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Quanto custa se aposentar nas melhores cidades do Brasil para aposentados?

Imagem gerada por inteligência artificial

Preparar-se para a aposentadoria vai muito além de juntar dinheiro na conta. O verdadeiro desafio é transformar essa reserva em qualidade de vida no dia a dia. O que hoje cabe no bolso pode não ser suficiente amanhã — por isso, entender o custo de vida na aposentadoria é essencial para planejar essa fase com menos surpresas e mais liberdade. 

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“À medida que envelhecemos, custos como saúde, moradia e alimentação tendem a ganhar mais peso no orçamento. Em compensação, outros gastos caem, como educação e criação dos filhos”, diz o planejador financeiro Jeff Patzlaff

Esses números, no entanto, variam bastante de acordo com a cidade em que se vive — ou se pretende viver. E, entre os 5.568 municípios brasileiros, alguns se destacam por oferecer melhores condições para quem já passou da fase ativa de trabalho. 

É isso que mede o Instituto de Longevidade MAG, que analisa três variáveis principais e 23 indicadores para definir as melhores cidades do país para se aposentar.  

Entram na conta fatores como qualidade dos serviços públicos de saúde, infraestrutura urbana, opções de lazer e até representatividade de pessoas 60+ em relação à população geral do município. 

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As melhores cidades para se aposentar no Brasil:  

  1. São Caetano do Sul (SP)   
  1. Vitória (ES)   
  1. Santos (SP)  
  1. Florianópolis (SC)   
  1. Curitiba (PR)  
  1. Botucatu (SP)  
  1. Jundiaí (SP)  
  1. Balneário Camboriú (SC)  
  1. Londrina (PR)  
  1. Marília (SP)   

Mas qual o custo de vida nessas cidades e como transformar isso em planejamento financeiro para a aposentadoria? O Seu Dinheiro conversou com o planejador financeiro e especialista em investimentos Jeff Patzlaff e o economista e sócio da The Hill Capital, Claudio Ianface, para responder a essas perguntas.  

Custo de vida nas melhores cidades para a aposentadoria  

O estado de São Paulo é destaque com cinco dentre as dez cidades classificadas como boas para a aposentadoria. O custo de vida na região, entretanto, não está entre os mais acessíveis do país.  

Para as análises e cálculos, a reportagem considerou os dados de custo de vida do portal Numbeo, que calcula os valores de diferentes cidades a partir de preços informados por colaboradores. 

O Numbeo não tem dados específicos de São Caetano do Sul ou de Botucatu e Jundiaí, por exemplo. Por isso, os dados das capitais são a referência, enquanto os municípios do interior tendem a ter valores mais acessíveis.  

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São Paulo

São Paulo, é a cidade com o custo de vida mais alto do Brasil, segundo o Numbeo. Os custos mensais estimados para uma família de quatro pessoas são de R$ 12.657,60, sem incluir o aluguel.  Enquanto os custos mensais nas mesmas condições para uma única pessoa são de R$ 3.488,6

Quando se fala em aluguel, o apartamento de um quarto no centro da cidade custa, em média, R$ 3.602,61.  Fora do centro, apartamentos com um a três quartos custam, em média, entre R$ 2.239,09 e R$ 4.174,87.  

Considerando que as melhores cidades para a aposentadoria são no interior ou no litoral, São Caetano do Sul, Santos, Botucatu, Jundiaí e Marília, os valores tendem a ser mais próximos dos “fora do centro”.  

Florianópolis

Santa Catarina aparece com duas cidades no ranking: Florianópolis e Balneário Camboriú. A premissa é a mesma de São Paulo: capital como referência para demais municípios.  

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Segundo o Numbeo, Florianópolis é 7,2% mais barata que São Paulo, excluindo valor de aluguel. Mas o aluguel é, em média, 10,9% menor.  

Para uma família de quatro pessoas, os gastos podem chegar a R$ 11.353 por mês, enquanto uma única pessoa tem um custo de vida médio de R$ 3.182,30.   

Já o aluguel de um imóvel de um quarto no centro da cidade custa, em média, R$ 2.937,50.  Apartamentos de um a três quartos, fora do centro, ficam na faixa de R$ 2.129,40 a R$ 4.185,70.  

Curitiba

O Paraná também aparece com duas cidades: Curitiba e Londrina.  Curitiba aparece com custo de vida 16,1% mais barato do que São Paulo, segundo o Numbeo. Já Londrina não tem dados suficientes, de modo que a capital serve de referência.  

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Os custos mensais estimados para uma família de quatro pessoas em Curitiba são de R$ 10.599,50, enquanto para uma única pessoa são de R$ 2.992,80 — em ambos os casos, sem incluir o aluguel. 

A locação de imóveis na cidade sai, em média, 39,7% mais barata do que em São Paulo. Um apartamento de um quarto no centro da cidade custa, em média, R$ 2.046,17.  Os imóveis de um a três quartos, fora do centro, ficam na faixa de R$ 1.431,58 a R$ 2.823,92.   

Vitória

Por fim, Vitória é a capital com os custos mais acessíveis: 13,5% mais barata que São Paulo, excluindo aluguel. Os custos mensais para uma única pessoa são de R$ 3.034,20. Para uma família de quatro pessoas sobe para R$ 10.661,30.  

O aluguel na capital do Espírito Santo é, em média, 44,4% menor que em São Paulo, saindo por R$ 1.550, em média, um apartamento de um quarto no centro da cidade.  Fora do centro o valor cai para R$ 1.250.

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Já os imóveis de dois a três quartos têm uma média de preço de R$ 3.360 no centro e R$ 3.150 fora do centro.  

Presente vs. futuro  

Consideremos o planejamento da aposentadoria para viver em Curitiba. Atualmente, o custo de vida de uma pessoa mais o aluguel de um imóvel de um quarto fora do centro sai por R$ 4.424,38 — digamos, R$ 5 mil por mês.  

Mas este é um planejamento para o futuro. Daqui a 10, 20 ou 30 anos, R$ 5 mil não equivalerá em poder de compra aos mesmos R$ 5 mil de hoje. A inflação — aumento contínuo dos preços de bens e serviços ao longo do tempo medido pelo índice IPCA — corrói esse valor. 

Para entender esse efeito é muito simples. Há dez anos, o preço do litro da gasolina era de R$ 3,323. Atualmente é R$ 6,17. Dez anos à frente, quem sabe?  

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Outro detalhe importante é a mudança de peso dos grupos de despesa sobre o orçamento das famílias com aposentados. O Instituto de Longevidade calcula mensalmente essa diferença para gerar o IPCA 50+, focado nessa parcela da população. Veja a seguir:  

Peso dos Grupos do IPCA e IPCA 50+ (% da despesa total no último mês):

Grupo IPCA (%) IPCA 50+ (%) 
Alimentação e bebidas 21,7 21,4 
Habitação 15,3 13,6 
Artigos de residência 3,6 4,1 
Vestuário 4,6 4,8 
Transportes 20,4 20,8 
Saúde e cuidados pessoais 13,5 15,8 
Despesas pessoais 10,2 9,9 
Educação 6,1 4,4 
Comunicação 4,6 5,4 
Fonte: Instituto de Longevidade MAG – agosto de 2025.  

Saúde e cuidados pessoais ganha um peso maior, assim como artigos de residência e comunicação, embora mais marginais. No entanto, a estimativa do Numbeo não considera custos com plano de saúde e remédios, o que indica que o custo de vida da aposentadoria pode ser um pouco maior do que a estimativa indicada — no presente e no futuro.   

“A melhor forma é trabalhar com objetivos em termos percentuais do padrão de vida atual. Por exemplo, quero preservar de 70% a 80% do meu poder de compra hoje”, diz o economista Claudio Ianface.  

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“E é importante revisar esse objetivo periodicamente: metas financeiras não são estátuas, são planos que precisam ser reavaliados”, acrescenta.   

Afinal, quanto custa se aposentar?  

Por meio da calculadora Viver de Renda, do Seu Dinheiro, é possível verificar quanto patrimônio é necessário acumular para retirar mensalmente o valor de custo de vida de cada cidade boa para se aposentar.  

A ferramenta mostra quanto seria preciso juntar em valores de hoje, assumindo que o investidor optará por ativos que ofereçam correção pela inflação Essas opções você encontra tim tim por tim tim nesta matéria.  

Patrimônio para aposentadoria em:  

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São Paulo 

Florianópolis 

Curitiba 

Vitória 

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A simulação considerou o custo de vida individual indicado pelo Numbeo e imóveis de três quartos fora da região central. O valor final obtido é o do patrimônio necessário para bancar esse custo de vida apenas por meio do retorno de investimentos, isto é, consumindo apenas a rentabilidade, e não o principal. 

A simulação também considerou um investimento conservador, em aplicações seguras, porém de baixo retorno, com uma rentabilidade acima da inflação de 2% ao ano e um desconto de 15% de imposto de renda, correspondente a tabela de alíquotas regressivas para investimentos de longo prazo.  

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