Renda extra: veja 11 ações que pagam dividendos maiores que a Selic

Observar o cenário da economia nacional é fundamental para qualquer pessoa que deseja começar a investir seu dinheiro – ou, ainda, adicionar aplicações a uma carteira já existente. E não precisa ser nenhum especialista na área para perceber que o contexto econômico atual do Brasil é marcado, especialmente, por um significativo aumento da taxa básica de juros, conhecida como Selic.

Após o 11º aumento seguido, o índice foi dos 2% a.a., em março do ano passado, para os 13,25% a.a., neste mês de junho, em uma tentativa prolongada do governo de controlar a inflação.

Essa elevação da Selic vem chamando a atenção de quem deseja obter bons rendimentos aplicando em fundos de renda fixa formados, majoritariamente, por ativos que têm a taxa como referência. Títulos públicos, CDBs (Certificados de Depósito Bancário) e LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) são alguns exemplos.

No entanto, esta não é a única maneira de fazer o dinheiro render neste cenário econômico. No universo da renda variável, é possível encontrar ações que possuem dividendos até maiores que os 13,25% a.a da Selic. 

O que são dividendos e como eles funcionam?

Os dividendos são muito visados por quem decide investir em ações: eles são uma parte do lucro que determinada empresa recebe e que é obrigada, por lei, a dividir entre os seus acionistas. 

Existem variados tipos de dividendos: eles podem ser pagos em dinheiro, ações ou como Juros sobre Capital Próprio (JCP), por exemplo. Essa remuneração é paga de forma proporcional a seus acionistas, ou seja, quem compra mais ações acaba recebendo uma parte maior dos lucros da companhia. 

Este pagamento pode ser feito de forma mensal, trimestral, semestral ou anual, a depender da política da empresa. 

Além de serem bem vistos pelos investidores, já que podem funcionar como um dinheiro extra caindo na conta de forma regular, os dividendos também são interessantes para a própria empresa, que consegue atrair mais acionistas e, consequentemente, tem suas ações valorizadas. 

Como os dividendos vêm do lucro obtido pelas companhias, aquelas de caráter mais estável, com boa geração de caixa e que conseguem ter bom desempenho mesmo em contextos desafiadores da economia são as que costumam distribuir essa remuneração. 

Por isso, é importante verificar o histórico da empresa antes de decidir incluí-la em seu portfólio de investimentos, sempre com a consciência de que retornos passados não são garantia de resultados futuros.

Ações com dividendos maiores que a Selic

Um dos indicadores mais importantes na hora de mensurar a distribuição dos lucros de uma empresa a seus acionistas é o dividend yield. Esse índice mede a performance de pagamentos de dividendos de acordo com o valor de seus ativos no período de um ano.

Por exemplo: se em determinado momento uma companhia tem suas ações valendo R$ 50 e, nos últimos 12 meses, o valor médio de dividendos pagos por ação foi de R$ 5, o dividend yield dessa instituição é de 10% (pois 5 equivale a 10% de 50). A conta pode ser feita da seguinte forma:

(dividendos pagos por ação / preço atual da ação) X 100 = DY

Ou, neste caso:

(5,00 / 50,00) X 100 = DY de 10%

Segundo um levantamento recente realizado pela plataforma Economatica, existem 11 ações da bolsa brasileira com probabilidade de retornos em dividendos, nos próximos 12 meses, maiores do que os 13,25% a.a. registrados pela taxa Selic atualmente. 

A Petrobras (PETR4) é destaque da lista: apesar de todos os desafios que enfrentou nos últimos meses, com o alto preço dos combustíveis e a troca constante de presidentes, a estatal ainda tem a expectativa de pagar um dividend yield de 38,91% nos próximos 12 meses. Já as ações ordinárias da empresa (PETR3) devem ter um retorno de 35,22% em dividendos. 

Bradespar, Marfrig, Gerdau Metalúrgica e Braskem também aparecem com ótimas projeções. Confira abaixo a lista completa das ações com dividend yield esperado acima da Selic (13,25%) nos próximos 12 meses:

Como ponto em comum entre as empresas da lista, vale destacar que grande parte delas são consideradas blue chips (denominação dada às companhias tradicionais e de grande porte, com boa reputação no mercado e emissoras de ações com boa liquidez) ou de commodities. Neste último caso, fica claro como elas se beneficiam do aumento do preço das matérias-primas e, assim, alcançam lucro e distribuição de dividendos mais robustos.

Como investir nessas e em outras ações?

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