O Banco Central (BC) repetiu a dose nesta sexta-feira (14). Assim como ontem, a autoridade monetária atuou para injetar recursos novos no mercado de câmbio — e, assim como ontem, a movimentação trouxe um alívio imediato ao dólar à vista.
A moeda americana chegou a operar em leve alta de 0,01% mais cedo, a R$ 4,3343. Mas, com um novo leilão de swap cambial no valor de US$ 1 bilhão sendo promovido pelo BC, a divisa rapidamente virou para o campo negativo — fechando em baixa de 0,77%, a R$ 4,3004.
Com isso, o dólar encerrou a semana com uma leve queda acumulada de 0,47%. No ano, no entanto, a moeda americana ainda sobe 7,19%.
Ontem, no momento de maior tensão, o dólar à vista chegou a aparecer na casa de R$ 4,38 — um novo recorde nominal em termos intradiários. Foi neste momento que o BC resolveu entrar no jogo, trazendo alívio às negociações. E, hoje, a autoridade não quis correr o risco de ver a moeda disparar novamente.
Vale ressaltar que, no exterior, o dia é de enfraquecimento do dólar em relação às divisas de países emergentes, como o peso mexicano, o rublo russo e o peso chileno — um contexto que ajuda a despressurizar o real.
Já o Ibovespa tem um dia negativo. O principal índice da bolsa brasileira abriu em queda e permanece no vermelho desde então — por volta de 17h05, recuava 1,08%, aos 114.412,93 pontos.
Lá fora, a sessão é marcada por uma certa indecisão nas bolsas: os mercados americanos oscilam perto do zero a zero, comportamento semelhante ao dos índices europeus. Na Ásia, as praças chinesas subiram, enquanto as japonesas fecharam em queda.
O tom mais negativo visto por aqui se deve ao noticiário doméstico, com mais uma decepção no front da agenda econômica. E, desta vez, a preocupação se deve ao o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) em dezembro.
Hesitação
O indicador, considerado uma proxy do PIB, recuou 0,27% em dezembro ante novembro, marcando o segundo mês consecutivo de recuo — o que fortalece a percepção de que a economia doméstica ainda está patinando.
Nesse cenário, o mercado continua aumentando as apostas num eventual novo corte na Selic, de modo a estimular a atividade local. E declarações do presidente do BC, Roberto Campos Neto, elevaram a percepção de que esse cenário é possível, por mais que o Copom tenha sinalizado que o ciclo de reduções nos juros terminou.
Em evento, Campos Neto disse que é preciso ter cautela na condução da política monetária, sem cravar uma interrupção do processo de ajuste. E, em meio a esse cenário, as curvas de juros fecharam em baixa.
Veja abaixo como ficaram os principais DIs nesta sexta-feira:
- Janeiro/2021: de 4,26% para 4,23%;
- Janeiro/2022: de 4,83% para 4,73%;
- Janeiro/2023: de 5,40% para 5,26%;
- Janeiro/2025: de 6,08% para 5,95%.
Teoricamente, um novo corte na Selic implica em pressão no câmbio, já que o diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos diminuiria — o que reduziria a atratividade do mercado brasileiro para os investidores que buscam retornos fáceis.
No entanto, a nova atuação do BC ainda nos primeiros minutos da sessão contribuiu para amortecer essas preocupações, levando o dólar à vista a R$ 4,30.
Top 5
Veja abaixo as cinco maiores altas do Ibovespa no momento:
- IRB ON (IRBR3): +5,12%
- Eletrobras ON (ELET3): +1,96%
- Cielo ON (CIEL3): +1,94%
- Weg ON (WEGE3): +1,51%
- Raia Drogasil ON (RADL3): +1,27%
Confira também as maiores baixas do índice:
- B2W ON (BTOW3): -4,90%
- Rumo ON (RAIL3): -4,33%
- BTG Pactual units (BPAC11): -3,99%
- Usiminas PNA (USIM5): -3,67%
- Metalúrgica Gerdau PN (GOAU4): -3,60%