gestão da covid-19 entre diferentes países do mundo é uma das razões para o desequilíbrio entre demanda e oferta de uma série de produtos da economia, segundo o Verde.
“Em meio a esse xadrez multidimensional, temos mantido a disciplina de alocação quando os preços exageram para um lado ou para o outro”, escreveram os gestores, na carta mensal aos investidores
Retorno do Verde
Depois de ganhar com a aposta de alta no mercado de juros nos EUA e Europa, o Verde reduziu um pouco as posições, embora ainda acredite que a direção das taxas é para cima. As perdas do fundo em setembro vieram das posições em ações no Brasil.
No mês passado, o Verde teve perda de 0,12% e agora acumula um retorno de 1,49% no ano, abaixo dos 2,51% do CDI, o indicador de referência.
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