Dois homens idênticos surgem sentados num bar. O primeiro questiona o outro sobre a marca da vodka que está prestes a beber e alerta: “eu sou você amanhã”.
O clássico comercial da vodka Orloff dos anos 1980 (quem se lembra?) traz uma definição involuntária de como funciona o mercado financeiro.
O preço das ações na bolsa hoje procura refletir a expectativa dos investidores amanhã. Ou seja, o tal mercado procura sempre se antecipar à ressaca do dia seguinte, algumas vezes exagerando tanto na euforia como no pânico.
Foi por isso que a bolsa brasileira começou a despencar assim que foi confirmado o primeiro caso de coronavírus no país. Hoje o número de mortes chegou a seis, enquanto os casos confirmados saltaram para 621. E os estragos na economia ainda estão só começando.
No mercado financeiro, contudo, o dia foi de recuperação das bolsas globais. Ainda não há sinais de que a crise de saúde esteja perto do fim. Mas uma parte dos investidores começa a tentar encontrar oportunidades de compra no fundo do poço, à espera de uma possível melhora no cenário.
Aqui no Brasil, o Ibovespa fechou em alta de 2,15% e o dólar voltou aos R$ 5,10. Mas só conseguiu entrar no terreno positivo durante a tarde.
O que retardou o efeito Orloff por aqui foi um componente político. O Victor Aguiar conta para você como a turbulência em Brasília adicionou um ingrediente extra ao coquetel dos investidores.
Seu Dinheiro responde
Devo vender minhas ações depois da forte queda ou é melhor esperar? É hora de comprar os papéis da Petrobras? Ainda dá tempo de montar uma estratégia de proteção da carteira? Essas foram algumas perguntas que surgiram na nossa transmissão ao vivo de hoje com o Rodolfo Amstalden, colunista do Seu Dinheiro. Se você perdeu, não deixe de conferir as respostas para essas e outras questões dos leitores.
Tem que manter isso, viu?
A equipe do Seu Dinheiro vai continuar se desdobrando para ficar ao seu lado durante a crise do coronavírus. Atendendo a pedidos, vamos promover novos plantões de dúvidas ao vivo, mas diante da quantidade de perguntas e do tempo daremos prioridade aos leitores Premium. Aproveite para fazer parte do nosso seleto grupo, que também recebe conteúdos exclusivos e áudios diários da nossa equipe pelo Telegram. Você pode testar por 30 dias sem compromisso e ainda pode mandar suas dúvidas para a nossa próxima live.
As preferidas do BTG
Empresas do setor aéreo, varejistas e endividadas em dólar sem proteção devem sofrer mais os impactos da crise do coronavírus. Mas há um grupo de companhias, como as exportadoras, com condições de navegar melhor o atual momento de turbulência, de acordo com os analistas do BTG Pactual. Saiba quais são as ações preferidas do banco.
Portas fechadas
Diante dos impactos da pandemia de coronavírus na circulação de pessoas, a Lojas Renner anunciou que vai fechar todas as lojas físicas em shoppings e de rua aqui no Brasil e também na Argentina e Uruguai. A medida passa a valer a partir desta sexta-feira e segue por tempo indeterminado.
Questionado pela própria base
O presidente Jair Bolsonaro cometeu uma sucessão de erros políticos ao minimizar a pandemia do coronavírus. A opinião não é de nenhum crítico do capitão, mas de parlamentares que fazem parte da base governista. Eles avaliam que o patrimônio político do presidente pode ter sido danificado pela forma como a crise foi conduzida, de acordo com esta matéria do Estadão.
Mais gás
O tombo nos preços do petróleo adicionaram um combustível (sem trocadilho) ao choque enfrentado nos mercados. Mas trouxe consequências boas. Depois da gasolina e do diesel, a Petrobras informou que o preço do gás liquefeito de cozinha (GLP) vai cair 5% na refinaria a partir de hoje. Segundo dados da ANP, o GLP estava quase 50% acima da paridade internacional.