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Confronto entre governo e STF volta a esquentar o clima político em Brasília

(Brasília - DF, 31/03/2020) Pronunciamento do Presidente da República, Jair Bolsonaro em Rede Nacional de Rádio e Televisão.

No Brasil, um novo capítulo na novela política em Brasília. Dessa vez, o governo de Jair Bolsonaro volta a entrar em confronto com o Supremo Tribunal Federal, após operação que investigada aliados bolsonarista no inquérito que apura o financiamento e distribuição de fake news. Em reuniões emergenciais ontem, o presidente e sua equipe traçaram uma estratégia que confronta diretamente o Supremo.

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No exterior, o dia amanhece com reações mistas nos mercados. Embora a reabertura econômica e o pacote bilionário anunciado pela União Europeia empolguem os investidores sobre as possibilidades de recuperação econômica pós-coronavírus, a escalada de tensão entre Estados Unidos e China, tendo Hong Kong como conflito central, preocupa.

Destaque também para a divulgação da segunda leitura do PIB do 1º trimestre nos Estados Unidos e os números de auxílio-desemprego no país na última semana.

Pegando carona

O mercado de câmbio continua sendo favorecido pelo exterior mais tranquilo e ontem anotou a sua sexta baixa consecutiva.

A moeda americana recuou 1,27%, a R$ 5,2900. O Ibovespa também se recuperou de perdas recentes, avançando 2,71%, aos 87.786,65 pontos.

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Os negócios por aqui foram impulsionados pelo otimismo visto no exterior. Em primeiro plano, está o pacote de socorro bilionário anunciado pela União Europeia - o bloco disponibilizará 750 bilhões de euros aos seus Estados-membros com o objetivo de cobater os impactos econômicos do coronavírus na região.

O anúncio europeu se soma aos diversos planos de estímulos anunciados pelos Estados Unidos nas últimas semanas, aumentando a percepção de que a recuperação econômica terá apoio das autoridades globais.

Ainda relacionado ao coronavírus, a reabertura econômica na Europa - em países como Itália, Espanha e França - também ajuda o cenário externo positivo.

Mais uma crise

Em Brasília, as coisas voltaram a esquentar, após o ministro do STF Alexandre de Moraes autorizar uma nova operação da Polícia Federal contra apoiadores do presidente Jair Bolsonaro.

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A ação visou o deputado Roberto Jefferson, o empresário Luciano Hang e outros ativistas bolsonaristas, em inquérito que investiga ameaças e disseminação de fake news.

O governo, então, reagiu mais uma vez indo contra o STF. Uma reunião ministerial foi convocada para ontem e tinha como pauta impor novos desafios ao Supremo - incluindo a negativa do ministro da Educação Abraham Weintraub em depôr na Polícia Federal, para explicar a declaração contra os ministros do STF dada por Weintraub na reunião ministerial do dia 22 de abril.

Em caráter preventivo, o ministro da Justiça já ingressou com um pedido de habeas corpous para evitar uma eventual prisão do ministro da Educação.

No Twitter, Bolsonaro mostrou a sua contrariedade ao inquérito e operação e mostrou solidariedade aos investigados, que tiveram os seus celulares, computadores e documentos apreendidos. Os investigados também promoveram ataques ao STF.

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https://twitter.com/jairbolsonaro/status/1265826739512541185
https://twitter.com/jairbolsonaro/status/1265838419038605315

O procurador-geral da República, Augusto Aras, pediu o arquivamento da investigação. Já os ministros do Supremo, os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbre, mostraram apoio e parecem estar alinhados com Alexandre de Moraes.

Enfim, o veto

Após duas semanas, o presidente Jair Bolsonaro sancionou a lei de auxílio aos Estados e municípios, no valor de R$ 60 bilhões. O presidente contemplou os vetos pedidos pela equipe econômica, congelando os reajustes para servidores públicos até o fim de 2021.

Líder mundial

Além dos confrontos entre governo e STF, temos também que encarar a situação da pandemia no país. O Brasil se tornou o líder do ranking mundial de novos casos e novas mortes causadas pelo coronavírus.

O país registrou 1.086 novas mortes, totalizando 25,5 mil óbitos. Já são mais de 411 mil casos registrados, no total.

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Olhos do mundo em Hong Kong

A tensão entre Estados Unidos e China deve seguir sendo observada de perto pelos investidores.

A relação dos países vem sendo deteriorada pelas acusações americanas sobre a responsabilidade do país asiático na pandemia do coronavírus e, mais recentemente, pelo desejo da China de endurecer a legislação em Hong Kong, com o objetivo de minar a interferência internacional na ilha.

Nesta noite, após o fechamento dos negócios na Ásia, o legislativo do país autorizou a elaboração de uma nova lei de segurança nacional para Hong Kong pelo Comitê Permanente. Para os Estados Unidos, a decisão da China tira a autonomia da ex-colônia britânica. O Secretário do Comércio dos EUA, Wilbur Ross, disse à Fox Business que Trump estuda etaliações à atitude chinesa.

Além dos problemas diplomáticos com os Estados Unidos, a medida também tem motivado protestos em Hong Kong.

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Na Ásia, os mercados fecharam sem uma direção definida, com o choque entre o otimismo com as reaberturas econômicas e as tensões entre EUA e China.

Na Europa, os investidores monitoram a situação em Hong Kong, mas seguem reagindo positivamente ao pacote de estímulos anunciado ontem no continente.

Na cola do Twitter

Nos Estados Unidos, o destaque do dia deve as empresas de redes sociais. O presidente Donald Trump prometeu limitar a proteção legal dada às plataformas sociais no país - com foco principalmente no Twitter e Facebook. A medida seria uma retaliação ao Twitter, que notificou algumas das postagens feitas pelo presidente americano após checagem.

Em Wall Street, os índices futuros operam de forma mista nesta manhã.

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Agenda

O IGP-M de maio será divulgado às 8h. Por volta das 10h30, o Governo Federal divulga o saldo das contas públicas. O resultado será comentado em coletiva pelo secretário do Tesouro, Mansueto Almeida.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística divulga a taxa de desemprego, às 9h.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto participa de teleconferência promovida pelo BTG Pactial, às 18 horas.

No exterior, destaque para a segunda leitura do PIB do 1º trimestre dos Estados Unidos, às 9h30. No mesmo horário, temos o número dos pedidos de auxílio-desemprego no país.

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