O Itaú informou nesta segunda-feira (17) que a sua controlada Rede, empresa de solução de transações financeiras, não realizará oferta para adquirir o controle da Linx, segundo comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários.
O documento vem à tona após uma notícia publicada no site NeoFeed hoje, dizendo que a Rede faria uma oferta pela Linx.
A informação é "inverídica", diz o comunicado. "A Companhia ressalta que não está negociando a aquisição do controle da Linx."
A notícia dava conta de que a Rede desembolsaria mais de R$ 7 bilhões pela empresa, segundo uma pessoa a par do assunto, cuja identidade não foi revelada pela matéria.
A Linx nos holofotes
A briga pelo controle da Linx é a grande história do mundo corporativo da última semana. A companhia de tecnologia para o varejo já está sendo pleiteada por Stone e Totvs.
Na terça passada (11), a Linx entrou nos holofotes divulgando que estudava uma fusão com a Stone. À noite, a fintech brasileira com capital aberto na bolsa Nasdaq confirmou o acordo com a companhia, em que avaliava as ações da Linx em R$ 33,76, totalizando um negócio de R$ 6 bilhões.
O negócio, porém, recebeu duras críticas de investidores por prever um pagamento diferenciado aos executivos que fazem parte do conselho da Linx.
Do outro lado, a Totvs entrou na contenda na sexta (14). A proposta, que avaliou a Linx em R$ 6,1 bilhão, não prevê pagamento adicional a conselheiros, mas, sim, uma oferta igual a todos os acionistas.
Mais cedo, a Linx negou que se recusou a ouvir oferta da Totvs, mas disse que o conselho irá analisar a proposta.
A Rede tem razão em se preocupar
A empresa de adquirência do Itaú, apesar de ter negado o interesse e a negociação pelo controle da Linx, teria razões para se preocupar com a oferta da Stone.
Ao menos esta é a visão de analistas do BTG Pactual. Isto porque a Rede abocanha 40%, ou R$ 35,6 bilhões, do volume total de pagamentos processado no sistema de transferência eletrônica de fundos da Linx.
Essa fatia representa 7,3% do volume total da Rede, hoje correspondente a R$ 488 bilhões, que poderia cair nas mãos da Stone.
"Mais importante do que o risco de perder 7,3% do volume total de pagamentos é o fato de que o movimento ousado e estratégico da Stone pode dar a ela uma significativa vantagem de longo prazo no mercado de adquirentes", dizem os analistas.