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Alô, Macron? O que Lula falou por quase uma hora com o presidente francês — e que pode tirar Trump do sério

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva ao lado do presidente da França, Emanuel Macron, durante visita na Torre Eiffel iluminada com as cores do Brasil.

Lula ao lado de Emanuel Macron durante visita à Torre Eiffel

Se a crença popular estiver certa, a orelha de Donald Trump ficou vermelha nesta quarta-feira (20), depois que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva telefonou para o colega francês Emmanuel Macron nesta manhã. Os dois se falaram por quase uma hora e o republicano foi o principal tema da conversa. 

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Alvo de uma taxação de 50% dos EUA e de outras medidas retaliatórias de caráter político, quem puxou o assunto foi Lula. O petista disse a Macron que repudia o "uso político de tarifas comerciais contra o Brasil". 

De acordo com a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), Lula relatou ainda que as medidas que seu governo tem adotado para proteger os trabalhadores e as empresas brasileiras do tarifaço. 

Brasil contra os EUA na OMC

Lula também aproveitou a conversa para contar a Macron sobre o recurso que o Brasil apresentou à Organização Mundial do Comércio (OMC) contra o que chamou de "injustificadas tarifas norte-americanas". Você pode conferir aqui os detalhes da queixa do Brasil.

"Mesmo sem reconhecer a legitimidade de instrumentos unilaterais usados pelos EUA, como a Seção 301, o presidente Lula comentou sobre os esclarecimentos apresentados por seu governo", disse a Secom.

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A secretaria também afirmou que "o Brasil continuará trabalhando para concluir novos acordos comerciais e abrir mercados para a produção nacional".

Sai Trump, entra Macron?

As relações entre o Brasil e os EUA estão em seu pior momento desde que Trump assumiu a Casa Branca, em janeiro deste ano, e começou a adotar tarifas sobre produtos brasileiros. A saída para o País tem sido buscar aliados em outras partes do mundo — e um deles pode ser a França

Em dezembro de 2024 — depois de muita pressão, especialmente da França, negociação e ajustes — o acordo entre o Mercosul e a União Europeia (UE) foi finalmente concluído. O pacto busca fortalecer os laços econômicos entre os dois blocos, impulsionar o comércio e investimentos, além de promover o desenvolvimento sustentável. 

Lula falou com Macron sobre o assunto. “Macron e Lula comprometeram-se a ultimar o diálogo com vistas à assinatura do Acordo Mercosul-União Europeia ainda neste semestre, durante a presidência brasileira do bloco", disse a Secom.

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Brics também é foco de Lula

Outro nó górdio na relação entre Brasil e EUA é o Brics, grupo de países emergentes liderado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Além de abrigar rivais históricos dos norte-americanos, o bloco ainda ensaia o uso de moedas alternativas ao dólar em trocas comerciais, irritando Trump. 

Na conversa de quase uma hora com Macron, Lula tratou da defesa do multilateralismo, algo que o petista vem enfatizando em suas viagens internacionais nos últimos meses e que será um dos principais temas da Cúpula Virtual do Brics, em setembro.

Neste sentido, Lula e Macron também "reafirmaram intenção de promover maior cooperação entre os países desenvolvidos e o Sul Global, em favor do comércio baseado em regras multilateralmente acordadas", segundo a nota. 

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