O fundo Verde, do estrelado gestor Luis Stuhlberger, acredita que o Brasil permanece "com dose alta de incerteza" devido ao contexto da pandemia de coronavírus ainda sem sinais evidentes de desaceleração. Em função disso, as posições de risco do fundo têm se mantido "menores que o habitual".
A avaliação do fundo, divulgada em carta enviada aos cotistas, é de que o risco político no país está reduzido, dada a "guinada na direção do modelo histórico de presidencialismo de coalizão."
"(...) mas as sequelas fiscais dos gastos da pandemia estarão conosco por muitos anos. A enorme poupança precaucionária criada com a crise só começará a virar consumo conforme as famílias tenham mais confiança na situação de saúde, o que ainda parece, infelizmente, um pouco distante."
- carta do fundo Verde do mês de julho.
O fundo teve rentabilidade de 0,91% em junho, em grande parte por conta de ganhos significativos com ações no Brasil e no exterior, apesar da exposição menor a risco desde o fim de maio. No ano, porém, o Verde ainda tem perda de 3,54%.
A casa considera que, apesar da boa performance dos mercados no mês de junho, o grau de incertezas aumentou bastante no mundo, mantendo uma visão pessimista em relação à pandemia de coronavírus.
"Os Estados Unidos passam por uma segunda onda de contágio da covid-19, especialmente nos estados que correram para reabrir rapidamente. O crescimento explosivo tem um perfil demográfico diferente da primeira onda (muitos jovens) e, portanto, existe a suposição de que as taxas de mortalidade vão se manter baixas. Por enquanto é apenas uma hipótese, e temos acompanhado com preocupação o crescimento da hospitalização em
lugares como Texas e Florida."
Segundo a gestora, os mercados têm suposto que não teremos novos lockdowns e que, portanto, os impactos econômicos serão razoavelmente controlados. No entanto, diz a carta, enquanto grupos de pessoas decidirem não usar máscaras e frequentarem lugares fechados, será difícil ver quedas sustentadas nos números de novos casos.
"E assim, países como EUA, Brasil, e boa parte dos países emergentes fora da Ásia devem conviver com a pandemia por mais tempo até a efetiva disponibilidade em larga escala de uma ou mais vacinas.