O segundo semestre de 2020 começa com um tom positivo no Ibovespa: o principal índice da bolsa brasileira abriu em alta, aproveitando a tranquilidade vista nas bolsas americanas. A calmaria também é vista no mercado de câmbio, com o dólar à vista passando por um alívio expressivo nesta quarta-feira (1).
Por volta de 16h20, o Ibovespa avançava 0,86%, aos 95.874,11 pontos, mostrando um desempenho ligeiramente superior ao das bolsas internacionais: nos EUA, o S&P 500 (+0,65%) e o Nasdaq (+1,05%) sobem, enquanto a maior parte das praças da Europa flutua perto da estabilidade.
No câmbio, a sessão é de alívio: o dólar à vista recuava 2,30% no mesmo horário, a R$ 5,3146 — a sessão é marcada pela desvalorização da moeda americana em relação às demais divisas de países emergentes.
- Eu gravei um vídeo para explicar a dinâmica por trás dos mercados nesta quarta-feira. Veja abaixo:
Por um lado, indicadores de atividade mais fortes que o esperado na China, Alemanha, Reino Unido e zona do euro elevam a percepção de que a economia global começa a dar sinais de recuperação — os dados ainda estão longe dos níveis vistos no começo do ano, mas, ao menos, mostram uma melhora sequencial.
Além disso, notícias quanto aos avanços em estudos da Pfizer para o desenvolvimento de uma vacina contra a Covid-19 podem amenizar, ao menos por hoje, a tensão relacionada ao avanço da doença no mundo nos últimos dias.
Por fim, os índices de atividade industrial no Brasil e nos EUA também mostraram fortalecimento: por aqui, o PMI do setor foi de 38,3 pontos em maio para 51,6 pontos em junho, voltando ao território expansionista; nos EUA, o indicador foi a 49,8 pontos, ficando ligeiramente acima do esperado pelo mercado.
Esse contexto mais promissor nos fronts econômico e de desenvolvimento de uma vacina se sobrepõem à preocupação quanto ao aumento de novos casos de coronavírus no mundo, especialmente nos EUA — uma segunda onda, se concretizada, poderia frear o processo de reabertura das economias e comprometer a recuperação dos indicadores.
Juros em queda
No mercado de juros futuros, o tom é de ligeira baixa em toda a extensão da curva, num movimento que acompanha de perto a tendência do dólar à vista. Essas correções, no entanto, são de baixa magnitude, sem implicar em grandes mudanças de visão a respeito da trajetória da Selic no curto e no médio prazo:
- Janeiro/2021: de 2,07% para 2,06%;
- Janeiro/2022: de 2,94% para 2,90%;
- Janeiro/2023: de 4,03% para 4,00%;
- Janeiro/2025: de 5,68% para 5,63%.
Top 5
Veja abaixo as cinco maiores altas do Ibovespa nesta quarta-feira:
CÓDIGO | NOME | PREÇO (R$) | VARIAÇÃO |
CYRE3 | Cyrela ON | 24,48 | +7,13% |
CIEL3 | Cielo ON | 4,91 | +6,28% |
CSAN3 | Cosan ON | 74,89 | +5,60% |
RADL3 | Raia Drogasil ON | 116,46 | +5,28% |
ECOR3 | Ecorodovias ON | 13,62 | +5,01% |
Veja também as cinco maiores quedas do índice:
CÓDIGO | NOME | PREÇO (R$) | VARIAÇÃO |
IRBR3 | IRB ON | 10,34 | -6,00% |
GGBR4 | Gerdau PN | 15,32 | -4,31% |
GOAU4 | Metalúrgica Gerdau PN | 7,05 | -3,56% |
BRAP4 | Bradespar PN | 35,30 | -3,31% |
BRFS3 | BRF ON | 20,56 | -3,29% |