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Renda fixa recomendada para outubro paga IPCA + 8,5% e 101% do CDI — confira as opções de debêntures isentas, CDB e LCA

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Setembro foi um mês de contrastes para a precificação dos títulos de renda fixa. De um lado, o cenário externo se mostrou mais favorável, e do outro, as incertezas domésticas em relação à economia voltaram com força.  

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Fatores como pesquisas eleitorais, aquecimento do mercado de trabalho local e sinais divergentes da inflação influenciaram os ativos locais. No campo internacional, o corte de juros nos EUA e a sinalização positiva de Trump ao Brasil também mexeram com as expectativas.  

O saldo final foi de aumento das expectativas de inflação no curto prazo (de 4,16% para 4,37% em um ano), segundo relatório do Itaú BBA, mas queda no longo (de 5,46% para 5,28% em cinco anos).  

Os analistas ponderam que essa movimentação indica preocupação com os próximos dados, mas confiança na convergência dos preços para a meta de 3% no futuro. Além disso, os agentes financeiros também projetam a taxa de juros mais elevada por algum tempo antes de cortes relevantes.  

Ao final de setembro, as taxas prefixadas da renda fixa ficaram estáveis no trecho mais curto, enquanto a de cinco anos caiu de 13,76% para 13,69%. Já os papéis indexados ao IPCA mostraram sinais mistos: a taxa real de dois anos subiu para 8,59% e a de cinco anos ficou estável em 7,53% ao ano. 

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O que isso significa para os investimentos em renda fixa?  

Para o investidor pessoa física, o relatório do Itaú BBA afirma que carregar os títulos até o vencimento é a melhor estratégia neste momento. “As oportunidades em prefixados e IPCA+ permanecem abertas, especialmente nos prazos mais longos.”, diz o relatório.  

E acrescenta: “em outras palavras, a tese de que vale a pena travar juros hoje para colher resultados nos próximos anos segue de pé.” 

Entretanto, os analistas ponderam que o caminho não será linear, mesmo na renda fixa. Setembro mostrou que choques pontuais — como ruídos políticos ou incertezas fiscais — podem gerar volatilidade temporária, “mas não mudam os fundamentos”.  

A inflação segue em queda nos prazos mais longos, enquanto as taxas reais dos títulos indexados ao IPCA continuam em patamares historicamente altos. 

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Crédito privado: Minerva e Suzano são destaques em outubro 

Minerva figura nas recomendações de títulos de crédito privado da XP e do BTG Pactual, em ambos os casos com títulos prefixados.  

A XP indica o CRA 02400AYP, com rentabilidade prefixada de 13,7% ao ano, isento de imposto de renda e com vencimento em novembro de 2034. Já o BTG Pactual seleciona o CRA 025005V8, com taxa de 14,41% ao ano e vencimento em julho de 2035.  

Os analistas de ambas as casas destacam a Minerva por sua liderança nas exportações de carne bovina na América Latina, beneficiada pela diversificação geográfica da produção e por possuir liquidez confortável para o pagamento de passivos financeiros.  

Outra recomendação dobradinha é uma novidade na renda fixa: são as Cédulas de Produto Rural – Financeira (CPR-F) da Suzano. Os títulos foram recomendados por XP e Itaú BBA em emissões diferentes.

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O Itaú BBA recomenda o ativo CPR-F 25I02598074, que oferece uma taxa de IPCA + 6,9% e possui vencimento longo, em setembro de 2037. A XP indica a CPR-F 25I02597637, com taxa de IPCA + 6,7% e vencimento em setembro de 2035. 

A CPR-F é uma variação da tradicional Cédula de Produto Rural (CPR). Enquanto a versão tradicional está vinculada à entrega de um produto rural — como grãos, carne ou algodão — a versão financeira não exige a entrega física de um produto e é isenta de imposto de renda para a pessoa física. O produtor rural se compromete com o pagamento em dinheiro. 

A Suzano fez sua primeira emissão em agosto, em três séries, com juros semestrais.  

Tesouro Direto para todos os vencimentos  

Com a Selic fixada em 15% ao ano por mais algum tempo, o Tesouro Selic 2028 — principal título disponível na plataforma do Tesouro Direto — segue na recomendação dos analistas para a reserva de emergência ou alocações de curto prazo.  

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Para prazos intermediários — de até três anos — a recomendação é o Tesouro Prefixado, segundo o Itaú BBA. O relatório indica o Tesouro Prefixado 2028, com taxa de 13,50% ao ano. Segundo os analistas, ao travar essa remuneração, o investidor pode se beneficiar do possível corte de juros a partir de 2026. 

Por fim, para o longo prazo, acima de cinco anos, a prioridade deve ser a proteção do poder de compra. Para essa função, o Tesouro IPCA+ é a recomendação das carteiras de renda fixa. Os prazos de vencimento, entretanto, divergem.  

Enquanto o relatório da XP fica em títulos mais intermediários — Tesouro IPCA + 2030 e Tesouro IPCA + 2033 —, o Itaú BBA estica sua recomendação para o Tesouro IPCA + 2040. Independentemente do prazo, no entanto, em ambos os relatórios os analistas destacam as taxas reais historicamente altas nesses títulos, que são uma oportunidade de garantir renda real acima da inflação por muitos anos.  

Vale destacar que os títulos recomendados pela XP (Tesouro IPCA + 2030 e 2033) não estão disponíveis na plataforma do Tesouro Direto, apenas na plataforma da corretora, para negociação via mercado secundário. Já o Tesouro IPCA + 2040 está na plataforma do TD.  

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Renda fixa bancária: entre isentos e tributados  

No universo da renda fixa bancária, a única carteira que trouxe sugestões de CDB (Certificados de Depósito Bancário) e LCA (Letras de Crédito do Agronegócio) foi a da XP.  

O CDB escolhido foi o do Banco C6, prefixado, com vencimento em julho de 2029 e uma rentabilidade de 13,9% ao ano. Para os analistas, o C6 é um banco “jovem”, mas conta com a presença do JP Morgan como acionista minoritário, o que reforça sua solidez.  

Já para quem busca retornos isentos de imposto de renda, a XP recomenda a LCA do BOCOM BBM, resultado da união entre o Bank of Communications, um dos maiores bancos da China, e o Banco BBM do Brasil.  

A emissão tem rating AAA, vencimento em setembro de 2030 e uma rentabilidade de 92% do CDI — ou 103,8% do CDI caso tivesse a mesma tributação de um CDB (gross-up).  

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Veja a carteira de renda fixa de cada instituição:  

BTG Pactual 

Título  Data de vencimento Retorno Rating local 
CRA Eldorado (CRA0250080X) 17/09/2035 IPCA + 7,86% AA+ 
Debênture Iguá Rio de Janeiro (IRJS15)* 15/02/2044  IPCA + 8,28% AAA 
Debênture MetrôRio (MGPRA0) 15/03/2042 ND AAA 
Debênture Rialma (RALM11) 15/12/2048 IPCA + 7,56% AAA 
CRI Pacaembu (25F2573710) 27/06/2030  101% do CDI AAA 
CRA SLC Agrícola (CRA025007PT) 22/09/2033  CDI + 0,35% AA 
Debênture Vero (VERO15) 15/07/2032 14,97% a.a. A+ 
CRA Minerva (CRA025005V8) 16/07/2035 14,41% a.a. AAA  
Retorno verificado na plataforma do BTG no dia 09 de outubro de 2025.  
*Título para investidor profissional e/ou qualificado.  
Fonte: BTG Pactual 

Itaú BBA  

Título  Data de vencimento Retorno Rating local 
Debênture Engie (EGIE29) 15/07/2029 IPCA + 7,2% AAA 
CRA BRF (CRA0250066B) 16/07/2035 IPCA + 7,7% AAA 
CPR-F Suzano (25I02598074) 15/09/2037 IPCA + 6,9% AAA 
CRI Grupo Mateus (22C1362141)* 17/07/2034 IPCA + 8,5% AAA 
CRA BRF (CRA0250020C)* 16/04/2035 IPCA + 7,5% AAA 
Debênture Cemig (CMGDB2)* 15/03/2040 IPCA + 7,0% AA+ 
Tesouro Selic 2028 01/03/2028  Selic + 0,05% 
Tesouro Prefixado 2028  01/01/2028 13,50% 
Tesouro IPCA+ 2040 15/08/2040 IPCA + 7,22% 
Retorno indicado pelo Itaú em relatório.  
*Título para investidor qualificado. 
Fonte: Itaú BBA.

XP Investimentos  

Título  Data de vencimento Retorno Rating local 
Tesouro Selic 2028 01/03/2028 Selic + 0,01%  
LCA BOCOM BBM 22/09/2030 92% do CDI AAA 
CDB Banco C6 27/07/2029 13,9% 
CRA São Martinho (CRA024004H7)* 12/04/2029 93% do CDI  AAA 
Tesouro IPCA+ 2030 15/08/2030 IPCA + 7,4% 
Tesouro IPCA+ 2033 15/05/2033 IPCA + 7,3% 
CRA Lar Cooperativa (CRA025006NA)* 15/08/2030 101% do CDI 
CPR-F Suzano (25I02597637) 15/09/2035 IPCA + 6,7% AAA 
CRA Minerva (CRA02400AYP) 16/11/2034 13,7% AAA 
Retorno indicado pela XP em relatório.  
*Título para investidor profissional e/ou qualificado.  
Fonte: XP Investimentos 

BB Investimentos  

Título  Data de vencimento 
Debênture Eletrobras - Chesf (CHSF13) 15/06/2031 
Debênture CPFL Energia (CPFPA9) 15/02/2035  
Debênture CPFL Energia (PALFB3) 15/10/2035  
Debênture Isa Energia (TRPLB4) 15/10/2038 
Debênture Vale (VALEB1) 15/05/2032 
Debênture Vale (VALEC1) 15/05/2035 
Fonte: BB Investimentos 

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