Apesar de não ter sido uma grande surpresa, o mercado não gostou do que viu no resultado apresentado ontem (14) pela Oi. Não é à toa que os papéis despencaram cerca de 17% após o a divulgação dos números e fecharam o pregão de hoje (15) cotados em R$ 1,19.
Mas há quem veja uma luz no fim do túnel e acredite que a ação pode se valorizar no curto prazo. Para o BTG, o preço-alvo para os papéis da companhia (OIBR3) é de R$ 3,50, o que representaria uma valorização de 194,1% em relação ao valor do fechamento desta quinta-feira.
Segundo os especialistas do banco, a Oi permaneceria como uma empresa estratégica e um bom ativo para possíveis fusões e aquisições. Com isso, o banco reiterou a recomendação de compra dos papéis.
Em sua justificativa, eles disseram que "continuam com uma visão mais positiva e com a recomendação de compra porque esperam notícias boas sobre a questão regulatória (PLC 79) e porque continuam a ver a Oi como um ativo de estratégia única para os concorrentes locais e internacionais".
Eles ainda apontaram que a venda de ativos não-essenciais para a companhia, como a participação que detém na operadora angolana Unitel poderiam ajudar a diminuir os impactos negativos na dinâmica do fluxo de caixa livre no curto prazo.
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Ainda há forte pressão
Ao avaliar o balanço da empresa, os analistas do banco destacaram que a empresa não "apresentou maiores surpresas" e que "tanto a receita quanto o Ebitda (lucro antes de impostos, depreciação, amortização, juros) continuaram pressionados no segundo trimestre".
Os especialistas apontaram ainda que a empresa gerou uma receita de R$ R$5,05 bilhões, mas que o montante ficou 8,1%% abaixo do valor registrado no mesmo período do ano passado.
E não foi só isso. Apesar de a companhia ter conseguido diminuir os custos em cerca de 2,4% ante o mesmo período de 2018 por conta das iniciativas de digitalização e de aumento da eficiência operacional, a redução não foi suficiente para controlar a queda do potencial de geração de caixa da empresa (Ebitda), que contraiu 22,1% e fechou em R$ 1,2 bilhões.
Na ocasião, a margem Ebitda também teve queda de 4,4 pontos percentuais para 23,9%. Ou seja, houve perda de lucratividade da companhia ao longo do período, o que é negativo.
Custos um pouco mais sob controle
Os analistas pontuaram que como a receita continuou em trajetória de queda também não esperavam resultados operacionais melhores. Justamente por esse motivo, a empresa revisou o seu guidance cerca de um mês atrás.
Na época, ela indicou que o Ebitda em 2019 deveria ficar entre R$ 4,5 bilhões e R$ 5 bilhões, em linha com os R$ 2,45 bilhões reportados no primeiro semestre deste ano.
Apesar dos resultados ruins, os analistas destacaram que, - pela primeira vez -, a receita na linha de atuação corporativa (B2B) não encolheu de forma tão brusca. Os resultados do segundo trimestre apontam uma queda de 1,1% em relação ao trimestre anterior, 2,8% em relação ao quarto trimestre de 2018 e de 3,2% em relação ao terceiro trimestre de 2018.
Segmento residencial
Outro aspecto que chama a atenção é a queda no segmento residencial. Nele, houve baixa de 9,1% em número de clientes e de 12,1% em termos de receita.
No quesito número de clientes, a Oi perdeu clientes de linhas fixas (-11,9%), banda larga (-7,5%), mas aumentou em TV paga (1,6%). A receita média por usuário (arpu, na sigla em inglês) no setor residencial diminuiu 0,6%, e fechou em R$ 78,6 por mês.
Diante dos resultados, os analistas destacaram que a demanda por linhas de telefonia fixa caiu e que a parte de fibra óptica está enfrentando grande competição por conta de menores players regionais.
A companhia disse que vem acelerando os investimentos em fibra ótica para substituir a banda larga por fios de cobre e reverter a perda dos usuários em banda larga. Hoje, o plano de expansão de FTTH, que busca oferecer uma banda larga de alta velocidade é essencial para a companhia.
Com o crescimento do capex e a aceleração dos investimentos com foco principal na expansão de FTTH, oferecendo banda larga de alta velocidade, os analistas disseram que esperam ver um aumento do segmento residencial no próximo trimestre.