ETFs de Ibovespa – a maneira mais barata de investir na bolsa. Mas qual o melhor?
Esta é a primeira de uma série de matérias que vão explicar o fascinante mundo destes fundos bons e baratos e, principalmente, ajudar você a escolher.
Quando você começou a investir, por mais básico que seja, deve ter visto algum especialista falando que “o segredo do bom investimento é a diversificação”.
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Aí você pegou essa informação e falou “legal, mas e aí, para onde ir?” Bom, eu sempre prefiro as opções BBB. Não, não estou falando do reality show que está prendendo a atenção de todos enquanto começamos mais um ano em quarentena, mas sim do famoso “Bom, Bonito e Barato”.
Existe no mercado uma série de produtos que seguem por esta linha, combinando qualidade e preços acessíveis. Um deles é uma sigla que pode até parecer assustadora quando nos deparamos com ela no começo, um pouco Faria Limer demais, mas trata-se de uma boa opção para quem está começando no mundo das finanças.
Estou falando dos ETFs, sigla para Exchange Traded Funds, que em português foi traduzido como fundos de índices.
Esta opção de investimento é considerada uma boa porta de entrada para o mundo das finanças porque é uma das maneiras mais baratas de se investir na bolsa sem ter que se expor diretamente. Ela é vista com bons olhos inclusive por aquele que é considerado o guru dos gurus dos investidores, o bilionário americano Warren Buffett.
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O "oráculo de Omaha” (cidade no estado americano do Nebraska onde ele nasceu e vive até hoje, mesmo tendo um patrimônio na casa dos US$ 90 bilhões, segundo a revista Forbes) é um entusiasta dos ETFs. Em 2016, durante a conferência anual da Berkshire Hathaway, seu conglomerado de investimentos, ele disse que a recomendação dele “sempre tem sido [ter] um fundo de índice S&P 500 de baixo custo”.
Quando Warren Buffet fala, é bom prestar atenção. Afinal, o homem entende das coisas, tendo acumulado experiência e patrimônio suficientes ao longo de 70 anos de mercado financeiro para dar boas dicas.
Então, já que ele falou de ETFs, preparei para você uma série de reportagens para te ajudar a entender o que são esses fundos. Segure a minha mão nesta primeira matéria do especial que te mostrará o mundo maravilhoso que tenta seguir o segundo mandamento de Buffett, aquele de “apenas investir em negócios simples, que você entenda”.
O que são e como funcionam os ETFs?
Acho melhor começarmos a nossa jornada pelo mundo dos ETFs dando um passo atrás e explicar o que são estes tais fundos de índices.
Basicamente, ETFs são fundos negociados em bolsa que buscam replicar o desempenho de algum índice.
Como o Ibovespa é o tema da primeira matéria do especial, vamos usá-lo como exemplo. Apesar de não ter começado o ano bem, existe uma expectativa muito positiva para o principal índice da B3, com apostas de que ele superará os 130 mil pontos em 2021. Se você quiser embarcar nessa e tentar replicar o desempenho do Ibovespa, você terá que administrar uma carteira com 81 ações. Vamos combinar que isso dá muito trabalho, porque não é simples tomar conta de tantos ativos de perfis tão variados.
É aí que está a beleza desta opção de investimentos. Ao investir em um ETF que replica o Ibovespa, você adquire um ativo que vai imitar o comportamento do índice, sem ter que comprar todas as ações que fazem parte dele. Ele nasceu para simplificar a nossa vida.
Além disso, os ETFs também são a maneira mais barata de estar na bolsa, porque seu patrimônio é dividido igualmente em cotas, que são negociadas na bolsa de valores. Para investir em qualquer um desses fundos, basta comprar uma das cotas.
Além de ser muito mais acessível comprar uma cota do que 80 ações, por serem fundos passivos, as taxas de administração dos ETFs são bem baixinhas. Desta forma, oferecem uma boa opção para investidores iniciantes diversificarem sua carteira.
Opções para o Ibovespa
Feitos os devidos esclarecimentos, podemos agora dar uma olhada nas opções de ETF que replicam o desempenho do Ibovespa.
Atualmente, temos disponíveis no mercado cinco fundos que se propõem a replicar o índice:
BOVA11
O primeiro de nossa lista é o mais popular e antigo da turma. Criado em 2008, tem como banco administrador o Citibank, com gestão da BlackRock Brasil, a maior gestora de ativos do mundo. A taxa de administração do fundo é de 0,54% ao ano e a quantidade mínima a ser negociada na bolsa (lote padrão) é de 10 cotas.
Dados gerais
- Ano de criação: 2008
- Fundador: BlackRock
- Taxa de administração: 0,54% a.a.
- Volume: R$ 486,5 milhões
XBOV11
Depois de quatro anos na dianteira, a BlackRock ganhou uma concorrente. A Caixa Econômica Federal anunciou em 2012 o seu ETF para replicar o Ibovespa, em que o próprio banco é fundador e administrador do fundo. O XBOV11 tem uma taxa de 0,50% e uma quantidade mínima a ser negociada na bolsa (lote padrão) de 10 cotas.
Dados gerais
- Ano de criação: 2012
- Fundador: Caixa
- Taxa de administração: 0,50% a.a.
- Volume: R$ 5.456,31
BOVV11
Outros quatro anos se passaram, o Brasil já havia tomado o 7x1 na Copa e o Itaú resolve entrar na lista dos ETFs da B3. Com o BOVV11, o banco se tornou a opção com menor taxa de administração desde então e com o diferencial de até 70% de sua carteira tendo aluguel de ações.
Dados gerais
- Ano de criação: 2016
- Fundador: Itaú Unibanco
- Taxa de administração: 0,30% a.a.
- Volume: R$ 70,74 milhões
BOVB11
Vendo o Itaú tomar a dianteira da briga com a BlackRock, o Bradesco não quis ficar de fora da brincadeira e anunciou seu competidor. O BOVB11 veio com uma taxa de administração ainda menor, de 0,20% a.a., algo inédito em 2019. O banco é também o administrador do fundo que tem conquistado adeptos nos últimos dois anos.
Dados gerais
- Ano de criação: 2019
- Fundador: Bradesco
- Taxa de administração: 0,20% a.a.
- Volume: R$ 516.696,14
BBOV11
E por último, mas não menos importante, veio o Banco do Brasil, com seu fundo BBOV11. O banco estatal decidiu ser ainda mais ousado na taxa de administração e a jogou para os 0,18% a.a, hoje a menor taxa entre todos os ETFs que replicam o Ibovespa.
Dados gerais
- Ano de criação: 2020
- Fundador: Banco do Brasil
- Taxa de administração: 0,18% a.a.
- Volume: R$ 1.642,87
Afinal, qual é o melhor?
Se você chegou até aqui, imagino que você deva estar se perguntando, dadas as opções acima: qual é a melhor opção para se investir entre estes ETFs?
Bom, a resposta não é simples, afinal, todos estes seguem a mesma lógica de composição de carteira, tendo 95% de seu patrimônio investidos na cesta de ações do próprio Ibovespa. Ou seja, todos seriam iguais, correto? Como diria Rogerinho do Ingá do Choque de Cultura, achou errado, meu querido!
De acordo com Bruno Mérola, analista de fundos da Empiricus, a diferença está na proporção de aluguel de ações.
Mais um passo atrás antes de continuar. O aluguel de ações pode ser explicado da seguinte forma: é um contrato entre dois investidores que tem como objetivo uma relação de ganhos para ambas as partes.
Eles são conhecidos como doador e tomador. O primeiro é quem oferece os seus ativos em troca de uma remuneração fixa. Em contrapartida, não pode negociá-los até a data do vencimento do contrato.
Já o segundo, utiliza o aluguel de ações como forma de apostar na queda de um ativo.
A negociação pode ser utilizada na especulação ou em estratégias mais avançadas como os conhecidos long and short, que eu te explico outro dia.
As ações devem ser devolvidas ao doador até a data do vencimento. Caso contrário, ele tem direito a receber a garantia oferecida ou o pagamento em dinheiro.
A vantagem disso é gigantesca para quem investe a longo prazo e com os ETFs não é você que vai ter que operar este aluguel, o gestor já fará isso e reinvestirá na própria ação o dinheiro ganho no processo.
“O ETF do Itaú, o BOVV11, que consegue alugar até 70% de suas ações, sempre foi melhor que o mais tradicional da indústria, o BOVA11, da BlackRock, que pode alugar até 40%”, disse Mérola . “Hoje, em rentabilidade, o BOVV11 chega a bater o próprio Ibovespa. O que ele ganha com aluguel de ações, compensa a própria taxa dele”, explicou o analista.
Além disso, a eficiência operacional da gestora daquele ETF também tem que pesar na sua decisão. “O ETF tem que ter lá 5% de uma ação, 10% de outra. Com isso, alguns conseguem fazer isso com mais aderência, por ter mais experiência fazendo essa gestão de ETF do que outros.”
Por fim, Mérola resume os três fatores que você deve levar em conta em: porcentagem de aluguel de ações, custo e eficiência operacional. “Essas três coisas vão determinar qual ETF você deve escolher”, concluiu o especialista.
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