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COP30 na Amazônia em xeque: países questionam preços de hospedagem em Belém (PA) e pressionam Brasil a transferir evento

Anúncio sobre a COP30 em Belém

Era 11 de dezembro de 2023 quando a ministra Marina Silva confirmou: a COP30 seria no Brasil. Mais precisamente em Belém (PA), em plena Amazônia brasileira. 

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Choveram comemorações. Afinal, nada melhor do que realizar o maior evento climático global na maior floresta tropical do mundo, e trazer representantes de diversos países para conhecer a capital paraense, em novembro de 2025.

Acontece que nem tudo tem saído como planejado e, agora, a COP30 em Belém foi colocada em xeque.

O que pode tirar a COP30 de Belém

O Brasil corre o risco de ter que mudar a sede do evento climático da ONU, por pressão de países participantes, que têm se queixado de preços impeditivos praticados pela hospedagem em terras belenenses.

Não é de hoje que a falta de infraestrutura suficiente e os preços inflacionados nas hospedagens existentes têm sido reportados. Pelo menos desde o começo deste ano, o assunto tem sido recorrente na mídia nacional e internacional. 

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Acontece que, nesta semana, houve uma espécie de ultimato. O escritório climático das Nações Unidas fez uma reunião urgente, convocada pelo Grupo Africano de Negociadores

Alguns países, principalmente mais pobres, alertaram sobre a possibilidade de reduzirem suas delegações por não poderem arcar com os preços de acomodações em Belém. A ONU, por sua vez, pontuou que não quer acabar excluindo os países mais pobres das negociações.

O presidente da COP 30, André Corrêa do Lago, confirmou que países têm pressionado o Brasil a transferir a conferência climática da ONU de Belém para outra cidade.

Sob pressão, o Brasil pediu um tempo. E a resposta precisa ser dada na próxima reunião, que já tem data — e não demora muito: 11 de agosto

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Qual é a situação da hospedagem em Belém

A expectativa é que a COP30 atraia cerca de 45 mil a 50 mil pessoas — sendo que a cidade paraense dispõe atualmente de 18 mil leitos de hotel, segundo informações da agência de notícias Reuters.

O governo anunciou neste mês que garantiu dois navios de cruzeiro para fornecer 6.000 leitos extras para os visitantes. Também abriu reservas para países em desenvolvimento para acomodações mais acessíveis, com diárias de até US$ 220 (cerca de R$ 1.220).

Só que isso ainda não é o suficiente. Afinal, o valor está acima do "auxílio-diário" oferecido pela ONU para algumas nações mais pobres, de US$ 149 (cerca de R$ 830). 

Dois diplomatas da ONU mostraram à Reuters orçamentos que receberam de hotéis e administradores de imóveis em Belém para diárias de cerca de US$ 700 por pessoa, por noite, durante a COP30.

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Além disso, autoridades de seis governos, incluindo nações europeias mais ricas, disseram à agência de notícias que ainda não haviam garantido acomodações devido aos altos preços.

Organizações de mídia, ativistas, ONGs e instituições de caridade também expressaram temores de que talvez não pudessem participar da conferência se uma solução para os custos de hospedagem não fosse encontrada, de acordo com o jornal britânico The Guardian.

Em fevereiro, o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, havia dito aos críticos que, se não houvesse hotéis disponíveis, eles deveriam "dormir sob as estrelas".

O que o governo pretende fazer

O governo brasileiro não cogita, no momento, mudar a cidade sede da COP30, segundo fontes ouvidas pelo jornal Valor Econômico na última semana.

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O presidente Lula faz questão de cumprir o compromisso de promover o encontro global na Amazônia, segundo essas fontes, e por isso o encontro ocorrerá mesmo na capital paraense, apesar das sérias restrições de hospedagem reconhecidas pelas próprias autoridades brasileiras.

Uma possibilidade aventada pelo governo brasileiro seria separar a cúpula dos chefes de Estado da conferência como um todo, levando-a para outra cidade brasileira.

Agora, resta aguardar pelas próximas decisões, porque, ao que parece, ninguém está disposto a dormir ao relento.

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