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Entre a vacina mais próxima e o avanço da covid-19, Ibovespa segue exterior e cai pela 1ª vez em 4 sessões

coronavírus vacina

O principal índice acionário da B3 operou em queda durante a maior parte do dia e terminou no terreno negativo, seguindo uma correção de preços após três altas seguidas e monitorando o aumento dos casos de coronavírus nos Estados Unidos, fator que pesou sobre os principais índices acionários de Nova York.

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O clima nos EUA e por aqui destoou do das bolsas europeias, que fecharam em alta repercutindo a novidade positiva a respeito da conclusão de testes de um imunizante contra a covid-19.

No velho continente, os índices das principais praças, como Londres, Paris e Frankfurt, avançaram ao menos 0,3%.

Ainda pela manhã, a farmacêutica americana Pfizer, que desenvolve uma vacina experimental em parceria com a alemã BioNTech, informou que finalizou os testes da fase 3 e que o seu imunizante obteve 95% de eficácia contra a covid-19.

Há uma semana, a Pfizer já havia afirmado que a sua vacina contra o coronavírus era mais de 90% eficaz contra a doença.

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Terminando a fase 3, a empresa afirmou que possui dados seguros para submeter, dentro de alguns dias, um pedido de autorização de uso emergencial da vacina ao órgão regulatório dos Estados Unidos, responsável pela saúde pública no país e por assegurar a segurança e a eficácia de vacinas.

A perspectiva de uma vacina estar mais próxima, no entanto, não sustentou os ganhos e os índices americanos passaram oscilar perto da estabilidade, até se estabelecerem em quedas firmes. Por lá, o S&P 500 e o Dow Jones caíram 1,2%, e o Nasdaq, 0,8%.

A notícia de que a cidade de Nova York decidiu pelo fechamento das escolas públicas em face do aumento de casos de coronavírus na cidade. Os Estados Unidos registraram na terça 156 mil novos casos da doença.

Por aqui, espelhando a cautela no exterior, o Ibovespa terminou a sessão perto das mínimas, em queda de 1,05%, sendo cotado aos 106.120 pontos.

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"O mercado está dividido entre a possibilidade de ter uma vacina efetiva no primeiro trimestre [de 2021] e a possibilidade de restrições mais pesadas como um lockdown", diz Abner Maciel Gonçalves, sócio e líder de operações da mesa de renda variável da BlueTrade, terceiro maior escritório filiado à XP Investimentos.

O movimento refletiu tanto a aflição externa com expansão das infecções diárias quanto a realização de lucros por parte de investidores após as altas recentes do índice. Foi a primeira baixa do Ibovespa em quatro sessões.

Destaques da bolsa

Os papéis de bancos chegaram a reduzir as quedas e virar para alta — caso de Banco do Brasil ON, que terminou o dia com leves ganhos —, mas as ações do setor fecharam predominantemente em queda — Itaú PN caiu 2,4%.

Outra gigante da bolsa, Ambev ON caiu forte, contribuindo com a queda do índice acionário, enquanto Vale ON recuou 0,8% após disparar quase 3% ontem.

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Vencedoras da crise, ações de companhias de e-commerce, como Magazine Luiza, B2W e Via Varejo, refletindo a migração setorial de investidores, caíram na sessão de hoje. Exportadoras como Suzano, reagindo ao dólar, recuaram hoje.

Papéis de shoppings, que subiram ao menos 16% no mês, caíram mais de 4% hoje.

"Como o Ibovespa caminha para uma terceira semana seguida de alta, é natural a realização de lucros como no setor de shoppings, consumo e varejo, que subiram nas últimas semanas", afirma Gonçalves, da BlueTrade. Veja as maiores quedas:

CÓDIGOEMPRESAPREÇO (R$)VARIAÇÃO
IGTA3Iguatemi ON           34,66 -4,31%
MULT3Multiplan ON           22,12 -4,20%
CYRE3Cyrela ON           25,91 -4,18%
ABEV3Ambev ON           14,84 -4,01%
LREN3Lojas Renner ON           47,12 -3,54%

Na ponta ganhadora, apareceram ações de empresas aéreas como Gol e Azul, sensíveis ao noticiário da covid-19, mais animadas pela perspectiva de vacina no curto prazo do que alarmadas por eventuais medidas de restrição.

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Além disso, bastante descontadas, uma vez que foram punidas pela pandemia com os impactos de inadimplência e evasão, ações do setor de educação como Cogna e Yduqs lideraram as altas percentuais nesta quarta.

Confira os maiores ganhos percentuais:

CÓDIGOEMPRESAPREÇO (R$)VARIAÇÃO
COGN3Cogna ON             5,13 5,34%
YDUQ3Yduqs ON           30,50 5,32%
AZUL4Azul PN           34,30 4,41%
BEEF3Minerva ON           10,15 3,57%
GOLL4Gol PN           21,94 3,10%

Apenas em novembro, o Ibovespa marca avanço de 13,4%. Das 12 sessões do mês, ele registrou ganhos em 9 delas.

Também no plano local, tivemos uma novidade a respeito de vacina: a "Coronavac", da chinesa Sinovac desenvolvida em parceria com o Instituto Butantan, produz resposta imune contra a covid-19, segundo testes da fase 1 e 2.

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Dólar vira no fim e fecha em alta; juros longos disparam

No mercado de câmbio, o dólar demonstrou fraqueza durante o dia inteiro e caminhava para adicionar mais algumas perdas às que já marcava... mas, no fim, virou para alta.

A informação de que a cidade de Nova York fechará as suas escolas públicas em face do aumento de casos de covid-19 alimenta a cautela sobre o avanço do coronavírus no país e fortalece a moeda. Sempre bom lembrar: Nova York foi o epicentro da covid nos EUA.

O dólar encerrou o dia, deste modo, em alta de 0,13%, para R$ 5,3376. No mês, ainda acumula queda de 2,5% — no entanto, no ano, sobe incríveis 33%.

O Dollar Index, que compara o dólar a uma cesta de moedas fortes como euro, libra e iene, recua, indicando a fraqueza da moeda em um ambiente em que se avista a perspectiva de uma vacina.

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Ontem, o dólar tombou frente ao real, marcando queda de 2%, e fechou o dia cotado a R$ 5,33. A explicação para tal movimento foi a entrada de divisas internacionais no Brasil, enfim dando as caras na B3, em um cenário após a definição das eleições americanas, com a vitória de Joe Biden, e boas notícias sobre uma vacina contra a covid-19.

Os juros futuros, por seu turno, tiveram forte movimento de alta na sessão de hoje, na qual se consolidaram pouco antes do início da tarde, e fecharam apontando para cima.

As taxas de vencimentos mais longos operaram em alta mais expressiva, de 9 a 14 pontos-base — ou de 0,09 a 0,14 ponto percentual —, embalados ainda por uma reserva gerada pela percepção de risco fiscal em virtude do crescente endividamento público brasileiro, sem previsão de uma disseminação de incertezas.

"Nos juros, temos um calcanhar gigantesco, e essa alta dos mais longos tem a ver com a política fiscal", diz Rafael Bevilacqua, estrategista-chefe da Levante Investimentos. "O nosso fiscal está ruim, nossa agenda não anda, e os juros estão precificando isto."

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Veja as taxas de fechamento dos principais vencimentos:

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