Os mercados financeiros globais aguardavam ansiosamente pelo pronunciamento do presidente americano, Donald Trump, após o ataque do Irã às bases do país no Iraque. E o tom moderado assumido pelo chefe da Casa Branca agradou os investidores.
O republicano não se comprometeu com qualquer ação militar para revidar a ofensiva iraniana, resumindo-se a anunciar novas sanções econômicas ao governo de Teerã. E, em meio à postura "moderada" de Trump, as bolsas ganharam força no mundo.
O Ibovespa, que chegou a cair 0,83% mais cedo, zerou as perdas logo após o discurso do presidente americano — por volta de 16h45, exibia uma baixa moderada de 0,31%, aos 116.295,60 pontos.
Em Nova York, o Dow Jones (+0,72%), o S&P 500 (+0,68%) e o Nasdaq (+0,85%) ganharam força após a fala do presidente americano, firmando-se no campo positivo.
O alívio dos investidores também foi sentido no mercado de câmbio: no momento, o dólar à vista recuava 0,36%, a R$ 4,0503— a moeda operava em ligeira alta no início da tarde. Lá fora, a divisa americana perdeu força em escala global.
Em sua fala, Trump condenou o "comportamento hostil" do Irã e classificou o general Qassim Sulemani, morto numa ação militar americana, como "terrorista". O republicano, contudo, não se mostrou disposto a entrar numa escalada militar no Oriente Médio.
A postura do chefe da Casa Branca aumenta a percepção de que as tensões na região tendem a diminuir daqui para frente. Lideranças iranianas também sinalizaram, após os ataques de ontem, que não tinham interesse num conflito bélico, e que não agiriam novamente caso os EUA também não fizessem novas ofensivas.
Alívio no petróleo
O mercado de commodities também refletiu o tom mais ameno assumido por Trump. Logo após a fala do presidente americano, o petróleo passou a cair forte e o ouro perdeu força.
O WTI fechou a sessão em baixa de 4,93%, enquanto o Brent desvalorizou 4,15%, em meio à percepção de alívio nas tensões no Oriente Médio. O ouro, ativo usado como reserva de segurança pelos mercados, recua 1,25%.
As baixas do petróleo pressionam as ações da Petrobras: os papéis PN (PETR4) caem 1,11% e os ONs (PETR3) têm perda de 2,18%, contribuindo para frear a recuperação do Ibovespa.
Dólar e juros
O mercado de câmbio também respirou aliviado, com o dólar perdendo terreno em escala global após a fala de Trump.
Agora, a moeda americana se desvaloriza em relação às divisas de países emergentes, como o peso mexicano, o rublo russo, o peso colombiano, o rand sul-africano e o peso chileno — e o real acompanha os pares.
O tom de calmaria no câmbio abriu espaço para ajustes negativos na curva de juros, devolvendo parte dos ganhos recentes. Veja abaixo como ficaram os principais DIs nesta quarta-feira:
- Janeiro/2021: de 4,48% para 4,45%;
- Janeiro/2023: de 5,78% para 5,72%;
- Janeiro/2025: de 6,44% para 6,40%;
- Janeiro/2027: de 6,79% para 6,76%.
Top 5
Confira as cinco maiores altas do Ibovespa nesta quarta-feira:
- Braskem PNA (BKRM5): +5,13%
- Gol PN (GOLL4): +4,85%
- Suzano ON (SUZB3): +3,77%
- BRF ON (BRFS3): +3,61%
- Cemig PN (CMIG4): +3,12%
Veja também as cinco maiores baixas do índice:
- Weg ON (WEGE3): -2,87%
- BR Malls ON (BRML3): -2,77%
- Cyrela ON (CYRE3): -2,33%
- Hapvida ON (HAPV3): -2,29%
- Cielo ON (CIEL3): -2,12%