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“É um excelente momento para ser brasileiro”: economista-chefe da Itaú Asset vê janela de oportunidades com cenário de Trump

Thomas Wu, economista-chefe da Itaú Asset, Rafaela Vitoria, economista-chefe do Inter, e Ian Lima, gestor de renda fixa da Inter Asset.

Thomas Wu, economista-chefe da Itaú Asset, Rafaela Vitoria, economista-chefe do Inter, e Ian Lima, gestor de renda fixa da Inter Asset.

É um excelente momento para ser brasileiro — pelo menos, na visão de Thomas Wu, economista-chefe da Itaú Asset. Para o especialista, a atual postura de Donald Trump e as turbulências nas relações dos Estados Unidos com parceiros econômicos criam uma janela de oportunidades para o Brasil.

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“Tudo o que está acontecendo é excepcional para o Brasil. É um excelente momento para ser brasileiro. Eu sei que pode não parecer assim, mas o mundo está muito a favor da gente”, afirmou Wu, durante o Inter Invest Summit 2025.

A análise de Wu se baseia nas relações amigáveis que o Brasil mantém com países fora dos Estados Unidos. À medida que as tensões aumentam no solo norte-americano e os parceiros comerciais buscam alternativas, o Brasil se coloca como uma opção atrativa.

“Todo mundo quer fazer negócios com o Brasil por causa dessas tarifas. A China está cortejando a gente. A Europa quer negociar com a gente porque somos uma região politicamente neutra. Tomara que a gente continue assim, porque, se tomarmos partido, é como rasgar dinheiro”, disse o economista.

Os juros no Brasil

Quando o assunto é a política monetária, porém, a visão de Wu é mais cautelosa. “O Banco Central está com essa taxa de juros de 15%. É ridículo termos um nível de 15%. Mas por que os juros estão em 15%? Porque a inflação está alta. A inflação é um imposto extremamente injusto. Quanto menor sua renda, maior o imposto que você paga”, avaliou.

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Segundo ele, para que a inflação deixe de ser um problema, ela precisa ser baixa o suficiente para que as pessoas deixem de pensar nela — e ele acredita que 3% é o limite.

O Banco Central, por sua vez, já adotou uma postura mais hawkish em relação à política monetária, com uma linguagem mais dura quanto às sinalizações futuras de juros, deixando claro que não se deve esperar um corte imediato. 

Para Ian Lima, gestor de renda fixa da Inter Asset, inclusive seria prematuro o Banco Central abandonar o tom duro que tem usado. 

Ele acredita que a postura mais restritiva tem o objetivo de reduzir ainda mais as expectativas de inflação e permitir cortes mais profundos no futuro.

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Na leitura do especialista, a primeira milha da melhora desinflacionária  já começou. “Esse aperto já vem começando a impactar as expectativas futuras em relação à meta de inflação. Isso começou a acontecer de uma forma muito lenta e só recentemente. Acho que o Banco Central ainda quer curtir um pouco desse efeito restritivo, para não ter que arremeter. Porque o que todo mundo quer no final do dia é um juro terminal mais baixo.”

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