Startup franco-brasileira de remoção de carbono leva prêmio de R$ 85 milhões da fundação de Elon Musk
NetZero utiliza tecnologia circular para processar resíduos agrícolas que sequestram carbono e aumentam a resiliência das lavouras

A NetZero, uma empresa francesa de biocarvão que opera no Brasil, recebeu o reconhecimento de segunda colocada no XPrize Carbon Removal, competição climática internacional voltada para soluções de descarbonização da atmosfera, promovida pela XPrize Foundation com o apoio da Musk Foundation.
A startup levou o prêmio de US$ 15 milhões – aproximadamente R$ 85 milhões – por desenvolver um modelo circular para obter e processar resíduos agrícolas, como a casca de café, que removem carbono do solo e recuperam lavouras, chamados de biochar ou biocarvão.
- LEIA MAIS: O Lifestyle do Seu Dinheiro chegou para te manter atualizado sobre as principais tendências de comportamento e consumo; receba nossa newsletter gratuita
A NetZero desenvolveu uma tecnologia própria que opera num modelo de ponta a ponta, incentivando a participação de agricultores locais tanto como fornecedores de biomassa quanto como usuários do biochar. Além dos benefícios climáticos, essa metodologia simplifica a logística, melhora a rastreabilidade e fortalece o engajamento local.
“Participar do XPrize foi acreditar que o biochar podia liderar o futuro da remoção de carbono. Agora provamos com dados que o biochar é ciência e inovação para o futuro do clima e da agricultura sustentável”, disse Olivier Reinaud, diretor geral da NetZero, nas redes sociais.
O poder do biochar
A NetZero produz biochar a partir de resíduos agrícolas renováveis, como cascas de café fornecidas por produtores locais.
O carbono, principal componente químico do biochar, é inicialmente capturado da atmosfera pelas plantas durante a fotossíntese. Na sequência, esse carbono das plantas é extraído e estabilizado por meio da pirólise – um processo de decomposição de matéria orgânica que utiliza alta temperatura sem oxigênio –, gerando um produto sólido rico em carbono e altamente estável.
Leia Também
O biochar é, então, aplicado ao solo, melhorando a agricultura e fixando carbono por centenas de anos. A produção também gera energia renovável, reaproveitada internamente ou fornecida a parceiros locais.
O uso global do biochar pode remover até 2 bilhões de toneladas de CO₂ por ano da atmosfera, de acordo com o IPCC, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (Intergovernmental Panel on Climate Change), um grupo de cientistas da ONU que avalia e sintetiza a ciência global sobre as mudanças climáticas.
A NetZero já implantou três plantas industriais de produção de biochar:
- A primeira em Nkongsamba (Camarões), pioneira na África, com capacidade anual de 2 mil toneladas;
- A segunda em Lajinha (MG), inaugurada em abril de 2023, é a maior do mundo usando apenas resíduos agrícolas e produz até 4 mil toneladas de biochar por ano;
- A terceira em Brejetuba (ES), aberta em junho de 2024, com a mesma capacidade da de Lajinha, mas com avanços tecnológicos.
Duas novas plantas estão em construção no Brasil, e outros projetos com a nova geração de sistemas de produção (Gen2) serão iniciados em 2025, usando diferentes matérias-primas além da casca de café.
XPrize, Musk e controvérsias
Criado para impulsionar avanços tecnológicos com alto impacto social e ambiental, o XPrize é um programa global de competições que oferece prêmios milionários às melhores soluções para problemas urgentes da humanidade — como mudanças climáticas, saúde, educação e energia.
Entre os desafios mais ambiciosos está o XPrize Carbon Removal, lançado em 2021 e encerrado em abril de 2025. A iniciativa, que contou com um aporte de US$ 100 milhões (cerca de R$ 568 milhões) da Musk Foundation, fundação filantrópica de Elon Musk, buscou identificar e escalar soluções capazes de remover carbono da atmosfera ou dos oceanos.
O desafio atraiu mais de 1.300 equipes de 88 países. Para disputar os prêmios, as propostas precisavam demonstrar capacidade de remover ao menos mil toneladas líquidas de CO₂ por ano e apresentar um plano para escalar a solução até o nível de gigatoneladas.
Embora Musk tenha apoiado iniciativas ambientais como a Tesla e o próprio XPrize, sua recente aliança com o governo de Donald Trump e apoio a cortes significativos em programas federais de financiamento climático e de pesquisas sobre mudanças climáticas levantaram preocupações. Críticos argumentam que essas ações minam os esforços que ele anteriormente promoveu.
Bolsa de Metais de Londres estuda ter preços mais altos para diferenciar commodities sustentáveis
Proposta de criar prêmios de preço para metais verdes como alumínio, cobre, níquel e zinco visa incentivar práticas responsáveis e preparar o mercado para novas demandas ambientais
Governo federal lança segundo leilão para recuperar áreas degradadas e espera atrair até R$ 10 bilhões
Objetivo é mobilizar recursos para recuperar 1 milhão de hectares de cinco biomas diferentes e transformá-los em sistemas produtivos sustentáveis
BYD acelera e deixa Tesla para trás no mercado global de veículos elétricos em 2025
Montadora chinesa vendeu mais carros elétricos a bateria do que a rival americana no 1º trimestre e dobrou lucro, com forte crescimento dentro e fora da China
Consórcio formado por grandes empresas investe R$ 55 milhões em projeto de restauração ecológica
A Biomas, empresa que tem como acionistas Itaú, Marfrig, Rabobank, Santander, Suzano e Vale, planeja restaurar 1,2 mil hectares de Mata Atlântica no sul da Bahia e gerar créditos de carbono
Deixa a bolsa me levar: Ibovespa volta a flertar com máxima histórica em dia de IPCA-15 e repercussão de balanço da Vale
Apesar das incertezas da guerra comercial de Donald Trump, Ibovespa está a cerca de 2% de seu recorde nominal
COP30: ‘Se o governo Trump não atrapalhar, já é lucro’, diz secretário executivo do Observatório do Clima
Em uma conversa com o Seu Dinheiro, Marcio Astrini analisa o contexto geopolítico atual e alerta investidores sobre os riscos climáticos que já impactam a economia
Tudo tem um preço: Ibovespa tenta manter o bom momento, mas resposta da China aos EUA pode atrapalhar
China nega que esteja negociando tarifas com os Estados Unidos e mercados internacionais patinam
A decisão de Elon Musk que faz os investidores ignorarem o balanço ruim da Tesla (TSLA34)
Ações da Tesla (TSLA34) sobem depois de Elon Musk anunciar que vai diminuir o tempo dedicado ao trabalho no governo Trump. Entenda por que isso acontece.
Agora 2025 começou: Ibovespa se prepara para seguir nos embalos da festa do estica e puxa de Trump — enquanto ele não muda de ideia
Bolsas internacionais amanheceram em alta nesta quarta-feira diante dos recuos de Trump em relação à guerra comercial e ao destino de Powell
Nem Elon Musk escapou da fúria de Trump: Tesla (TSLA34) sente na pele os efeitos da guerra comercial e receita com carros despenca 20%
As tarifas anunciadas pelo governo norte-americano pesaram sobre o desempenho do primeiro trimestre e a companhia revela planos para retomar o crescimento
Tesla (TSLA34) não escapa das tarifas contra a China, e BofA corta preço-alvo pela segunda vez no ano — mas balanço do 1T25 devem vir bom
Bank of America reduz preço-alvo em antecipação ao relatório trimestral previsto para esta terça-feira; resultados devem vir bons, mas perspectiva futura é de dificuldades
Mercado valoriza empresas de energia renovável em quase 20% a mais que as de fontes fósseis, diz PwC
Estudo global analisou mais de 3 mil empresas e revela que fontes limpas são vistas como mais lucrativas e estáveis pelo mercado
Agenda econômica: é dada a largada dos balanços do 1T25; CMN, IPCA-15, Livro Bege e FMI também agitam o mercado
Semana pós-feriadão traz agenda carregada, com direito a balanço da Vale (VALE3), prévia da inflação brasileira e reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN)
O que aconteceu com a fortuna dos maiores bilionários chineses com Trump ‘tocando o terror’ nas tarifas contra o gigante asiático?
Com a guerra comercial que está acontecendo entre China e EUA, os bilionários norte-americanos já perderam quase meio trilhão de dólares somados. Nesse cenário, como estão os ricaços chineses?
Inteligência artificial e Elon Musk podem manchar a imagem das empresas? Pesquisa revela os maiores riscos à reputação em 2025
A pesquisa Reputation Risk Index mostrou que os atuais riscos à reputação das empresas devem aumentar no decorrer deste ano
Os cinco bilionários que mais perderam dinheiro neste ano em meio ao novo governo Trump – e o que mais aumentou sua fortuna
O ano não tem sido fácil nem para os ricaços; a oscilação do mercado tem sido fortemente influenciada pelas decisões do novo governo Trump, em especial o tarifaço global proposto por ele
Brasil pode ganhar novo modelo de governança climática às vésperas da COP30; entenda o conceito e o impacto para investidores
Instituto Talanoa e FGV propõem criação de Autoridade Climática e um sistema mais colaborativo, inspirados em boas práticas internacionais
EUA aprovam bolsa de valores focada em sustentabilidade, que pode começar a operar em 2026
A Green Impact Exchange pretende operar em um mercado estimado em US$ 35 trilhões
Até tu, Nvidia? “Queridinha” do mercado tomba sob Trump; o que esperar do mercado nesta quarta
Bolsas continuam de olho nas tarifas dos EUA e avaliam dados do PIB da China; por aqui, investidores reagem a relatório da Vale
Sai Eletrobras (ELET3), entra Mercado Livre (MELI34): entenda as mudanças na carteira ESG de abril do BTG Pactual
Portfólio identifica empresas que se beneficiam ou abordam temas relacionados a critérios ambientais, sociais e de governança e que estão com valuation atrativo