Tempestade macroeconômica: sem corte de juros e com tarifas, bitcoin (BTC) cai para US$ 113 mil e arrasta outras criptos
Com cenário macro ainda adverso nos EUA, os ativos digitais seguem pressionados enquanto o mercado busca gatilhos positivos em meio a tarifas e sinais de desaceleração econômica

Se todas as palavras do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se tornassem realidade, é bem provável que o bitcoin (BTC) já estaria à procura de novos recordes. Mas nem tudo que sai da Casa Branca serve de gatilho positivo.
Desde a semana passada, o BTC e o mercado de criptomoedas como um todo vêm enfrentando uma pressão crescente diante do novo pacote de tarifas norte-americanas, e de um Federal Reserve (Fed) que resiste em cortar os juros, mesmo sob intensa pressão política.
Nesta terça-feira (5), o mercado de criptomoedas encarou mais um dia de baixa, com o BTC despencando 1,04% nas últimas 24 horas.
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Por volta das 18h25, segundo dados do Coin Market Cap, o maior criptoativo do mercado era cotado a US$ 113.798,06, acumulando uma desvalorização de 7,55% em relação à máxima histórica.
Outros grandes nomes do mercado também sangraram. O ethereum (ETH) caiu 3,36%, o XRP recuou 3,86% e a solana (SOL) acumulou perdas de 2,85% no dia, destacando-se com uma queda ainda mais expressiva nos últimos sete dias de 9,18%.
No centro da tempestade estão os dados macroeconômicos dos EUA que, apesar de questionados por Trump, continuam pressionando os ativos de risco.
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Além das novas tarifas — que devem começar a ser aplicadas nesta semana — e o payroll — que indicou uma desaceleração mais intensa que o previsto no mercado de trabalho em julho —-, nesta terça-feira, o PMI (índice de gerente de compras) do setor de serviços também decepcionou, ficando abaixo das estimativas e acendendo um alerta de estagflação.
O índice chegou a 50,1 em julho, enquanto as projeções apontavam para 51,5. Um número acima de 50 indica expansão econômica e menor que esse nível, contração.
Confira o desempenho das dez maiores criptomoedas do mundo nesta terça-feira (5):
# | Nome (Símbolo) | Preço (USD) | 24h | 7d | YTD | Market Cap (USD) |
---|---|---|---|---|---|---|
1 | Bitcoin (BTC) | US$ 113.798,06 | -1,04% | -2,95% | 21,84% | US$ 2,26 tri |
2 | Ethereum (ETH) | US$ 3.586,42 | -3,36% | -4,70% | 7,66% | US$ 432,92 bi |
3 | XRP (XRP) | US$ 2,94 | -3,86% | -5,07% | 41,62% | US$ 174,70 bi |
4 | Tether (USDT) | US$ 1,00 | 0,00% | 0,03% | 0,20% | US$ 163,89 bi |
5 | BNB (BNB) | US$ 750,13 | -2,19% | -6,40% | 7,01% | US$ 104,48 bi |
6 | Solana (SOL) | US$ 163,12 | -2,85% | -9,18% | -13,80% | US$ 87,83 bi |
7 | USDC (USDC) | US$ 1,00 | 0,02% | 0,01% | 0,03% | US$ 64,57 bi |
8 | TRON (TRX) | US$ 0,33 | -0,31% | -0,80% | 30,60% | US$ 31,44 bi |
9 | Dogecoin (DOGE) | US$ 0,20 | -4,47% | -9,98% | -37,06% | US$ 29,88 bi |
10 | Cardano (ADA) | US$ 0,72 | -3,95% | -6,73% | -14,42% | US$ 25,58 bi |
Fim do sonho americano?
Analistas começam a ficar preocupados com os indicadores macroeconômicos norte-americanos e, mesmo que suas previsões não se tornem realidade, o clima de cautela tende a prejudicar ativos de risco como as criptomoedas.
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Nesse cenário os olhos se voltam ao Federal Reserve (Fed) e como o banco central norte-americano irá seguir com a política monetária.
“Os dados sempre sofrem grandes revisões quando a economia está em um ponto de inflexão, como uma recessão”, escreveu o economista Mark Zandi após as revisões negativas dos dados de emprego na última sexta-feira.
“A economia está à beira da recessão. Os gastos do consumidor estagnaram, a construção e a indústria estão se contraindo e o emprego deve cair. Com a inflação em alta, é difícil para o Fed socorrer.”
Gerentes da Hoisington Investment Management, Lacy Hunt e Van Hoisington, também alertaram que o banco central pode estar subestimando o risco. Na visão deles, os impactos da inflação gerada pelas tarifas são temporários, enquanto os efeitos contracionistas subsequentes devem pesar mais.
“O Fed precisa adotar rapidamente uma política acomodatícia. Esperar será imprudente. O risco maior está na contração iminente da atividade global.”
O que dizem os números: bitcoin de volta nos US$ 100 mil?
Segundo análise de Omkar Godbole, da CoinDesk, publicada na segunda-feira (4), os gráficos de curto e médio prazo acendem alertas importantes.
Segundo a análise, o BTC falhou em romper uma linha de tendência que conecta os picos de 2017 e 2021. O MACD e o RSI também sinalizam perda de fôlego na alta, sugerindo um mercado mais fragilizado.
No curto prazo, o gráfico de “quebra de três linhas” aponta três barras vermelhas consecutivas — um padrão clássico de reversão de tendência. Caso o suporte em US$ 111.965 não se sustente, o ativo pode testar os US$ 100.000. Para reverter o cenário, precisaria superar os US$ 122.056.
Entre os principais níveis de atenção, a resistência está em US$ 120.000, US$ 122.056 e US$ 123.181. Os suportes aparecem em US$ 111.965, US$ 112.301 (média móvel de 50 dias) e US$ 100.000.
O ethereum, por sua vez, caiu quase 10% na semana passada e formou o padrão técnico conhecido como “semana externa de baixa”, que representa a perda de controle dos compradores.
As médias móveis de curto prazo cruzaram para baixo e o gráfico de três linhas confirmou a tendência com dois blocos vermelhos. O suporte mais próximo está em US$ 3.355, com risco de queda até os US$ 3.000 ou US$ 2.879. Para inverter a maré, teria que retomar os US$ 4.000.
*Com informações da Coindesk
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