Um certo tom de euforia tem tomado conta dos investidores nos últimos dias: sinais de recuperação da economia global e possíveis novos estímulos econômicos deram força ao Ibovespa e às bolsas do mundo de uns tempos para cá. Mas fato é que ainda há muitos riscos no horizonte — e essa constatação inspira cautela nesta terça-feira (7).
Por volta de 16h25, o Ibovespa operava em queda de 1,15%, aos 97.800,21 pontos, devolvendo parte dos ganhos do pregão anterior. O tom negativo visto por aqui também é percebido lá fora, embora em menor intensidade: as principais praças da Europa tiveram perdas moderadas e, nos EUA, o Dow Jones (-1,03%), o S&P 500 (-0,57%) e o Nasdaq (-0,28%) caem.
No mercado de câmbio, o dólar à vista chegou a bater os R$ 5,2897 mais cedo, em queda de 1,16%. Mas, ao longo do dia, foi reduzindo as perdas e, agora, já sobe 0,57%, a R$ 5,3823.
- Eu gravei um vídeo para comentar alguns fatores que influenciam os mercados brasileiros nesta terça-feira. Veja abaixo:
A piora vista nos ativos domésticos na última meia hora ocorreu em paralelo à confirmação, pelo próprio presidente Jair Bolsonaro, de que seus testes para a detecção do coronavírus deram positivo — ele disse que irá se submeter aos protocolos de segurança para evitar a contaminação de outras pessoas.
Lá fora, o comportamento mais hesitante dos investidores ocorre numa sessão sem grandes destaques em termos de agenda econômica — e os poucos dados que foram divulgados estão longe de trazerem indicações positivas ao mercado.
Na zona do euro, novas projeções econômicas para a União Europeia agora apontam para uma queda de 8,7% no PIB em 2020 — as estimativas anteriores eram de baixa de 7,7%. Ainda no velho continente, a produção industrial da Alemanha cresce 7,8% em abril, resultado abaixo do esperado pelos agentes financeiros.
Esse clima menos animado na Europa se soma ao desconforto quanto ao aumento de novos casos do coronavírus nos EUA — um fenômeno que, se não for contido, pode inspirar novas medidas de isolamento e restrição econômica, o que frearia a recuperação do nível de atividade do país.
Essa combinação de fatores acaba pesando sobre o humor dos investidores, inspirando um movimento de correção e realização de lucros nas bolsas globais. O mercado de juros futuros também mostra alguma prudência: os DIs ganharam força e operam em alta em ambos os vértices.
- Janeiro/2021: estável em 2,09%;
- Janeiro/2022: de 2,90% para 2,95%;
- Janeiro/2023: de 4,00% para 4,05%;
- Janeiro/2025: de 5,55% para 5,63%.
Campos Neto otimista
O Ibovespa e o mercado doméstico de câmbio só não estão mais pressionados porque o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou em entrevista que a autoridade monetária vê uma recuperação econômica mais rápida que a prevista anteriormente — sinalização que traz algum ânimo aos investidores locais.
Top 5
Veja abaixo os cinco papéis de melhor desempenho do Ibovespa no momento:
CÓDIGO | NOME | PREÇO (R$) | VARIAÇÃO |
MRFG3 | Marfrig ON | 13,54 | +7,29% |
JBSS3 | JBS ON | 23,07 | +3,36% |
MGLU3 | Magazine Luiza ON | 74,07 | +2,89% |
ELET3 | Eletrobras ON | 33,72 | +2,77% |
FLRY3 | Fleury ON | 25,64 | +2,64% |
Confira também as maiores quedas do índice:
CÓDIGO | NOME | PREÇO (R$) | VARIAÇÃO |
CVCB3 | CVC ON | 20,44 | -6,20% |
ITUB4 | Itau Unibanco PN | 26,53 | -4,33% |
LAME4 | Lojas Americanas PN | 31,40 | -3,68% |
SANB11 | Santander Brasil units | 28,75 | -3,62% |
BBDC3 | Bradesco ON | 20,00 | -3,52% |