De volta à ‘estaca zero’? Com a desistência de Biden, veja como o investidor deve se posicionar
Para analista da Empiricus Research, o investidor deveria se preocupar menos em acertar quem vai ganhar as eleições e mais em ter uma carteira estruturada
A desistência de Joe Biden abriu um novo capítulo na corrida presidencial dos Estados Unidos. No início da semana passada, a eleição parecia estar resolvida, após o atentado contra o candidato republicano, Donald Trump.
Entretanto, com a renúncia de Biden e a possível indicação de Kamala Harris, alguns especialistas no cenário político americano enxergam que o jogo recomeçou.
A mudança terá impactos não só no ambiente político dos EUA, mas também nos mercados. Nas últimas semanas, muitos investidores vinham apostando no “Trump Trade”.
Ou seja, a perspectiva era de juros mais altos no longo prazo e de que empresas tradicionais pudessem se beneficiar mais que companhias de tecnologia, por exemplo.
Contudo, diante da mudança de nome do lado democrata, muitos investidores começam a se questionar: qual a melhor estratégia de investimentos neste momento?
Para o analista de ações internacionais da Empiricus Research, Enzo Pacheco, “o investidor deveria focar menos em tentar descobrir quem ganhará as eleições e ter em mente uma posição estrutural em ativos internacionais”.
Por que quem vai ganhar e quem vai perder não é o fator mais importante?
Ao que tudo indica, Kamala Harris será a nova candidata na disputa eleitoral americana. Embora ainda não tenha sido oficializado pelo partido republicano, a atual vice-presidente dos Estados Unidos já fez seu primeiro discurso como pré-candidata e mobilizou grandes doadores para a campanha.
Segundo Enzo Pacheco, essa mudança deve fazer com que os investidores reduzam suas apostas nos setores que poderiam se beneficiar de uma eventual vitória de Trump.
O analista já havia pontuado em outras ocasiões que Donald Trump é a favor de uma política fiscal mais flexível, menor regulamentação e aumento das tarifas comerciais, especialmente para produtos importados da China.
Essas medidas, segundo Pacheco, poderiam beneficiar alguns setores específicos da economia americana, em especial o financeiro e o de commodities. Mas também poderia levar a um cenário de inflação e taxas de juros mais altas nos EUA e, consequentemente, uma apreciação do dólar no longo prazo.
Assim, nas últimas semanas, o mercado vinha apostando no “Trump Trade”, isto é, comprando títulos de curto prazo e vendendo títulos de prazo mais longo. Bem como, migrando das ações de tecnologia para empresas tradicionais.
Entretanto, diante da possível candidatura de Kamala Harris, Pacheco acredita que empresas de energias renováveis tendem a se beneficiar. Ele ressalta que Harris têm um posicionamento mais a favor do setor.
Diante desse contexto, o analista aponta que a troca de candidatos no partido Democrata deve trazer mais volatilidade para os mercados no curto prazo.
Assim, é comum que o investidor se preocupe e queira saber onde investir. Entretanto, ele aponta que mais importante do que investir com foco nas eleições é ter uma estratégia de longo prazo.
Veja só o gráfico abaixo, ele mostra o desempenho da bolsa americana nos últimos 97 anos:
As linhas vermelhas e azuis na vertical representam períodos em que estiveram no comando do país presidentes democratas e republicanos. Perceba que ao longo de quase 1 século ocorreram várias alternâncias políticas, mas a bolsa americana continuou subindo.
Assim, o analista aponta que ao invés de escolher as ações com base em um candidato “A” ou “B”, o investidor deveria focar em “uma pegada macro (por conta da expectativa de corte de juros por parte do Fed, com o dado de inflação recente)”, explica.
Enzo ainda pontua que o ideal é que no longo prazo o investidor consiga ter 20% da carteira em ações internacionais. O analista inclusive separou uma lista com os 10 melhores ativos para investir agora.
10 ações internacionais para ter na carteira agora
Segundo Enzo Pacheco, pensando no longo prazo, o investidor deveria ter um foco maior em ações tradicionais, complementando com papéis mais “apimentados”, como por exemplo as big techs.
Nesse sentido, o analista selecionou 10 ações internacionais que ele acredita que valem a pena o investidor se posicionar agora.
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