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Bitcoin quebra recorde em reais e supera a marca dos R$ 70 mil

bitcoin

Um dia após voltar a romper uma resistência importante em dólar, ultrapassando a o patamar dos US$ 12 mil, o bitcoin alcançou também uma importante marca em reais, superando o topo histórico anteriormente alcançado em 2017.

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Nesta quarta-feira (21), a principal moeda digital do mundo rompeu a marca dos R$ 70 mil, atingido pela última vez em dezembro de 2017. Por volta das 18h, o bitcoin estava cotado a US$ 12.792,30 (R$ 71.500), alta de 7,26%. Desde o início da pandemia, a criptomoeda já se valorizou mais de 130% em reais, após uma queda superior a 50% em março, auge da crise de liquidez.

O cenário, no entanto, é muito diferente do que tínhamos em 2017, quando os R$ 70 mil foram atingidos pela primeira vez. Enquanto na época a cotação acompanhava também o topo histórico em dólar, agora a história é outra. O bitcoin segue longe da marca dos US$ 20 mil.

O câmbio tem papel fundamental para o alcance do recorde em reais. Enquanto em 2017 a moeda americana estava cotada a R$ 3,30, no fechamento de ontem o dólar estava cotado a R$ 5,61.

Além disso, no último boom do bitcoin, em 2017, o mercado de criptomoedas ainda exibia um perfil muito mais amador. A euforia do momento levou a cotação de US$ 3 mil para US$ 20 mil em apenas três meses, em um momento em que plataformas e regras ainda estavam muito mais imaturas e em estágios iniciais de desenvolvimento.

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Com o valor recorde, o mercado brasileiro de criptomoedas deve viver mais um momento de euforia. Essa é a previsão de Daniel Coquieri, COO da BitcoinTrade, corretora brasileira especializada no mercado cripto. Para Coquieri é importante que o investidor fique atento e não se deixe levar pelo momento.

João Marco Cunha, gestor de portfólio da Hashdex, gestora de fundos de criptoativos, lembra que os investidores domésticos que compraram bitcoin no pior momento possível - no auge da bolha -, já estão tendo lucro, o que reforça a tese de que 'os criptoativos fazem mais sentido como um investimento para prazos mais alongados.

Embora o bitcoin tenha alcançado também a sua máxima em dólar do ano nesta quarta-feira, a superação da marca em reais está muito mais relacionada com a desvalorização da moeda nacional do que qualquer outra coisa.

Cunha aponta que para os investidores brasileiros, o bitcoin é uma boa forma de se proteger da desvalorização do real, mas lembra que muitas pessoas entrando em busca de lucros exorbitantes em um curto espaço de tempo não é um movimento saudável para o mercado. "As outras vezes em que o bitcoin passou dos 12 mil dólares foram efêmeras, mas temos várias boas notícias recentes para a indústria de criptoativos nos últimos tempos, o que leva a crer que dessa vez pode ser diferente", completa.

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" O caminho está aberto para que o bitcoin busque a máxima do ano anterior, de US$ 13.900 e buscarmos o recorde. Em breve vamos ultrapassar os US$ 20 mil e ir além. Mas o investidor precisa ter um pouco de paciência e ser menos ansioso" - Daniel Coquieri, COO da BitcoinTrade

Desempenho do bitcoin no ano - Fonte: CoinMarketCap

Gatilhos para alta

O ano de 2020 ficará marcado nos livros de história como o ano do coronavírus, sem sombra de dúvidas. Mas, para além da pandemia que paralisou o mundo, o ano também foi transformacional para o mercado de criptomoedas.

Em março, tivemos o halving - uma correção técnica que acontece de quatro em quatro anos e corta pela metade a emissão de bitcoins. O evento não tem um efeito imediato, mas, no médio e longo prazo, com o crescimento da demanda, é um dos gatilhos que puxa para cima a cotação da moeda.

Coquieri, da BitcoinTrade, também cita o amadurecimento do mercado como essencial para a recuperação pós-março. Nesta quarta-feira, o Paypal, plataforma de pagamentos online, anunciou que passará a oferecer a compra e venda de criptomoedas. A notícia ajudou o bitcoin a se valorizar mais de 6% em dólar.

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Com regulamentações caminhando em todo o mundo e cada vez mais empresas e institucionais entrando no mercado, deve ser cada vez mais fácil para que o investidor se exponha ao ativo. "É a combinação perfeita para que o bitcoin continue se valorizando no médio e longo prazo. O que não impede que ele caia 20% amanhã", ressalta ao lembrar da grande volatilidade que ainda cerca o setor.

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