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Ibovespa pisa no freio e recuperação robusta não se sustenta, mas bolsa volta aos 122 mil pontos; dólar vai a R$ 5,16

Se na sexta-feira (30), as preocupações com o teto de gastos brasileiro levaram o Ibovespa a registrar uma queda de mais de 3%, a semana começou com a preocupação com as contas públicas americanas impedindo um dia dourado na B3. 

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O temor com a saúde fiscal do Brasil está longe de ser um problema do passado e também teve a sua parte de culpa no desempenho de hoje. É só olhar para o mercado de juros futuros, que até tentou uma recuperação, mas terminou o dia pressionado. Mas, ao longo do fim de semana, equipe econômica e políticos correram para reafirmar o compromisso de manter as contas públicas dentro de parâmetros saudáveis. 

Foi o suficiente para o mercado decidir deixar os excessos da sexta-feira na sexta-feira, mostrando disposição para recuperar o apetite por risco. Com isso, o Ibovespa chegou a subir mais de 2% na máxima e o dólar à vista encostou nos R$ 5,11.

Mas, com o passar das horas, o sorriso no rosto dos investidores se esvaiu — o teto da dívida americana voltou a vigorar, limitando o que pode ser feito pelo Departamento do Tesouro e obrigando que medidas sejam tomadas para ajustar as contas do governo. E vale lembrar que mais gastos podem vir por aí, com pelo menos dois outros pacotes de estímulos em negociação no Congresso americano.

Além disso, a variante delta continua avançando, aumentando o número de casos de covid-19 e trazendo temores com relação a um assunto que já parecia coisa do passado — a pandemia de coronavírus. 

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Em Nova York, somente o Nasdaq manteve fôlego suficiente para fechar o dia no azul, com uma alta de 0,06%. O Dow Jones e o S&P 500 viraram para o negativo e lá ficaram, com recuos de 0,28% e 0,19%, respectivamente. 

Para Eduardo Cubas, head de alocações de recursos e sócio da Manchester Investimentos, o patamar mais descontado da bolsa brasileira quando comparado aos seus pares internacionais deixa a bolsa brasileira mais resiliente às notícias negativas que surgem do front político-fiscal. 

Assim, o dia terminou com o Ibovespa bem longe das máximas, mas ainda assim com um ganho de 0,59%, aos 122.515 pontos. A queda do dólar à vista perdeu força, mas a divisa ainda assim recuou 0,86%, a R$ 5,1653, beneficiada pela perspectiva de elevação da Selic e uma melhora momentânea nos riscos fiscais.

Para Nicolas Borsoi, economista da Nova Futura Investimentos, a reação de recuperação hoje também pode ter sido motivada por uma recomposição de carteiras, tradicionalmente feita no início do mês. 

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Sensível aos ruídos

O mercado de juros futuros até tentou, mas não conseguiu segurar o movimento de queda até o fim do dia. No boletim Focus desta segunda-feira, os economistas elevaram mais uma vez a projeção para a inflação; e, com a próxima reunião do Copom se encerrando na quarta-feira (04), os investidores já dão como certa uma alta de um ponto percentual da Selic. 

As falas do presidente Bolsonaro sobre a prorrogação de um auxílio emergencial de valor acima do esperado trazem mais temores com relação aos gastos públicos, deteriorando as perspectivas de longo prazo. Confira o desempenho dos principais contratos de DI:

Freio no Ibovespa

O risco político, apontado por Cubas como o principal motivo para a defasagem da bolsa brasileira, não cessou nem mesmo durante o recesso parlamentar. “Temos um cenário fiscal frágil, temos dinheiro para nos financiar, mas estamos consumindo as reservas. Se não andarmos com as reformas neste ano, logo vêm as eleições e aí serão mais 18 ou 24 meses sem ação com relação às reformas, e vamos ficar para trás". 

Agora as coisas tendem a piorar. Com os deputados e senadores mais uma vez circulando pelos corredores do Congresso, a expectativa é de que as reformas administrativa e tributária voltem ao centro das discussões, mas a relação do Legislativo com o Executivo segue complicada.

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Além da volta do funcionamento da CPI da covid-19, que investiga a atuação do governo federal durante a crise sanitária, uma das primeiras pautas a serem trabalhadas no Congresso será a PEC do voto impresso, tema caro ao presidente Jair Bolsonaro, mas que deve ser rejeitado no plenário. 

Sobe e desce

A semana será marcada pela divulgação do balanço dos grandes bancos brasileiros. A perspectiva é de bons números, acompanhando a tendência vista no exterior e tomando-se como referência os resultados do banco Santander. Com isso, as ações do setor financeiro lideraram os ganhos durante boa parte do dia, contribuindo para que o Ibovespa batesse as máximas da sessão.

Mas, na parte da tarde, a história mudou, e os balanços que já saíram voltaram a ser os grandes destaques. A Hypera Pharma(HYPE3) ficou com o melhor desempenho do dia, ainda repercutindo os bons números divulgados pela companhia na semana passada.

As companhias de energia elétrica também estão otimistas com o segundo trimestre do ano e seguem confiando na palavra do ministro Bento Albuquerque, da pasta de Minas e Energia, que descarta a hipótese de racionamento. 

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Confira as maiores altas do dia:

CÓDIGONOMEVALORVARIAÇÃO
HYPE3Hypera ONR$ 37,184,29%
TAEE11Taesa unitsR$ 39,513,97%
TOTS3Totvs ONR$ 36,763,96%
AMER3Americanas S.A ONR$ 51,023,91%
ENEV3Eneva ONR$ 17,033,46%

O temor de que a economia chinesa esteja mostrando sinais de enfraquecimento acabou afetando o setor de commodities. Empresas como Petrobras e CSN foram alguns dos poucos papéis que fecharam o dia no vermelho. Confira as maiores quedas:

CÓDIGONOMEVALORVARIAÇÃO
CVCB3CVC ONR$ 21,86-1,97%
PETR4Petrobras PNR$ 26,47-1,64%
ECOR3Ecorodovias ONR$ 10,74-1,56%
CSNA3CSN ONR$ 44,80-1,50%
GOLL4Gol PNR$ 20,37-1,12%

Resumo do dia

Ibovespa0,59%122.515 pontos
Dólar à vista-0,86%R$ 5,1653
Bitcoin-2,85%R$ 202.000
S&P 500-0,19%4.387 pontos
Nasdaq0,06%14.681 pontos
Dow Jones-0,28%34.838 pontos
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