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Fed indica data para redução de estímulos e tira bolsas das máximas, mas alívio com Evergrande faz Ibovespa subir quase 2%

Federal Reserve

Nos últimos meses, o mercado financeiro global trabalhou incessantemente com a leitura de sinais em busca de uma única resposta — o momento exato em que o Federal Reserve iria pisar no freio e começar a retirar os estímulos trazidos pela pandemia. 

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Cada novo dado econômico e discurso de dirigente, com direito a voto ou não nas reuniões, foi analisado com lupa, trazendo muita volatilidade ao mercado global. Mas ler nas entrelinhas pode deixar de ser tão necessário daqui para frente. 

Em seu discurso após a decisão do Federal Reserve de manter a taxa básica de juros inalterada, Jerome Powell indicou que a redução do ritmo de compra de ativos, medida que traz liquidez ao mercado, pode se iniciar já na próxima reunião, em novembro. Pela reação vista de imediato, a data não agradou. 

Enquanto o comunicado da decisão levou as bolsas globais às máximas ao indicar que o movimento de aperto monetário aconteceria “em breve”, ampliando o otimismo visto no começo do dia com a melhora de perspectivas para a chinesa Evergrande, o pronunciamento de Powell arrefeceu o ânimo dos investidores. 

O chefe do BC americano voltou a falar sobre o impacto da variante delta na economia e a importância da vacinação para que as metas de inflação e mercado de trabalho sejam alcançadas. Também indicou que o martelo não foi batido em torno do assunto, mas deixou claro que a retirada será feita de forma gradual. 

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Depois de  ultrapassar os 113 mil pontos, o Ibovespa desacelerou, assim como as bolsas em Nova York, e fechou o dia em alta de 1,84%, aos 112.282 pontos, ajudado também pela alta de mais de 16% do minério de ferro. O dólar à vista, que operou com grande instabilidade ao longo de todo o dia, refletindo a cautela com a decisão do Fed, passou a subir e encerrou a sessão com avanço de 0,34%, a R$ 5,3041. 

Confira também alguns destaques do noticiário corporativo:

Tecla SAP

Por aqui, o mercado acompanhou a formação da comissão que deve encaminhar a pauta dos precatórios no Congresso. Com a expectativa de que o Comitê de Política Monetária (Copom) siga o plano já desenhado desde a última reunião, uma elevação de um ponto percentual, os próximos passos do BC brasileiro acabaram ficando em segundo plano. 

Recentemente, Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, afirmou que o Comitê tem os olhos voltados para o longo prazo e não deve reagir a cada novo dado divulgado, se referindo aos números salgados da inflação dos últimos meses. Para Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha Investimentos, o mercado olha agora para o tom do comunicado, principalmente após os sinais mais bem delimitados do Fomc, já que uma elevação de juros lá fora tem impacto direto na atratividade dos países emergentes.

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Aproveitando o alívio visto no exterior, os contratos de DI de médio e longo prazo fecharam o dia em queda. Confira os principais vencimentos:

Na mesa de negociações

Por ora, a gigante incorporadora chinesa Evergrande conseguiu afastar o temor de consequências mais graves para a crise de liquidez que atinge a companhia. Uma unidade da imobiliária afirmou que pagará os juros da dívida que vence nesta quinta-feira (23), dando espaço e tempo para que a empresa encontre soluções mais duradouras para administrar a dívida de mais de US$ 300 bilhões. 

Além disso, o governo da China voltou a fazer uma injeção de capital no sistema financeiro de cerca de US$ 18,5 bilhões, como forma de tentar manter o pânico longe das mesas de negociação. A expectativa do mercado agora é de que a companhia seja transformada em uma estatal e passe por uma reorganização.

O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, endereçou o tema em sua tradicional coletiva após a decisão. Para Powell, o risco de um impacto maior na economia americana é limitado já que a exposição à economia chinesa é predominante. 

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Respiro de alívio

Depois de diversos pregões exercendo pressão negativa, as commodities voltaram a ter um papel positivo importante para o Ibovespa. 

Com alívio de parte do temor em torno da Evergrande, o minério de ferro teve um dia de forte recuperação no porto de Qingdao, retomando o patamar dos US$ 100 por tonelada ao subir 16,84%, a US$ 108,70. 

Mas isso não significa que os dias de queda chegaram ao fim. É bom lembrar que o governo chinês ainda pressiona e intervém na produção de aço, levando a uma queda da demanda da commodity. 

Não foi somente o minério de ferro que teve espaço para brilhar. O barril de petróleo também fechou o dia em alta de 2%, impulsionando companhias como Petrobras e PetroRio. 

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Sobe e desce do Ibovespa

Puxadas pela recuperação do minério, as siderúrgicas apresentaram alta expressiva nesta quarta-feira e comandaram os principais desempenhos do dia. Confira as principais altas:

CÓDIGONOMEVALORVAR
USIM5Usiminas PNAR$ 15,248,70%
AZUL4Azul PNR$ 36,658,34%
CIEL3Cielo ONR$ 2,497,79%
PRIO3PetroRio ONR$ 20,747,68%
GOAU4Metalúrgica Gerdau PNR$ 11,845,90%

As ações das operadoras de saúde NotreDame Intermédica e Hapvida lideraram as quedas do dia em meio às investigações da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) acerca da distribuição de remédios ineficazes contra a covid-19 durante a pandemia. A principal investigada é a Prevent Senior, mas o presidente da operadora, Pedro Benedito, citou Anderson Nascimento, diretor da Hapvida, durante seu depoimento. Confira também as maiores quedas:

CÓDIGONOMEVALORVAR
GNDI3NotreDame Intermédica ONR$ 79,66-3,77%
HAPV3Hapvida ONR$ 14,61-3,75%
VIIA3Via ONR$ 8,62-1,82%
BRKM5Braskem PNAR$ 57,65-1,39%
QUAL3Qualicorp ONR$ 21,22-1,35%
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