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Dados ruins do varejo aliviam juros e impulsionam o Ibovespa, que fecha em alta de 1,54%; dólar cai

ibovespa grafico bolsa dólar hoje

Gráfico com cotações de mercado

Hoje não foi o dia do varejo. Nem do setor, nem da antiga Via Varejo. O primeiro viu a divulgação, pelo IBGE, de dados abaixo do esperado pelo mercado no mês de setembro; a segunda viu o mercado repercutir um balanço ruim, que resultou numa queda de mais de 10% nas suas ações, o pior desempenho do Ibovespa no dia.

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Mas não foi um dia ruim para as ações brasileiras, pelo contrário. O principal índice da bolsa fechou em alta de 1,54%, a 107.594 pontos, em parte justamente impulsionado pelo varejo enfraquecido.

Segundo o IBGE, o varejo ampliado recuou 1,1% em setembro, enquanto a mediana das expectativas dos analistas apontava para a estabilidade. Já o varejo restrito recuou 1,3%, bem mais que a mediana das projeções recolhidas pelo Broadcast, que era de queda de 0,6%.

Os dados negativos na verdade trouxeram alívio para os juros futuros, uma vez que indicam uma economia que ainda precisa de estímulo. Isso tira parte da pressão para que o Banco Central aumente ainda mais a Selic no atual cenário de inflação e risco fiscal elevados.

Com isso, o mercado voltou a apostar com mais força numa alta de apenas 1,5 ponto percentual na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC no início de dezembro (afinal, as apostas já estavam migrando para uma alta de 2,0 pontos percentuais). Juros menores, por sua vez, são favoráveis aos ativos de risco, como as ações - notadamente, veja só, as das próprias varejistas.

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A queda dos juros futuros se deu sobretudo na parte curta da curva, aquela que é mais afetada pela política monetária e que mais afeta as empresas de consumo.

Esse alívio vem se somar à aprovação da PEC dos precatórios, que mesmo sendo negativa para o cenário fiscal, ainda é melhor que a total imprevisibilidade sobre o que vai acontecer às contas públicas - cenário com o qual o mercado trabalhava antes.

A maior previsibilidade fiscal e o apetite por risco aumentado, que atraiu investidores estrangeiros, se refletiram também no dólar, que fechou em baixa de 1,74%, a R$ 5,4042, menor cotação desde 1º de outubro. A apreciação do real ante a moeda americana, aliás, foi outro fator que contribuiu para o alívio nos juros.

Veja como fecharam os principais vencimentos de contratos de DI futuro negociados na B3:

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Mas não foram só as notícias locais que animaram o Ibovespa. A alta de 4% do minério de ferro, que vem de dias difíceis, impulsionou ações como a da Vale e as das siderúrgicas, que têm grande peso no índice.

Na China, a Evergrande pagou juros de títulos de dívida a três credores, o que trouxe alívio ao cenário incerto que paira sobre o mercado financeiro global com a perspectiva de uma possível quebra da incorporadora chinesa.

Sobe e desce do Ibovespa

Como eu falei no início da matéria, o dia hoje não foi fácil para as ações da Via (VIIA3), a antiga Via Varejo, dona das marcas Ponto :> e Casas Bahia. O balanço da companhia decepcionou o mercado, com suas principais linhas abaixo das projeções dos analistas e um salto inesperado nas provisões relacionadas a processos trabalhistas.

Com isso, as ações da companhia recuaram quase 20% na abertura do pregão, mas conseguiram reduzir as perdas ao longo do dia, fechando em queda de "apenas" 12,48%, a R$ 6,17. 

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Confira as maiores quedas do Ibovespa no dia:

CÓDIGONOMEVALORVARIAÇÃO
VIIA3Via ONR$ 6,17-12,48%
BRKM5Braskem PNAR$ 48,15-2,94%
TAEE11Taesa UnitR$ 36,66-2,40%
RADL3Raia Drogasil ONR$ 22,89-2,39%
BEEF3Minerva ONR$ 9,75-1,92%

Entre as maiores altas, o destaque foram as ações da Azul, com a segunda maior alta do Ibovespa no dia. O motivo também foi o balanço da companhia, que reportou ter voltado aos níveis de atividade pré-pandemia. Mais cedo, os papéis AZUL4 chegaram a subir mais de 10%.

Confira também as maiores altas:

CÓDIGONOMEVALORVARIAÇÃO
CASH3Méliuz ONR$ 4,2710,34%
AZUL4Azul PNR$ 29,049,83%
CSNA3CSN ONR$ 22,757,46%
BPAN4Banco Pan PNR$ 13,517,39%
BIDI4Banco Inter PNR$ 15,796,33%

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