A Oi avançou mais uma casa no processo de recuperação judicial com o leilão da rede móvel desta segunda-feira (14), organizado pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro.
O consórcio firmado por Vivo, TIM e Claro levou a divisão de celulares da empresa por R$ 16,5 bilhões. O ativo foi dividido entre as operadoras da seguinte forma:
À TIM, caberá o maior desembolso - de 44% dos valores de Preço Base e Serviços de Transição, chegando a cerca de R$ 7,3 bilhões. A operadora diz que pode bancar a operação porque teria baixo endividamento e condições de mercado favoráveis.
A TIM fala em buscar recursos através do mercado de dívida local e de sua geração de caixa. O grupo abocanhará aproximadamente 14,5 milhões de clientes (40% da base total da UPI Ativos Móveis).
Já a Telefônica, dona da Vivo, será responsável por 33% do Preço Base e Serviços de Transição - o equivalente a R$ 5,5 bilhões. A empresa terá cerca de 10,5 milhões de clientes (correspondendo a aproximadamente 29% da base total da UPI Ativos Móveis).
A Claro será responsável pelo pagamento de R$ 3,7 bilhões (aproximadamente 22% do preço de compra). O grupo terá ainda 32% da base total de clientes da UPI Ativos Móveis, de acordo com a base de acessos da Anatel de abril/2020.
Divisão dos ativos
A UPI Ativos Móveis será segregada em três sociedades de propósito específico (SPE). Cada uma das compradoras deverá adquirir a totalidade das ações de uma única sociedade detentora do conjunto de ativos específicos que lhe couber. A conclusão do negócio dependerá das análises do Cade e da Anatel.
Nos termos do contrato, as compradoras ainda se comprometeram a celebrar com o Grupo Oi contratos de longo prazo para o fornecimento de capacidade de transmissão de dados para as compradoras, na modalidade take-or-pay, cujo VPL (valor presente líquido) corresponde a aproximadamente R$ 819 milhões, considerando todas as compradoras em conjunto.
Leilões da Oi
Além do leilão da rede móvel, a Oi já arrecadou no último mês R$ 1,3 bilhão com venda de data centers e torres. Nesse meio tempo, revelou ter atingido 2 milhões de clientes na fibra ótica e teve um forte avanço na bolsa.
As perspectivas voltaram a animar os investidores. Só no último mês as ações (OIBR3) subiram 39%, cotadas a R$ 2,36. Desde janeiro, o avanço dos papéis da companhia é de 174%. Veja nossa cobertura de mercados.
Com a venda dos ativos e o pagamento de dívidas (eram R$ 26,9 bilhões no final do terceiro trimestre), o plano da empresa é focar em fibra ótica.
A Oi entrou em recuperação judicial em junho de 2016, após acumular dívida bruta de R$ 64 bilhões com cerca de 55 mil credores. Com a aprovação do plano em dezembro de 2017, a empresa teve a dívida reduzida em R$ 36 bilhões por meio de descontos, parcelamentos no longo prazo e conversão de créditos em ações.
*Com Estadão Conteúdo